Todos os anos sai uma quantidade imensurável de videojogos para diversas plataformas, desde o PC, consolas ou smartphones.
No entanto há sempre aqueles que acabam por se destacar, de tal forma que conseguem ter o privilégio de concorrer ao GOTY (Game of the Year).
Desta vez decidimos fazer um artigo onde os diversos membros da equipa referem qual foi o seu Jogo do Ano de 2017 e o porquê desses jogos terem sido tão especiais.
Life is Strange: Before the Storm
Por: Luís Almeida
2017 foi um ano recheado de jogos de grande qualidade. Muito se falou de Horizon Zero Dawn, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Super Mario Odyssey e Nier: Automata. Jogos esses que são tão bons que tem todo o direito de ganhar o prémio de Jogo do Ano. Mas pessoalmente, de todos os jogos que joguei, foi Yakuza Zero, Yakuza Kiwami e Life is Strange: Before the Storm que conquistaram o meu coração, especialmente este último. Enquanto que os Yakuzas me conquistaram pela sua excelente história e ação, bem como momentos frenéticos e épicos, é Life is Strange: Before the Storm que escolho para Jogo do Ano. Porquê? Porque o enredo do jogo foi tão bem escrito, que o jogo está-nos sempre a surpreender, com reviravoltas ou acontecimentos capazes de nos deixar de boca aberta.
Além disso é um jogo que ao contrário de muitos outros, á excepção do primeiro Life is Strange, consegue transmitir-nos uma enorme quantidade de emoções; de tocar e brincar com os nossos sentimentos. E é devido a isso que acabamos por criar ligações e importar-nos com as personagens como se as conhecêssemos pessoalmente, e isso é quase impossível de uma produtora executar e executar com tamanho sucesso, mas a Dontnod Entertainment conseguiu, e agora foi a vez da Deck Nine Games alcançar tal feito. E a isso tiro-lhes o chapéu.
Life is Strange: Before the Storm é uma prequela e foca-se na Chloe e Rachel. A Rachel foi uma peça central no primeiro jogo, e aqui também o é, mas de uma forma e dimensão completamente diferente, e é essa diferença que, de facto, separa e muito um jogo do outro. Conhecida por ser pacata, Rachel quer agora aventura, conhecer e fazer coisas novas, saindo da sua “zona de conforto”. A Chloe é uma jovem rebelde, que teve e continua a ter uma vida complicada, pois a própria vida já lhe retirou o que ela mais amava. Ao contrário de Max Caulfield, Chloe é excêntrica e não tem qualquer problema em dizer palavrões ou ser extremamente desagradável para as pessoas. Portanto a mudança de protagonista muda completamente o jogo, mas nunca se esquecendo das suas raízes.
Este jogo pega nessas duas personagens com uma personalidade extremamente forte e foca-se na relação entre elas, mas acreditem que o jogo não se fica por ai, e o que não falta são outros acontecimentos e momentos intensos. Aqui não posso dar detalhes de forma a não dar spoilers do jogo, porque afinal de tudo este é um jogo onde devem passar pelas diversas situações para serem surpreendidos, pois é essa a magia do jogo.
De destacar ainda a excelente banda sonora de Life is Strange: Before the Storm, que também acaba por ser um dos aspectos pelo qual o jogo se torna memorável, a arte que está impecável e o nível de interactividade, sendo possível falar com as personagens presentes no mundo de jogo e interagir praticamente com tudo, fazendo-nos ter vontade de explorar cada canto.
Life is Strange: Before the Storm é simplesmente um jogo genial. É emocionante, intenso e único. Além de se tornar numa referência no género, para mim é também o melhor jogo do ano.
Super Mario Odyssey
Por: Joaquim Silva
Durante o ano passado, tendo passado a maior parte do meu tempo sem acesso a uma televisão, o lançamento da Switch em março foi quase que um sinal enviado pelos céus, tendo-se a consola híbrida da Nintendo automaticamente tornado a consola a que usualmente recorro para as minhas sessões de jogo. Este facto, num ano comum, seria suficiente para a escolha passar a ser mais fácil, mas 2017 foi de facto um grande ano para a Nintendo Switch em todos os aspetos, e para os seus jogadores também. De entre os jogos que tive oportunidade de experimentar, The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey destacaram-se claramente e acredito que se tivessem sido lançados em anos diferentes, seriam o meu jogo de cada um desses anos.
Assim, é depois de refletir e jogar bastante cada um deles que escolhi Super Mario Odyssey como o meu jogo do ano. Enquanto Breath of the Wild prima pelo seu toque mais sereno e melancólico, Super Mario Odyssey segue na direção oposta e apresenta-nos, de início ao fim, e sem nos deixar recuperar o fôlego, momentos de pura diversão, com uma variedade incrível de situações caricatas, bem trabalhadas e de nos fazer ficar de sorriso na cara.
