Jogo do Ano 2019 – As escolhas da equipa

É verdade, mais um ano passou e está naquela altura de escolher o jogo que mais se destacou em 2019. Essa nunca é uma tarefa fácil, afinal de tudo são 12 meses a serem lançados diversos jogos para várias plataformas – muitos deles de grande qualidade – no entanto há sempre aquele que para nós se tornou especial, e como já é tradição, a equipa da Portugal Gamers juntou-se para referir qual o seu GOTY. No final do artigo, os nossos leitores terão a possibilidade de votar também no seu Jogo do Ano 2019.

 

Devil May Cry 5

Por: Luís Almeida

Em Março de 2019 tive a oportunidade e prazer de analisar o Devil May Cry 5, e uma das conclusões a que cheguei é que era o melhor jogo da franquia e um dos melhores hack and slash desta geração. Duas grandes afirmações que reitero.

Superou todas as minhas expectativas, e é muito difícil um jogo conseguir fazer-me isso hoje em dia. Aliás, vou admitir uma coisa aqui e agora: nunca fui assim grande fã da série, e antes do 5, só um me tinha conseguido convencer – o DmC Devil May Cry da Ninja Theory -, portanto para nomear um Devil May Cry como meu Jogo do Ano de 2019, é porque o jogo é mesmo muito bom.

É que conseguiu um “combo técnico” que fez o jogo se sobressair perante os outros: tem uma jogabilidade frenética, diversificada e extremamente divertida, acompanhada de uma banda sonora fantástica, momentos épicos e uma excelente história, que nos agarra até ao fim. Além disso tem uma boa quantidade de bosses, uma grande longevidade para o género – cerca de 15 horas -, e é simplesmente um jogo recheado de ação e muito badass.

Como tal, a minha escolha para GOTY 2019 não poderia ser outra. Da minha parte, Devil May Cry 5 leva o prémio para casa!

Menções Honrosas:

A Plague Tale: Innocence

Este jogo trata-se de uma nova propriedade intelectual, e por isso mesmo, dada a sua qualidade, se tivesse que levar algum prémio para casa da minha parte, seria de “Maior Surpresa do Ano”. Normalmente acho os jogos stealth aborrecidos, mas A Plague Tale: Innocence consegue contornar de forma exímia a falta de ação com uma história de topo: Amicia e Hugo perderam a sua família, e estão numa jornada de sobrevivência – a fugir da Inquisição, lidar com a Peste e os ratos que aparecem às centenas, por vezes aos milhares, e que devoram as pessoas. Amicia tem ainda um outro problema entre mãos, que é a doença desconhecida do seu irmão, Hugo. O jogo também consegue brilhar no que toca à jogabilidade, devido à interação entre Amicia e Hugo, pois abre uma panóplia de possibilidades ao longo do jogo. Teria sido o meu GOTY, se o Devil May Cry 5 não tivesse saído este ano.

Days Gone

Ah, cá está o jogo mais underrated do ano! Quem anda atento a esta industria e costuma ir ao Metacritic, sabe a média que Days Gone tem e a reputação que ganhou pela comunidade muito devido a isso. Não se iludam, no que toca a tema zombies – que neste caso são designado de freakers – e respectiva sobrevivência, é uma das melhores opções do mercado. Um jogo de mundo aberto altamente detalhado e extremamente interactivo, em que o perigo espreita a cada esquina.

Outras Menções:

Kingdom Hearts 3;

Judgment;

Life is Strange 2;

Control;

Star Wars: Jedi Fallen;

Pokemon Sword;

Gears 5

Astral Chain

Call of Duty: Modern Warfare

 

Sekiro: Shadows Die Twice

Por: Rodrigo Carneiro

No artigo dos melhores jogos de 2018, mencionei que muitos jogos não tinham recebido a devido atenção porque estava claro que algumas empresas já pensavam na nova geração, e se em 2018 isso já se mostrava evidente, em 2019 já não havia maneira de esconder, com jogos a serem adiados, empresas a optarem por transmissões pontuais e com poucas informações concretas e com jogos que claramente poderiam ser lançados nessa geração, mas estrategicamente estão a ser postergados o máximo possível para serem lançados numa janela de lançamento que propicie o lançamento para ambas as gerações.

