Ghost Giant – Análise

Os gamers mais velhos lembrar-se-ão daquela altura da nossa infância em que, no lado literário da nossa vida, nos eram oferecidos os conhecidos livros de “pop-up” – publicações literárias para crianças em que a cada virar da página, o mundo do livro ganhava vida em frente aos nossos olhos. Desde casas, castelos e planícies, preenchidas com várias portas e janelas, todo aquele mundo era um deleite, e ainda hoje é impossível não esboçar um sorriso quando vemos um livro de “pop up” pronto a mostrar ao mundo exterior a magia que esconde entre as suas páginas.

Pois bem, o estúdio Zoink – criadores do famoso Stick it to the man! – e a escritora de livros para crianças Sara Bergmak Elfgren juntaram-se para dar vida a Ghost Giant, uma estória de derreter o coração sobre um gato chamado Louis e o seu amigo, um gigante fantasma (o jogador). Louis é um menino que passa a maioria do seu tempo sozinho, mas é muito responsável, tomando conta da quinta da sua família. A sua vida é muito dura, mas felizmente conta com a ajuda de um carinhoso gigante, que embora sendo invisível a todos salvo Louis, dá uma mãozinha ao menino de forma a que este consiga lidar com os seus problemas.

Ghost Giant é um jogo de puzzles, onde vários quebra-cabeças devem ser resolvidos de modo a que a narrativa possa prosseguir. A nossa posição é fixa, mas podemos utilizar dois botões para girar a nossa personagem de modo a conseguir ver todo o mundo em nosso redor. A vila de Sancourt e arredores são sem dúvida saídos de um livro infantil, possuindo um charme muito inocente, cheios de detalhe e preenchidos por personagens complexas e bem desenvolvidas. Louis, não obstante ter os seus próprios problemas, irá ajudar as várias personagens que lhe surgem pelo caminho, e o gigante irá acompanhá-lo a pari passu durante a sua jornada.

Embora seja um jogo com uma duração de apenas três a quatro horas, Ghost Giant tem imenso para ver e explorar, a utilização dos move controllers é obrigatória de modo a conseguirmos interagir plenamente com o mundo, e há momentos em que é impossível não refletir carinhosamente sobre a relação entre o menino e o seu amigo gigante.
Infelizmente, do lado técnico, o jogo possui alguns problemas, pelo que encontrámos alguns obstáculos relacionados com a deteção dos move controllers em algumas posições, algo que não aconteceu a todo o momento, todavia.

Graficamente, Ghost Giant é um deleite visual, como dissemos, os cenários parecem saídos de um livro de “pop-up” e o charme com que são caracterizados apenas nos dá vontade de explorar melhor os mesmos. A nível sonoro, as personagens ganham vida com interpretações sentidas por parte dos atores, conferindo a este jogo um certo ar de desenho animado infantil. Por sua vez, a banda sonora acompanha adequadamente a história com peças musicais que evocam o caráter ternurento da narrativa.

Opinião Final:

Ghost Giant é um daqueles pequenos jogos que, embora não obrigatório para o PlayStation VR, traz consigo um mundo cheio de vida e de encanto. Possuidor de uma estória enternecedora, fará do jogador um crente em valores como a amizade e a bondade, algo raro nos dias de hoje. Recomendado!

Do que gostamos:

  • História enternecedora sobre um rapaz gato e um gigante invisível, que é o seu melhor amigo;
  • Cenários detalhados, que nos maravilham a cada momento;
  • Personagens complexas e bem desenvolvidas.

Do que não gostamos: 

  • Alguns problemas técnicos na implementação dos move controllers no espaço tridimensional.

Nota: 9/10