Os momentos épicos repetem-se com uma frequência muito elevada, que apenas vai aumentando à medida que nos aproximamos do final. É impossível de decidir qual o destaque de Odyssey: os mundos mais abertos?; a variedade incrível de cenários e estilos artísticos, que parecem fora de lugar e de fazer cair o maxilar aos fãs do ex-canalizador?; a mecânica de captura?; a exploração e o desafio de completar tudo, sem se tornar aborrecido ou repetitivo?; as referências aos jogos clássicos da franquia, que brincam com as nossas mais queridas memórias de infância?… é impossível de decidir.
Super Mario Odyssey é daqueles jogos que nos consegue alegrar mesmo nos momentos mais difíceis, que nos faz ficar agarrados ao ecrã à procura do próximo segredo, ou a explorar a próxima ideia e aventura que o ecrã nos mostra em ponto pequeno, apenas para que, já tendo explorado tudo, nos faça querer voltar atrás e viver tudo de novo. Uma verdadeira odisseia em todos os sentidos, este é um jogo pelo qual se compram consolas. Quem for fã de jogos de plataformas, não o pode deixar escapar. Quem não for, também não.
Cuphead
Por: Ricardo Silva
O ano de 2017 trouxe alguns grandes jogos multiplataformas como Resident Evil 7, Wolfenstein II: The New Colossus, Prey, Assassins Creed: Origins, entre outros. Sendo eu um membro da equipa do Portugal Gamers mais focado em Xbox a minha escolha acabou por ser, com alguma naturalidade, um exclusivo. Desta forma acabei por optar por um título que com certeza faria as delícias em qualquer plataforma que fosse lançado: Cuphead. Desde a sua apresentação inicial que o jogo vinha a prometer algo muito especial e aquando do seu lançamento superou as expetativas.
Cuphead tornou-se uma espécie de coqueluche no mundo dos videojogos. Sendo um jogo bastante desafiante acabou por ser considerado um “Dark Souls de plataformas”, no entanto destaca-se principalmente o trabalho a nível estético, em geral com um look muito inspirado em cartoons dos anos 30 e 40, porém também com muitas inspirações em jogos de épocas mais recentes. É um jogo que marca pela sua originalidade e genialidade numa época de “seca” em termos de imaginação, mesmo sendo apenas um jogo de plataformas em 2D, que só vem a provar que sair um pouco dos limites da imaginação pode levar a um pequeno jogo tornar-se enorme.
Horizon: Zero Dawn
Por: Carlos Nunes
O ano de 2017 foi provavelmente um dos melhores anos da industria dos videojogos, tivemos o lançamento da Nintendo Switch no mês de Março que se veio a afirmar ainda no decorrer do ano, tendo batido records de vendas em vários países como Japão ou Estados Unidos. Além de que, para a consola da Nintendo, chegaram-nos jogos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey.
Já para os lados da Microsoft tivemos o lançamento daquele que prometeu e cumpriu ser o “Monstro”, Xbox ‘Scorpio’, que passou a ser oficialmente a Xbox One X, que chegou às lojas no dia 7 de novembro e já mostrou ser capaz do que inicialmente prometeu, ser a consola mais potente do mundo.
Forza Motorsport 7 é o jogo que mais se destaca no quesito visual, contudo com o aparecimento de PUBG para a consola, esta conseguiu impulsionar as suas vendas de forma bastante significativa.
Ficamos à espera de novas revelações para o ano de 2018.
Mas não é disso que falamos aqui, mas sim daquele que foi o jogo que mais me tocou em 2017, apesar deste ter sido um ano excelente no que toca a lançamentos, com muitos lançamentos e com muita qualidade, Aloy foi quem mais brilhou e quem mais me “prendeu”.
A Guerrilla Games, estúdio Holandês e mãe do icónico Killzone criou algo com aspirações completamente diferentes do que tinha criado até a data, explorando as possibilidades daquilo que um Open World nos pode trazer, e potenciou-as de uma forma quase brilhante.
Este é um mundo onde vemos uma fusão entre o tribal e o futuro, esta dicotomia ontológica leva-nos a questionar de forma constante o universo do jogo e onde nos encontramos, queremos as respostas aos enigmas colocados pelas suas personagens e pelo enredo em si. O mundo é belíssimo, recheado de máquinas que ou servem para nos dificultar as missões e nos fazem fugir ou lutar com cenas épicas de ação, ou então são apenas um regalo para a carismática Aloy olhar e apreciar um mundo diversificado que nos parece extremamente natural e orgânico.
O jogo contou também com elementos RPG bastante sólidos, bastantes melhorias a ser feitas nas armas, na personagem e tudo o que foi sendo aprendido acabou por ter pertinência… o método de upgrades não foi adicionado apenas porque sim, sendo que todos eles acabaram por fazer sentido e permitir a que cada jogador se adaptasse da melhor maneira a forma como queria viver esta aventura.