Mas ainda assim, houveram jogos que conseguiram fugir um pouco desse lado comercial e sem muita surpresa, jogos que não agradaram ao grande público.
Quem acompanha os artigos e análises que já escrevi, tem total conhecimento da minha paixão de RPG, principalmente jogos do género dentro do estilo souls-like, por isso a minha escolha não poderia ser outra se não Sekiro: Shadows Die Twice. Para muitos diversão é divulgar a sua experiência através de vídeos e transmissões, para outros é alcançar a melhor pontuação, enquanto outros optam por destacar-se em concluir o jogo no menor tempo possível, mas para mim, diversão é ser desafiado dentro de um jogo que possui elementos atrativos, ofereça novos desafios e com verosimilhança e é isso que Sekiro entrega, um jogo que apanha todo o conceito desafiador de Dark Souls e evolui para algo que faz até os maiores fãs sofrerem.

Em Dark Souls era bem comum o cenário ser o seu pior inimigo, com buracos em locais estratégicos ou inimigos posicionados em locais onde numa primeira experiência era quase certo que te fariam cair, em Sekiro: Shadows Die Twice isso foi deixado de lado, para dizer claramente ao jogador que se ele morrer, não foi por causa do cenário, do posicionamento dos inimigos ou até mesmo pela câmera, ele morreu porque não foi capaz de dominar aquele inimigo ou o seu moveset e isso vem aliado a uma experiência totalmente single-player, já que o jogo não oferece nenhuma vertente online, ou seja, chamar um amigo para derrotar aquele boss desafiador não é uma opção e isso me fez reviver aquilo que senti em 2011 quando joguei e analisei Dark Souls: um sentimento de que aquele jogo, após muitos anos como jogador, seria o primeiro que eu não conseguiria ultrapassar nem um dos primeiros bosses. Obviamente que Sekiro não é um jogo para a grande maioria dos jogadores, basta lembrar que até criaram petições para adicionar um modo fácil ao jogo, mas é garantido que aqueles que decidirem realmente imergir nesse jogo, vão experienciar praticamente do começo até o final (principalmente no final) o mais verdadeiro sentimento de superação possível dentro de um videojogo.

Shenmue III

Por: Eduardo Oliveira e Sousa

Mais um ano passou, mais uma série de jogos fantásticos que a Portugal Gamers teve o privilégio de analisar e noticiar para os nossos leitores.
Para começar, como já se tornou costume, gostaria de agradecer aos nossos leitores, fãs, seguidores nas redes sociais e amigos mais próximos por todo o apoio demonstrado ao longo deste ano. O trabalho da Portugal Gamers expandiu-se imenso neste último ano, para além de cobrirmos o mundo dos videojogos como já é habitual, passamos a organizar sessões de apresentação e debate de videojogos em parceria com o El Corte Inglés. O objetivo destas é trazer a indústria e o mundo dos videojogos para a linha da frente, em conversa com outras publicações independentes. Mas não é tudo, a Portugal Gamers agora dedica-se, de igual forma, ao mundo da sétima arte. Em virtude destas novas ligações, organizamos dois eventos de apresentação em Novembro, com muitos mais preparados para o ano que vem, e realizamos imensos passatempos para os nossos seguidores, nos quais sorteamos entradas para estreias de vários filmes no cinema.

Aqui naturalmente caberá o aviso, também costumário, de que escrevo num tom muito pessoal. A posição aqui descrita não é da edição, da direção editorial ou de qualquer equipa dedicada a uma plataforma, é apenas minha. Tendo isto dito, peço desde já desculpa por algum lapso de escrita ou no seguimento lógico daquilo que me leva a escolher o meu jogo do ano. É uma escolha de coração, aquilo que mais me divertiu.

Este ano a seleção fica entre o Death Stranding, um jogo extremamente divisivo do Sr. Hideo Kojima, e do Shenmue III, trazido à luz do dia pelo projeto Kickstarter de Yu Suzuki.
Antes de explicar a minha escolha, vou rapidamente fazer uma lista de alguns jogos com que muito me diverti. Entre estes temos o Astral Chain e o Link’s Awakening na Switch, o Resident Evil 2 e Kingdom Hearts III na PS4, o fantástico Blood and Truth e o Ghost Giant para a PSVR, Anthem, The Outer Worlds e a expansão Shadowbringers para o FFXIV no âmbito multiplataformas.

