Good Job! – Análise

Normalmente, antes de um Direct, a Nintendo costuma dar-nos algum aviso de antecedência, que normalmente resulta nos fãs começarem a especular e a ficarem ansiosos com alguma potencial novidade. No entanto, recentemente a Nintendo decidiu quebrar esta tendência e presentear-nos com um Nintendo Direct Mini de surpresa, acompanhado do lançamento imediato de Good Job!

Good Job! é um jogo de puzzles, para ser jogado a solo ou em modo cooperativo, que nos coloca no lugar de uma personagem cujo objetivo é o de subir a escada empresarial – ou neste caso, o elevador. A diferença é de que não somos uma personagem qualquer, mas sim o filho do CEO. Mas a vida não está fácil para ninguém, e somos obrigados a perceber a empresa de dentro para fora e de baixo para cima, completando diversos puzzles nas mais variadas salas espalhadas pelos vários andares.

Começamos mesmo no fundo, na Recepção, onde podemos aceder ao elevador e aos restantes pisos. De início, apenas podemos aceder ao Piso 1 (que corresponde ao Departamento Financeiro) e às suas respectivas salas (neste caso, com os Departamentos de Impostos, Contabilidade, Legal e um auditório). O jogo mantém esta temática dos pisos e departamentos inerentes ao funcionamento de uma empresa durante todo o jogo e em cada sala irão encontrar um objetivo que deverão completar para poderem desbloquear mais pisos. O objetivo final é chegar à Penthouse e assim provarem o vosso mérito.

É preciso limpar muito chão para poder chegar ao topo.

Os objetivos são geralmente simples… pelo menos à primeira vista. Substituir um projetor, juntar todos os colaboradores espalhados para que assistam a uma reunião, ou até limpar uma piscina são tudo coisas que aparentam ser bastante descomplicadas. No entanto, assim que começarem a jogar vão-se aperceber de que os obstáculos são vários e rapidamente vão começar a pensar fora da caixa para conseguirem terminar as vossas tarefas.

As mecânicas de jogo de Good Job! são também elas bastante simples, limitando-se ao movimento da personagem através do analógico direito, utilizando o botão A para executar as ações associadas a cada objeto e que são sempre descritas no ecrã, quer sejam estas agarrar, puxar, empurrar, entre outras. As mecânicas baseiam-se num sistema de física, em que tudo pode ser mexido e empurrado, e em que apenas um pequeno toque da nossa personagem pode fazer com que uma pilha de caixas se desmorone. Os objetos que enchem a empresa podem também partir-se e toda esta interatividade com o cenário faz-nos perceber que podemos fazer muito mais do que aquilo que pensamos.
Podemos utilizar uma grua para mover um caixote, mas porque não atirá-lo de dois andares abaixo? Ou usar cabos elétricos como catapultas?

Tudo isto amplifica o fator de diversão de Good Job!, potenciando a criatividade e a loucura dos jogadores. Ainda assim, existe um fator de ligeira competitividade, que motiva os jogadores a terem o melhor desempenho possível. Cada sala (ou nível) terá uma classificação mediante o desempenho dos jogadores, que se irá resumir ao tempo que despenderam a resolver o objetivo e também ao número de objetos que destruíram. Podem ser super rápidos a solucionar um problema, mas se só causarem caos à vossa volta, podem ter a certeza que a vossa avaliação não será a melhor (não creio que exista empresa que aguente financeiramente a destruição que fiz com um mero empilhador). Isto motiva os jogadores a voltarem a jogar os vários níveis, explorando as mais diversas soluções, no sentido de tentarem obter a melhor avaliação possível.

Pode ficar tudo partido, mas o trabalho fica feito!

Graficamente, o design é bastante minimalista, com as personagens a serem representadas por uma espécie de stickmen, linhas direitas, mas cenários coloridos. Um bonequinho que mais parece um template sem nada que o defina pode parecer aborrecido, mas podem encontrar espalhados pelos cenários do jogo vários itens colecionáveis que permitem a personalização da vossa personagem, como chapéus, coletes e outros acessórios. Se apanharem um item a meio do jogo, este irá substituir o que estão a usar, mas não se preocupem caso sejam colecionistas. Todos os itens que forem apanhando ficam guardados e podem mudá-los no menu Outfits. Adicionalmente, antes de entrarem numa sala/nível, podem ver na parte de baixo do ecrã quais os itens que já apanharam e quais ainda têm por apanhar.

Conforme já referi, Good Job! conta ainda com um modo cooperativo para até dois jogadores. Infelizmente, isto não altera muito a jogabilidade em si. A premissa básica mantém-se, mas agora têm uma outra pessoa para vos ajudar a partir tudo… quer dizer, a completar tarefas corporativas.

Caso achem difícil navegar pelas águas dos diversos níveis, Good Job! permite ainda que liguem um modo chamado Color Assistance. Todos os cenários ficam sem as suas cores (bastante aborrecido, para dizer a verdade), deixando apenas colorido os objetivos ou personagens que façam parte do vosso objetivo. É um modo que vos poderá ajudar caso o vosso objetivo seja obterem a pontuação máxima em cada nível, mas parte do charme de Good Job! está no seu design visual e pessoalmente prefiro deixar as suas cores visíveis.

Good Job! é um excelente jogo de puzzles para se jogar sozinho ou acompanhado, com uma premissa extremamente simples mas que dá o mote para umas sessões de jogo bem divertidas. Apesar de não ser extremamente longo, é um jogo que motiva a várias sessões de jogo (até entre outros jogos que tenham em mãos) e que fomenta a criatividade dos seus jogadores, quer sejam mais organizados ou prefiram abordagens mais caóticas.

Opinião Final:

Good Job! é uma bela surpresa e mostra na perfeição que por vezes a simplicidade é mais que suficiente para criar um bom jogo.

Do que gostamos:

  • Design simples, mas colorido;
  • Jogabilidade que apela à criatividade de cada um;
  • Simplicidade que deixa o design dos níveis e a jogabilidade brilhar.

Do que não gostamos:

  • Modo cooperativo poderia ter adicionado algo mais à experiência, tal como níveis diferentes;

Nota: 8/10