Labyrinth City: Pierre the Maze Detective (PC) – Análise

Baseado no livro Pierre The Maze Detective, de Hiro Kamigaki, Labyrinth City: Pierre the Maze Detective tenta replicar a experiência da obra para crianças, que nas suas páginas se encontra repleta de puzzles escondidos em intrincados labirintos.

Não é fácil replicar o mesmo tipo de experiência num videojogo, principalmente uma vez que este tipo de experiência em livro é muito mais desafiante e difícil – o único paralelo que me vem à mente são os livros de Onde Está o Wally, onde é muito fácil perdermos o olhar, face à sua versão em videojogo, que beneficia de uma vista aumentada, entre outros fatores.

Labyrinth City ainda assim consegue ser bem-sucedido, mantendo as ilustrações características do livro e animando os cenários caóticos que perfazem os ditos labirintos. Sim, porque aqui tudo é um labirinto e a nossa tarefa é descobrir a saída – com alguns mistérios pelo caminho.

Mas vamos começar pelo sítio mais lógico, que é efetivamente o início.

O tenebroso Mr. X roubou a Maze Stone e causou o caos na cidade. Este artefacto tem a capacidade de transformar o que a rodeia num labirinto, obrigando a que Pierre se esforce ao máximo para vislumbrar soluções para enredados labirintos, no seu esforço de tentar parar o Mr. X e recuperar o artefacto. Isto acaba por dar o mote a toda a jogabilidade, em que cada nível é efetivamente um labirinto. Pierre não só tem de navegar o cenário à procura de Mr. X, mas também poderá descobrir tesouros e troféus, bem escondidos nos labirintos.

Os labirintos de Pierre são transpostos para o videojogo de modo impecável.

Em teoria, tudo isto parece emocionante, mas na prática é uma experiência de jogo bem linear e que, sinceramente, me desiludiu. Lá está, talvez as minhas expectativas estivessem no lugar errado, estando à espera de uma experiência semelhante à da minha infância, com Onde Está o Wally. Mas o que é certo é que é difícil perdermos-nos nos labirintos de Pierre quando temos várias setas roxas bem visíveis a apontarem-nos o caminho.

O desafio acaba por recair muito mais nos objetivos opcionais (os tais troféus e tesouros) do que propriamente na experiência de atravessar os cenários intrincados, e isso desilude-me. Adicionalmente, não entendo porque é que – estando a jogar em PC – não é possível utilizar o rato. Somos obrigados a utilizar as setas direcionais para movimentar Pierre e o movimento é, no mínimo e para ser simpática, tosco.

O ponto extremamente positivo é efetivamente a arte do jogo e tudo aquilo que compõe o seu mundo. Estamos aqui a assistir à transposição de uma ilustração para um diferente tipo de meio de entretenimento, mas o estúdio Darjeeling conseguiu tornar o mundo e os cenários o mais vivos possíveis. Desde as animações aos efeitos sonoros e até à interação que é possível ter, tudo contribui para que os labirintos de Pierre sejam pitorescos e animados.

Em suma, Labyrinth City: Pierre the Maze Detective é um pequeno jogo que acaba por ser bem-sucedido em transpor para um videojogo a realidade de aquilo que é um puzzle ilustrado. Seria bom ver um nível de desafio superior, ou pelo menos que existisse a possibilidade de optar por um nível de dificuldade, mas considerando que as suas origens eram direcionadas para um público mais jovem, podemos considerar que Labyrinth City se tenta ajustar aos jogadores aos mais novos.

É um jogo interessante, vivo e agradável que poderá dar algumas horas de entretenimento aos mais pequenos – pelo menos aqueles que entendam algum inglês ou que o façam acompanhados dos mais velhos.

Opinião final:

Apesar da dificuldade mínima, Labyrinth City: Pierre the Maze Detective consegue ser bem-sucedido na sua adaptação dos livros infantis. Com cenários bem ilustrados, é um pequeno achado para os mais novos.

Do que gostamos:

  • Ilustrações que remetem aos livros originais;
  • Interação e efeitos sonoros fazem com que o mundo se faça sentir vivo.

Do que não gostamos:

  • Dificuldade muito baixa e labirintos demasiado lineares.

Nota: 8/10