Voltando ao jogo do ano, é necessário que o leitor compreenda que, tendo eu nascido em 1985, apanhei com a era Dreamcast/PS2/Xbox/Gamecube mesmo no amago da minha adolescência. Tinha 15 anos acabados de fazer quando os meus pais me ofereceram como prenda de Natal a Sega Dreamcast, e um dos jogos já disponíveis à data não era, nem mais nem menos, do que Shenmue.

É daquelas memórias que agora me recordo e me trazem um sorriso aos lábios. Explicarei porquê de seguida. Há uns dias atrás encontrei-me com um amigo de infância, e mostrando-lhe a minha análise ao Shenmue III, ele recordou-se e disse:
– “Eu acho que tive a tua Dreamcast com o Shenmue durante uns dias lá em casa.”
– “É verdade”, disse eu. Relembrando-me nesse momento que a minha Dreamcast andou pela
casa de alguns amigos mais próximos, acompanhada pelo Shenmue, só para que o pudessem
jogar.

Não havia nada igual. Shenmue era de tal forma detalhado e realista que nos colava a cada momento da narrativa. Tal era a loucura que tínhamos pela história de Ryo Hazuki e a sua aventura para vingar a morte do pai, o seu dia a dia, os joguinhos de arcade, as corridas de empilhadora, que dia após dia, voltávamos à consola que estava muito adiante do seu tempo, para acompanhar a rotina de Ryo.

Envelheceu terrivelmente, mas possui um certo charme do início dos anos 2000 que consegue ser algo mentalmente rejuvenescedor. Sempre que o jogo, sinto-me novamente com 15 anos de idade, incerto do mundo que aí viria, mas maravilhado que alguém conseguisse criar um jogo com tanto detalhe. Gosto mais do Shenmue II pelas melhorias que trouxe e pelo mundo bem mais desenvolvido que apresenta, mas a sensação de andar nas ruas de Yokosuka pela primeira vez a falar com os seus habitantes, é algo que dificilmente esquecerei.

Saudosismos à parte, a minha idade também me permitiu acompanhar a saga Metal Gear Solid desde o seu início na PlayStation (não obstante ter posteriormente acedido aos famosos Metal Gear I e II para a MSX). Ainda tenho o gorro que a Fnac oferecia na compra do Metal Gear Solid II para PS2. Isto para dizer que, à exceção de alguns jogos como Snatcher ou Policenauts, tenho seguido a obra de Hideo Kojima com algum afinco.

E sim, a minha geração apenas comprou o Zone of Enders, que se acabou por revelar um jogo fantástico de mechas, para poder aceder à demonstração jogável de Metal Gear Solid II.
Foi com bastante tristeza que vi Hideo Kojima sair da Konami, até mesmo dada a natureza da sua saída, as questões ligadas com a justiça mexem bastante comigo, e na minha opinião se ele ficou tanto tempo na Konami, foi mesmo para poder acabar a sua obra de forma satisfatória.

Tendo passado o que ele passou, qualquer outra pessoa teria arrumado as malas e apresentado a demissão no dia a seguir. Celebrei quando soube que Kojima tinha realizado uma parceria com a Sony, era afinal de contas, apenas justo. Death Stranding, com toda a polémica que trouxe consigo, foi uma experiência inesquecível e provavelmente será durante muitos anos, inigualável. Não há nada igual, é difícil categorizar aquele jogo. Conta-nos uma história sobre perda e reconstrução da sociedade, mas a jogabilidade assenta em algo diferente: entregas! É quase um hino aos serviços postais, e faz-nos reconhecer e ficar gratos pelas inovações técnicas nas entregas de hoje em dia, com estradas, veículos e acompanhamento permanente. A forma como o jogo nos liga aos outros jogadores é absolutamente genial e também passa uma mensagem muito positiva. Tem os seus momentos tristes, mas não é um jogo triste! É um jogo cheio de esperança, e é impossível não ter ficado comovido quando, passadas umas 30 horas, o pano finalmente cai.

