LEGO The Incredibles – Análise

O panorama de videojogos com associações a produções cinematográficas já foi moda e prato do dia, mas dado muitos dos seus fracassos é algo que temos visto a decrescer na indústria, devido à sua vulnerabilidade de sucesso. Apenas ficam aqueles que conseguem reproduzir de forma mais fiel o conteúdo que as grandes produtoras de Hollywood pretendem. É precisamente neste ponto que entra a  Lego do Traveller’s Tales, que tem desenvolvido um ótimo trabalho em associações que trazem vários sucessos de bilheteira ao mundo das consolas e da interatividade. Prova disso é a continuidade que apresenta em lançar títulos de diferentes universos associados ao cinema conseguindo a confiança e “luz verde” para avançar com as suas produções por parte de variadíssimos estúdios.

Desde o Lego Star Wars em 2005, a série recebeu super-heróis, dinossauros entre outros grandes sucessos como Piratas das Caraíbas, e continuou a ser a melhor opção de co-op para muitas famílias. A continuidade dos projetos Lego a meu ver tem mantido o sucesso pela sucessão de bons resultados, tanto pelas vendas como pela qualidade. Vai buscar fielmente caraterísticas de filmes e adapta-as ao seu humor parvo e de gargalhada fácil, sendo aqui que este enorme projeto vinca no seu sucesso. Quanto a Lego The Incredibles, que é o mais recente jogo em mais de outros vinte, é apenas mais do mesmo ou tem algo novo a oferecer?

Os fãs da Pixar serão imediatamente conquistados pela abertura do jogo, juntamente com a inclusão da banda sonora autêntica que envolve o jogador de forma integrante no universo The Incredibles, no entanto de forma um pouco estranha. No inicio do jogo somos levados para um trecho de ação desenfreada onde temos de parar uma enorme arma móvel projetada pelo vilão. Apenas depois começa a história do jogo propriamente dita, onde pudemos ver as várias possibilidades que nos são oferecidas neste mundo dos incríveis. Algo que tem acontecido com alguns de jogos e tem os seus efeitos positivos mas aqui creio ter havido um pequeno descontexto da narrativa no próprio jogo.

Porém, se na história do jogo pudemos encontrar algumas surpresas, na sua jogabilidade já não podemos dizer o mesmo. Lego The Incredibles faz-nos passar grande parte do tempo a saltar entre plataformas, resolver puzzles bastante acessíveis e também bastante parecidos, sendo de particular nota a quebra desta monotonia nas lutas com os vários bosses, onde vemos um arejo oferecido à experiência e onde tudo é mais divertido, muito por causa das construções com recurso aos Incredibricks.

Questionei-me, então, se o modelo visto nos jogos Lego precisa ou não de uma reforma no sentido de se renovar e completar lacunas que cada vez se tornam mais evidentes. De facto sim, funciona este modelo de jogo, mas problemas como a câmara que por vezes nos atrapalha, ou a falta de consistência a nível de gameplay com movimentos pouco exatos, são fatores que condicionam a excelência pretendida pela Warner Bros. Assim como os problemas anteriormente referidos, o combate torna-se rapidamente aborrecido pela sua monotonia de movimentos, parece que quero acabar com todos os inimigos de forma o mais breve possível ao invés de me divertir a fazê-lo. Onde é que Lego ganha? Na sua interação com o cenário. Aqui, praticamente tudo pode ser destruído tanto para ultrapassar obstáculos, como apenas para colecionar peças.

Lego The Incredibles apresenta-nos conteúdo para nos divertirmos durante algumas horas. Ao nível da história principal contamos com 12 missões que podem ser concluídas de forma algo rápida, juntando-se tarefas entregues ao redor de todo o mapa para ajudarmos civis e impedir assim uma vaga de crimes. Se quisermos estender ainda mais a aventura podemos explorar o mundo de Incredibles e encontrar todos os colecionáveis e as mais de 100 personagens que se podem juntar à equipa (algumas de outros universos Pixar). Ao termos um maior número de personagens vamos diversificando o gameplay o que é um outro fator que favorece a experiência, embora nem todas tenham poderes únicos… preparem-se para ver várias habilidades partilhadas entre heróis.

Se te consideras um fã da Lego vais certamente passar boas horas de entretenimento em volta do jogo. Infelizmente trata-se apenas de mais uma entrada Lego nos seus muitos títulos,sem algo que possa diferenciar Lego The Incredibles de todos os outros, mas também não faz deste uma pior experiência.  A sua monotonia pode estar estar associada ao sucesso, porque muito do público jovem não implora por inovação e contenta-se com aquilo que para si já está bem.

Opinião Final:

Mais uma vez a Lego do Traveller’s Tales entregou algo a que claramente se comprometeu e sem grandes críticas a serem apontadas, dado o historial dos seus jogos. Para todos os que se divertem com toda a atmosfera divertida e colorida de Lego este vai ser um bom jogo para acrescentar àcoleção e voltar a jogar com amigos ou familiares. Para quem se está a tornar mais velho e não tão envolto no mundo da diversão “acessível”,vai sentir necessidade de novas funcionalidades e também de uma roupagem diferente associada à linhagem que os jogos Lego estão a seguir. Joguei o jogo sozinho e mesmo assim consegui bons momentos de diversão. Portanto, este é o jogo indicado a todos os que queiram uma aventura descontraída e relaxante, sem grande stress ou momentos de dificuldade associados.

Do que gostamos:

  • Credibilidade ao filme
  • Boss battles
  • Número de personagens disponíveis
  • Humor altamente projetado para o público infantil

Do que não gostamos: 

  • Fórmula de sempre
  • Problemas associados ao gameplay
  • Exploração do mundo facilitada

Nota: 6,5/10