Farming Simulator 19 – Análise

Por esta altura do ano é normal que se procedam às colheitas dos resultados de videojogos com total foco na vida de um agricultor, neste caso, Farming Simulator 19Nesta aventura encarnamos a pele de um agricultor que pretende potenciar a sua fazenda, assim como o seu proveito, com uma melhor otimização de recursos e a sua respetiva gestão, sendo  numa segunda fase crucial conseguirmos expandir o negócio de forma a que cada vez sejamos mais reconhecidos e também, claro, a que cresçam os nossos rendimentos. 

Com uma base em tudo idêntica às edições anteriores de Farming Simulator, esta versão traz-nos algo mais. Desde novos veículos e máquinas, a novas colheitas, passando por marcas existentes (deixando de lado a criatividade fictícia), novos animais e, acima de tudo, uma nova face que deixa o jogo mais agradável à vista, tudo está melhor neste novo jogo. Foi compensatório ver o esforço feito pela Giant Software em entregar algo de qualidade e não apenas uma sequência numérica.

Imagem relacionada

Os próprios controlos de jogo foram de certa forma desenhados a pensar num jogo puro de simulação, sendo por vezes algo complexos, mas acabando por fazer sentido dentro do mundo de Farming Simulator. Por exemplo, quando procedemos à construção de um anexo – para o operacionalizar e gerir – são várias as possibilidades às quais temos acesso, de modo que levei o meu tempo até me adaptar. Mas é esta vasta gama de opções que possivelmente os jogadores mais hardcore procuram para manter vivo o interesse na saga.

Toda esta liberdade possibilita aos jogadores que joguem de forma autónoma e diferenciada dos demais. Cada experiência acaba por ser quase única e a infinidade de pequenos detalhes e escolhas para gestão e desenvolvimento da fazenda vai acabar por levar cada um de nós a puxar pelo seu lado empreendedor. Tal é o que torna este jogo numa experiência totalmente singular, embora não seja apaixonante para o mais comum dos jogadores, daí advindo o facto de este ser um jogo de nicho.

Ainda dentro desta diversidade, e para terem um pouco da noção de quão enorme é o mundo de Farming Simulator 19, é possível começar por criar fazendas exclusivas para gado com foco em vários animais, como: porcos, galinhas, ovelhas, vacas entre outros. Se esta ideia não nos agradar temos a possibilidade de envergar por outros caminhos, como alcançar um império de madeira começando com uma simples motosserra na mão.

– É difícil e chato?

– Pode ser, no entanto são possibilidades que só acrescentam ao jogo e nunca devem ser vistas como aspetos negativos.

Contudo, ao mesmo tempo que temos acesso a todo este leque de possibilidades, depois quando olhamos para o mundo em si, Farming Simulator torna-se algo vulgar e até vazio ao longo do grande mapa que nos é disponibilizado. Há um enorme foco em nós, jogadores, e tudo o resto padece por isso. Não há uma relação orgânica entre o mundo e o nosso próprio objetivo, acabando  este por ser um jogo bastante solitário.

Resultado de imagem para farming simulator 19

O grande problema que não afeta apenas Farming Simulatior, mas sim qualquer tipo de simulador focado na agricultura é a monotonia que lhes é inerente. O nosso objetivo é muito básico e facilmente percetível. Criar um negócio, ganhar dinheiro e reciclar os nossos métodos de forma a que este continue a crescer, quase que de um modo terapêutico. Acabei a jogar grande parte da experiência para passar um pouco de tempo a puxar pela cabeça, não foi algo que fiz a pensar em todo o carinho que tenho pela indústria dos videojogos. É uma forma diferente de jogar com os seus pontos altos, é certo! Mas que verdadeiramente apenas agrada a um pequeno número de pessoas.

O tratamento e criação da matéria prima também é um ponto ao qual nos rendemos mas que depois tem o seu lado mais negro e confuso. Saber do que precisamos para realizar determinada tarefa ou até aumentar o nosso feed pode ser um autêntico quebra-cabeças. Isto porque o jogo não nos diz, muitas vezes, o que temos de fazer para extrair aquele recurso da forma correta, e depois que tipo de máquinas ou materiais são precisos para tratar a matéria e acabar por finalizá-la para venda. 

Opinião Final:

Para concluir, percebemos que para quem já está habituado a todas estas mecânicas, pode não ser tão dramático e complicado adaptar-se a uma realidade diferente daquela à qual os videojogos dão a cara. Contudo, todos os jogos merecem consideração e por vezes são os jogos de nicho a levar a indústria para a frente, pelo seu lado criativo e, muitas vezes, pioneiro. Infelizmente, tal não é o que acaba por acontecer com este jogo. Embora tenha muitas mecânicas e ofereça uma liberdade imensa em termos de opções e formas totalmente fora de scripts para desenvolver o nosso negócio, por outro lado é um jogo intenso que requer imensa atenção, tentativa e erro, e um pouco de persistência por parte dos jogadores, sendo que é também verdade que existem os seus momentos compensatórios que nos fazem voltar a jogá-lo.

Do que gostamos:

  • Visuais melhorados;
  • Mecânicas dignas de simulador;
  • Novas features a nível geral.

Do que não gostamos: 

  • Um início demasiado desafiador;
  • Por vezes existe falta de apoio ao jogador;
  • Mundo grande, mas vazio;
  • Experiência demasiado pessoal e pouco interativa.

Nota: 6,5/10