Death Stranding Director’s Cut – Análise

Quase dois anos após o lançamento original, a 8 de Novembro de 2019, esta semana a Kojima Productions traz à PlayStation 5 uma nova edição de Death Stranding. Mas quais são as melhorias, e é justificado o upgrade?

A resposta é definitivamente sim, tanto para novos jogadores como para os que já jogaram, principalmente se jogaram na PlayStation 4 e agora têm uma PlayStation 5 à disposição. O caso é mais fraco se vieram da versão PC, visto que as melhorias técnicas já poderiam ser acessíveis de certa forma nessa plataforma. Ainda assim, há novo conteúdo q.b. a desvendar, que conquistará os fãs mais acérrimos a revisitar este mundo.

Em 2019, o nosso Eduardo Sousa deu nota máxima à aventura imaginada por Hideo Kojima, um feito impressionante. Para alguma introdução narrativa e opinião sobre o jogo base, recomendo a leitura dessa análise, visto que neste texto me vou focar mais no que a nova edição nos traz. Na sua conclusão, o Eduardo diz que Death Stranding “É um jogo fabuloso que nos fez refletir sobre o significado das ligações entre os seres humanos, e isso acaba por ser uma concretização dos videojogos como forma de arte. Talvez não seja um jogo para toda a gente, dependendo dos gostos de cada um. Mas, na nossa opinião, deixará a sua marca na indústria.” Com a vantagem de estar no futuro, é fácil afirmar que o Eduardo estava completamente correto.

Atirar pacotes de canhão? Sim por favor!

Já na PlayStation 4, Death Stranding tinha um aspeto excelente, principalmente na PS4 Pro, algo sublinhado na análise do Eduardo. No entanto, olhando agora para imagens do original, depois de já ter experienciado a versão PC, e agora a Director’s Cut na PS5, temos um jogo tecnicamente vastamente superior, obviamente ajudado pelo novo hardware. A versão PlayStation 5 possui 2 modos de imagem, como vimos sendo habituados: desempenho e fidelidade. O modo de desempenho corre a 60 FPS com 4k escalonado, enquanto que o modo de fidelidade corre a 4k nativos, com framerate variável, num máximo de 60. Como também já tem sido hábito na PlayStation 5, recomendo claramente o modo de desempenho, que tem uma imagem fantástica, e é muito mais fluído. Não havendo consideráveis diferenças de imagem nem efeitos como Ray-Tracing, é difícil recomendar o modo de fidelidade, mas apreciamos a opção de escolha. Há ainda a possibilidade de ativar o modo de imagem wide-screen, algo que não estava presente no original, e oferece algo interessante, ainda que invulgar. No modo fidelidade wide-screen, os FPS acabam por ficar mais perto dos 60 estáveis.

A nível de imagem, a maior diferença é mesmo nas texturas de maior resolução, para além da suavidade dos 60 FPS. É difícil apontar o dedo, mas também me parece que o HDR está melhorado consideravelmente, ou talvez tenham sido feitas outras melhorias a nível de gradeamento de cor. Ainda nas texturas, o SSD entra em ação para remover quase por completo o infame pop-in que acontecia frequentemente na PlayStation 4, melhorando bastante a experiência. Claro que os carregamentos instantâneos também ajudam muito, mas já estamos tão habituados que quase nem notamos – só mesmo se abrirmos a versão PS4!

Para terminar as melhorias técnicas da Director’s Cut de Death Stranding, temos os também já habituais 3D áudio e suporte para as funcionalidades do DualSense. Relembramos que com o firmware mais recente da consola já é possível ativar o áudio 3D em colunas internas da TV (previamente apenas era possível com auscultadores), pelo que é uma ótima oportunidade de experimentarem a funcionalidade, visto que é um jogo com uma banda sonora e efeitos sonoros fantásticos. A primeira interação com BTs com auscultadores é uma experiência fantástica e tensa. Já o DualSense tem em Death Stranding uma utilização estupenda, que melhora largamente a imersão, visto que é detalhada mas acaba por passar despercebida. O feedback háptico pode ser sentido a toda a hora, no caminhar de Sam pelas rochas, até aos diferentes veículos. Já os gatilhos hápticos têm o trabalho de facilitar o equilíbrio da carga com outra dimensão, podendo ser personalizados nas configurações.

O novo “firing range” permite experimentar e aprimorar a nossa habilidade com as várias armas

Abordadas as melhorias técnicas, é importante salientar que Death Strading: Director’s Cut não é só feito destas, havendo também adição de conteúdo, tanto de mecânicas como narrativo e novas áreas a explorar. É importante referir neste ponto que podem migrar o vosso jogo da PlayStation 4 e explorar o novo conteúdo, principalmente as novas localizações e itens. Estes foram, no entanto, “encaixados” na narrativa para uma experiência refrescada para quem começar o jogo do 0.

No que toca a conteúdo tangível, há várias novas armas, viaturas e estruturas. O sistema de ligações sociais foi também largamente expandido, sendo acrescentada uma dimensão de competitividade saudável, através de tabelas de classificação, que complementam o já presente nível de cooperação para facilitar a vida aos outros Porters. Visto que muita gente quer estrear as novas estruturas, como a rampa de salto para motas, facilmente vão ver as mesmas no mundo se estiverem a jogar online, assim que lhes tiverem acesso. As estruturas e viaturas são interessantes de navegar, não sendo transformativas acabam por trazer mais conteúdo para inovar nas entregas e divertir. O meu favorito é claramente o Buddy Bot, e tenho a certeza que será muito popular no lançamento. Quanto às novas armas, temos um extremamente útil modo de “campo de tiro” onde podemos explorá-las e melhor a nossa aptidão.

Quanto à competitividade que falei, o apogeu dela é mesmo a pista de condução, popularizada pelo trailer da sua revelação. Esta nova superestrutura permite explorar a condução em pista e é uma adição muito completa que proporciona muita diversão se estiverem interessados, principalmente no late-game.

A nível narrativo, não há nenhuma mudança drástica, mas há definitivamente uma expansão do mundo que agradará aos mais curiosos. Visto que temos uma área ampliada, jogadores que já tenham terminado podem experienciá-la diretamente, bem como algumas novas entregas, sendo que tudo foi integrado na narrativa para quem começar do início. Não vou entrar em detalhes, mas digamos que podemos conhecer melhor alguns dos eventos anteriores ao jogo, e perceber melhor o papel dos BBs.

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Opinião Final:

Death Stranding: Director’s Cut é precisamente o que precisávamos para a PlayStation 5: uma edição expandida e aprimorada da obra da Kojima Productions, com todas as melhorias de “quality of life” expectáveis na nova geração, e uma pitada de novo conteúdo, ora engraçado, ora importante para perceber o bizarro mundo de Death Stranding. As melhorias não deixam de fora quem já jogou, e tornam a experiência mais rica para todos.

Do que gostamos:

  • Desempenho impecável, com qualidade de imagem melhorada;
  • Adição de conteúdos em várias áreas do jogo, desde os mais “insólitos” a outros mais práticos e ainda de narrativa e mecânicas;

Do que não gostamos:

  • Tivemos alguns bloqueios completos do jogo, ainda que tenham sido poucos e numa edição pré-lançamento, fica a observação negativa.

Death Stranding: Director’s Cut chega em exclusivo à PlayStation 5 no dia 24 de Setembro de 2021, por 79.99€. É possível o upgrade da versão PlayStation 4 por 10€.

 

Esta análise foi feita na PS5, com código gentilmente cedido pela PlayStation Portugal.