Shenmue III inova em muito pouco, é formulaico e rígido na sua execução, mas devolve-nos ao mundo que ficou parado há 18 anos atrás com o lançamento de Shenmue II. No entanto, consegue ser atual pois além de ser mais bonitinho – bem mais bonitinho, é difícil não pensar que algumas coisas, como o sistema de treino e de combate, foram inicialmente pensadas para ser assim. Se havia coisa que eu detestava no antigo Shenmue I e II era o combate, e Shenmue III finalmente arranja essa parte do jogo, elevando-a a um nível muito superior. Dei por mim a chegar à conclusão que estava a jogar um Shenmue evoluído em 2019, com 34 anos. Tem aquele charme clássico de Shenmue mas joga bem com as minhas expectativas de como ele deveria ser, de como quereria que ele fosse.

Foi muito difícil escolher, e embora considere que Death Stranding seja, em vários aspetos, vastamente superior, foi por Shenmue III que vim a correr várias noites seguidas, antes de dormir, para ligar a minha PS4, e foi com ele que mais me diverti, pois vi um mundo que já não via há muitos anos a ganhar vida novamente à frente dos meus olhos, mais bonito que nunca. Shenmue III é o meu jogo do ano.

Kingdom Hearts 3

Por: Tiago Cruzeiro

Pode não ser um título consensual, mas seria impossível para mim não selecionar Kingdom Hearts 3 como jogo do ano 2019.

Depois de muitos anos de espera, com a maioria deles completamente no escuro se algum dia veria esta sequela, Kingdom Hearts 3 tinha muitas expectativas para cumprir – e a verdade é que cumpriu! Fiquei satisfeito com a forma como a saga “Xehanort” se concretizou e como foi feito o setup para o futuro, e honestamente com uma história tão turbulenta, acho que chegar ao fim fazendo algum sentido foi um feito e pêras.

Mais do isso, o gameplay está no pico da série, é diverso e divertido, suave, satisfatório e uma festa visual, pecando apenas por não ser mais desafiante (algo que, entretanto, já mudou um pouco). Os mundos são fantásticos de explorar e muito mais vivos que no passado, com mais espaço, personagens espalhadas pelo mapa e arte e animação fantásticas. A banda sonora continua incrível, outro palmarés da série.

Em suma, a magia continua no jogo, e este é um jogo que vive da sua alma caricata, daquela mixórdia de coisas que não devia ser boa mas é. É difícil de explicar, mas é daqueles jogos que cativam e não apetece largar. Ansiosamente à espera do DLC!

Menções Honrosas:

Devil May Cry 5
Um retorno à forma para DMC. Depois do “reboot” não pensei que este jogo alguma vez chegasse, mas cá está ele! Frenético, divertido, desafiante. Caminha a ténue linha do ridículo e “over-the-top” sem ser “cringe” de forma sublime, algo que a versão de 2013 falhou redondamente.

Control
O jogo passou um bocado debaixo do radar para muitos, mas encontrei aqui um título interessante e que me cativou. Poderes telecinéticos são sempre divertidos e a história é intrigante. Primeiro jogo que me vendeu ao Ray Tracing, com uma excelente implementação e aspecto fenomenal.

My Friend Pedro
Ação, diversão, parvoíce, as minhas coisas favoritas! My Friend Pedro fez-me lembrar o original Hotline Miami na abordagem ao gameplay e foi uma óptima surpresa de 2019.

 

Fire Emblem: Three Houses

Por: Francisca Silva

Fire Emblem é uma das melhores séries de jogos de estratégia, se não mesmo a melhor, de sempre. Embora tenha tido lançamentos para consolas como a GameCube e a Wii, desde 2007 que não víamos um jogo desta franquia a chegar a uma consola doméstica. O lançamento de Three Houses em julho deste ano marcou por isso finalmente o retorno desta série a uma consola doméstica, assim como a passagem de Fire Emblem para uma consola de alta definição. O resultado final dificilmente poderia ter sido melhor. Aquilo que a Intelligent Systems e a Koei Tecmo fizeram pela série com Three Houses equipara-se à revolução que esta sofreu em 2013 com o lançamento de Awakening, e julgo que acaba por a superar em diversos pontos.