Adorei todos os minutos passados em Horizon Zero Dawn, apenas dei descanso à consola quando o terminei e voltei a explorar todos os pontos onde era possível levar Aloy, sempre acompanhado por uma excelente banda sonora, diga-se.
Por tudo isto e por muito mais, e não sendo o artigo uma análise, este foi o jogo de 2017 que mais me surpreendeu e que sem dúvida trouxe algo mais aos Open World, elevou em muitos aspetos este género de jogo, tornando-se numa referência incontornável.
Metroid Samus Returns
Por: Carla Gonçalves
Com a minha indecisão crónica é sempre difícil escolher o que quer que seja, principalmente quando estamos a falar do jogo do ano. Existem inúmeros critérios, melhores gráficos, narrativa, jogabilidade, etc, etc. E se fossemos por aí, a minha escolha seria infinitamente mais difícil ou simplesmente optaria por aqueles que acabam por ser a escolha de toda a gente – por razões óbvias. Mas se estivermos a falar daquele jogo que me marcou em 2017, então não posso fugir a Metroid: Samus Returns.
Nem um side-scroller nem um Prime pareciam estar nos planos da Nintendo e a esperança quase que morreu com o lançamento de Federation Force. Mas quando o remake de Metroid II: Return of Samus foi anunciado… foi a loucura. Poderíamo-nos focar no negativo, (como o remake feito por fãs que ficou pelo caminho, por exemplo) mas o que é certo é que já há muito tempo que não ficava tão embrenhada num jogo da 3DS, explorando o máximo possível e perdendo-me naquele mundo alienígena. Com a era da Internet, já quase que não sabia o que era passar um jogo sem recorrer a ajuda externa e desta vez não tive ajudas de ninguém – o que aumentou ainda mais a satisfação quando finalmente explorei o mapa totalmente e derrotei o boss final (mas mesmo o final a sério!).
Samus Returns pegou em tudo aquilo que foi dado aos fãs ao longo do seu percurso pelas consolas da Nintendo e juntou-o num bonito pacote de jogabilidade coesa e variada, um mundo graficamente detalhado e uma aventura de Samus que já há muito era pedida – e que quase foi vista como algo de eras passadas que já não se iria repetir.
Escusado será dizer que estou super ansiosa pelo novo título de Metroid Prime e ainda mais para ver qual será o futuro de Samus com a Nintendo. A insatisfação é algo natural e apesar de ter adorado Samus Returns, queria muito ver Samus voltar com uma nova aventura – à moda antiga, como os clássicos que ajudaram a moldar um género e muitos outros jogos que se seguiram.
Samus Returns é o meu GOTY porque me relembrou velhos tempos em que me deixava levar completamente por um jogo e pelo seu mundo. É o meu GOTY porque mostrou que é possível pegar em algo já de si icónico e fazer ainda mais, mostrando o potencial de uma série que ainda tem muito para dar – e com uma qualidade que muitas vezes se perde ao longo de vários títulos. É o meu GOTY porque mostra que não são precisos grandes espectáculos e truques para criar um bom jogo. Os clássicos são-no por bons motivos.
Super Mario Odyssey
Por: Eduardo Oliveira e Sousa
O meu jogo favorito do ano passado foi o Super Mario Odyssey para a Nintendo Switch. A Nintendo ao longo destes anos já nos habituou à qualidade dos seus jogos, pela inovação na forma de jogar. É muito raro, quase impossível eles repetirem a fórmula de gameplay. Muito do divertimento dos novos títulos da Big N está por detrás dessa filosofia. Com Odyssey foi exatamente isso que aconteceu, a implementação do Cappy, com a captura dos inimigos – o que nos obrigava a adaptar à forma de jogar daquele boneco diferente, trazendo consigo a grande inovação do titulo. Mas a Nintendo não parou por aí, a própria jogabilidade do Mario ficou afinada à perfeição – veja-se só que o Mario agora possui físicas de movimento mais realistas, uma estreia para a série! Além disto tudo, temos mais de uma dezena de mundos para explorar, cada um deles a pedir para ser desvendado. O design de cada mundo é simplesmente soberbo, desde desertos gélidos com uma influência mexicana até a uma enorme cidade que faz relembrar Nova Iorque. Existe um certo elemento “open-world” que não nos interrompe a aventura sempre que apanhamos uma lua, algo que acontecia nos títulos até então. Ainda tenho horas e horas de jogo pela frente e faltam-me cerca de 400 luas para chegar às 999. A nota que demos ao jogo foi 10/10 e olhando em retrospetiva considero-a completamente justificada. É um must-play de 2017 e faz-me ter plena confiança naquilo que a Nintendo nos reserva para o futuro.
E estas foram as escolhas da equipa. Agora queremos saber qual foi o melhor jogo de 2017 para os nossos leitores; os jogos que mais vos marcaram. Para isso decidimos abrir uma votação, que poderão ver em baixo.