Everybody 1-2-Switch – Análise

Everybody 1-2-Switch! Teve uma chegada estranha, sem cerimónias, sem destaque, quase como se a Nintendo já soubesse que seria para o deixar morrer. Afinal, o que é que poderia correr mal? Mais um party game que ninguém pediu, que mais parece um título de lançamento de consola (daqueles que são “oferecidos”), que dá uso aos motion controls da Switch. A Nintendo já tem um historial bem definido no que toca aos party games e compilações de minijogos, com alguns títulos a serem mais bem sucedidos do que outros. No entanto, Everybody 1-2-Switch! dificilmente ficará nas memórias dos jogadores, saindo tal como entrou, de fininho.

Para todos os efeitos, Everybody é uma espécie de sequela a 1-2 Switch, o tal jogo de lançamento que fazia todo o sentido quando a Nintendo Switch saiu, para mostrar as potencialidades dos joycons. Em Everybody, põe-se de parte a demonstração de capacidades da consola e abraça-se todo um conceito multijogador local em que até podem ser utilizados smartphones se não tiverem joycons que cheguem. O jogo conta com 17 minijogos ao todo e volvidos seis anos desde o lançamento do primeiro 1-2-Switch, seria de esperar que tivéssemos aqui uma coleção bem curada. Mas infelizmente, temos uma mixórdia de coisas que se traduzem em muito pouca diversão.

Alguns dos minijogos funcionam muito melhor com grupos maiores de jogadores, o que transforma a experiência em algo que é quase como uma partida de um jogo de tabuleiro apenas com duas pessoas. Vê-se claramente que foram construídos para vários jogadores em simultâneo, o que se torna um pouco aborrecido se forem 2, 3 ou até 4 pessoas, uma vez que o jogo se foca sempre em divisão de jogadores em equipas. Esqueçam qualquer semblante de single player aqui, se não tiverem amigos, azar! Vão jogar um RPG.

Já referi em cima que uma das novidades é a possibilidade de utilizarem smartphones ao invés dos joycons, mas nem todos os minijogos são compatíveis – apenas 12 dos 17, sendo que de todos têm ainda 4 minijogos que apenas permitem a utilização do smartphone. Não é muito compreensível esta segregação de conteúdo em função do método utilizado, até porque a utilização dos smartphones e da respetiva câmara abre possibilidades de conteúdo muito mais divertido – relegando os joycons para instâncias em que apenas é necessário fazer uso dos motion controls.

O modo principal de jogo é o Team Contest, onde podem optar por um evento com duração de 20, 40 ou 60 minutos, com as equipas a competir pelo primeiro lugar. Para além deste modo, têm ainda um Quiz Mode e um Bingo Mode, que poem de lado o conceito dos minijogos para algo um pouco mais tradicional. Sim, porque é muito mais divertido jogar Bingo em casa… para quem tem o coração mais fraco. É ainda de notar que, através da utilização dos smartphones, Everybody 1-2-Switch! permite que liguem até 100 jogadores… o que me faz soltar um sonante “mas porquê?”. Querem instaurar o jogo em eventos corporativos de team building? Como forma de descomprimir em torneios de Smash? Enfim.

A experiência torna-se ainda mais chata quando de tão poucos minijogos, as escolhas aleatórias feitas pelo Everybody acabam por recair sempre nos mesmos jogos. Não se admirem de ter variados deja-vus, quando se começarem a aperceber de que estão sempre a fazer a mesma coisa. Não pensem que estão malucos, é só o Everybody 1-2-Switch! que não gosta muito dos seus jogadores.

Everybody 1-2-Switch! é um jogo de festas que peca por não ser simplesmente muito divertido. Conseguiria ver o apelo se tivéssemos algo um pouco mais bizarro, como é usual ver no franchise do nosso amigo Wario, mas com minijogos tão divertidos como encher balões até rebentar… mais vale ver tinta a secar. É mais do que compreensível a pouca festa que rodeou este lançamento… só não é compreensível é o lançamento em si.

Opinião Final:

Everybody 1-2-Switch! É uma escolha de lançamento no mínimo desconcertante. A falta de apoio da Nintendo ao título é notória e duvido que os jogadores se importem também. Comete o pior pecado de um jogo que é simplesmente não ser divertido.

Do que gostamos:

  • A possibilidade de utilizar smartphones ao invés dos joycons, resultando em minijogos mais criativos e interessantes;

Do que não gostamos:

  • A criatividade ficou-se por aqui, deitando a perder qualquer potencial do jogo.

Nota: 5/10

Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.