Three Houses conta com uma campanha verdadeiramente magnífica que se divide em várias linhas de eventos que explicam toda a estória deste universo e que são necessárias para que compreendamos tudo ao pormenor. Não se preocupem, no entanto – se não tiverem muito tempo para jogos (como infelizmente também deixei de ter), apenas concluindo uma delas terão já desfrutado de uma jornada verdadeiramente esplendorosa, repleta de personagens e momentos que levarão convosco na memória após a terem experienciado. Esta campanha, juntamente com os vários minijogos adicionados, toda a dinâmica de sermos professores numa academia num estilo bastante clássico num mosteiro, as relações com os nossos alunos (em que somos para eles uma verdadeira inspiração) tornam Three Houses no Fire Emblem mais robusto e melhor desenvolvido em tudo o que rodeia os combates propriamente ditos.

Estes continuam a ser extremamente divertidos e viciantes, com uma série de novidades, e agora temos ainda uma melhor motivação para querer chegar ao próximo e mover as nossas unidades pelo campo de batalha (um verdadeiro campo de batalha nesta iteração da série, com os Batallions). Three Houses foi o único jogo de longa duração que consegui acabar este ano, e não me arrependo de todo das horas que lhe dediquei. Enquanto aproveito a interrupção natalícia para lhe dedicar um pouco mais de tempo, só fico à espera do que a série nos trará numa próxima entrada. Que pode demorar o tempo que for necessário – ainda há muito por explorar por aqui em Fódlan.

Menção Honrosa – Tetris 99

Sim, estão a ler bem. Tetris 99. Apesar de Fire Emblem: Three Houses ser o meu jogo do ano, o único jogo de longa duração que acabei este ano, e de constituir uma experiência fenomenal de início ao fim a nível narrativo e de jogabilidade… o jogo que joguei mais este ano foi Tetris 99, e foi com este que me diverti mais também. A Nintendo Switch não permite guardar informação precisa sobre o tempo dedicado a cada título, mas apresenta um valor aproximado num intervalo de cinco horas (por exemplo, se jogaram 7 horas, aparece “Estou a jogar há pelo menos 5 horas”, mas se jogaram 10 horas, aparecem “Estou a jogar há pelo menos 10 horas”, mas igualmente se jogaram 11 horas, por exemplo, ou 14 horas). Pelo que consta no meu perfil, dediquei pelo menos 250 horas a Tetris 99 desde que este foi lançado como bónus para os subscritores do Nintendo Switch Online após o Nintendo Direct de fevereiro deste ano.

Sou fã de jogos de puzzles, e acabei por jogar imenso Tetris 99 enquanto ouvia podcasts, vídeo-ensaios e audiobooks enquanto estudava ou ficava a ouvir por exemplo discussões do canal GameXplain. E se antes recorria a Picross 3D Round 2 com este propósito, agora não olho para trás. Competir com outras pessoas num battle royale de Tetris é extremamente viciante. E o jogo realmente começou por aí, mas ao longo de meses e com um conjunto de DLC, neste momento é talvez o jogo mais completo e divertido de Tetris que poderão experienciar, em qualquer plataforma. Temos um modo apenas para os que já venceram o modo battle royale original, modos multijogador com amigos offline e online, modo de equipas contra equipas, modo maratona, modo contra o CPU… e agora também temas, troféus e eventos limitados.

Tetris 99 é não só possivelmente a melhor experiência Tetris desde a sua origem nos anos 80, é também um jogo que continua a melhorar de uma forma bastante significativa e uma das melhores experiências multijogador deste ano. Não fora pela experiência narrativa e estratégica com que me deparei ao jogar Three Houses, este seria sem dúvida o jogo que escolheria como o meu favorito deste ano. Ainda assim, Tetris 99 esteve bastante próximo de tomar o primeiro lugar. Esta é mesmo uma experiência fantástica e extremamente viciante, que se ajusta na perfeição à filosofia da Switch, permitindo partidas rápidas onde quer que estejam – offline ou online.

 

Metro Exodus

Por: Carlos Nunes

Este ano, foi um dos que passei mais distante da indústria, isto no que toca a jogar do início ao fim grandes títulos que ainda tenciono, com afinco, terminar! 2019 foi um ano em que a indústria de videojogos relaxou em relação ao mercado, muito pelo anúncio das consolas de nova geração, contudo, para quem gosta realmente de jogar foi um ano em que nada desiludiu, ou então sou eu que sou um otimista.

Apesar de 2020 estar com um cartaz de anúncios poderoso, 2019 é um ano do qual não me esquecerei, e um dos motivos é precisamente a escolha daquele que para mim foi o melhor jogo deste período.

Metro Exodus chega-nos do pequeno estúdio Ucraniano 4A Games com uma proposta totalmente focada nos livros de Dmitriy Glukhovskiy, moscovita que cedo descobriu o gosto pela escrita e desenvolveu uma história baseada num mundo pós apocalíptico mas com todas as suas especificidades, que fazem desta uma trama única.

Posto isto, e sabendo que geralmente as adaptações entre meios tendem a não correr propriamente bem, chegamos à conclusão que é tudo o que não acontece em qualquer um dos videojogos de Metro, especialmente neste último capítulo.

Apesar da popularidade relativamente baixa em relação a todos os outros grandes shooters FPS, Metro segue uma linha de desenvolvimento totalmente independente do que podemos considerar modas, preocupou-se apenas em respeitar a sua ideia assim como a visão criativa e artística do videojogo: sem modo multijogador, sem microtransações, apenas o jogador e a história.

Assim como nos dois primeiros títulos, o jogo centra-se ao redor dos Metros de Moscovo onde tudo acontece. Uma luta desenfreada pela sobrevivência humana após a trágica guerra nuclear que dizimou a atmosfera terrestre. Porém, em Metro Exodus existe uma curiosidade face aos jogos anteriores, circulamos maioritariamente pela superfície (anos após a tragédia) e saímos da zona metropolitana de Moscovo partindo numa aventura por uma espécie de Terra Prometida.

O jogo tem quatro grandes zonas onde nos podemos mover livremente, e cada uma destas zonas representa uma estação do ano. Ao longo que o tempo passa e progredimos na história, os cenários vão mudando assim como a durabilidade virtual da nossa experiência (casos raros são aqueles em que o tempo é um elemento importante). Cada zona está desenhada de forma totalmente diferente com cenários distintos e com muito para fazer, desde das missões principais a missões secundárias ou simplesmente pela necessidade contínua de apanharmos balas para nos sentirmos mais seguros em cada esquina que cruzamos. De facto a atmosfera é assustadoramente encantadora, senti-me preso durante toda a jornada.

A banda sonora e o trabalho dos atores é também fabuloso e a cada hora há um entusiasmo cada vez maior entre nós e os personagens. À medida que o desfecho se aproxima a quando nos apercebemos do que realmente vai acontecer, tudo fica mais tenso e emotivo. Não vou spoilar como é óbvio mas acho que é uma obra que merece de forma genuína todo o apoio que conseguir, pois provaram que com pouco se pode fazer muito e é para mim um motivo de orgulho ver este jogo inscrito no enorme moral de jogos que abundam esta incrível industria. Metro Exodus promove a evolução e nega o conceito “o que vende é que é bom”.

Um desejo de ótimos jogos e um feliz 2020!

Menções Honrosas:

GRIS                                                                                                                                                                        Call of Duty Modern Warfare
Death Stranding
Days Gone
Sekiro
Control
Resident Evil 2: Remake
MediEvil

 

Em baixo poderão votar no vosso Jogo do Ano de 2019. Da nossa parte, é tudo, portanto resta-nos desejar um Próspero Ano Novo. Que continuem a ser os excelentes utilizadores que têm sido e a quem estaremos eternamente gratos.

Qual foi o melhor jogo de 2019?

Devil May Cry 5
Sekiro: Shadows Die Twice
Shenmue III
Kingdom Hearts 3
Fire Emblem: Three Houses
Metro Exodus
A Plague Tale: Innocence
Days Gone
Judgment
Life is Strange 2
Control
Star Wars: Jedi Fallen
Pokemon Sword and Shield
Gears 5
Astral Chain
Call of Duty: Modern Warfare
Death Stranding
My Friend Pedro
Tetris 99
Resident Evil 2: Remake
MediEvil
Apex Legends
The Outer Worlds
Mortal Kombat 11
Luigi’s Mansion 3
Outro? Se sim, qual? (Refiram na zona de comentários)
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