Monitor Philips Momentum 436M6 – Análise

Hoje vamos partilhar a nossa experiência com um pouco convencional monitor de 43 polegadas.

A proposta da Philips com o seu Momentum 436M6 é, no mínimo, intrigante. É o casamento entre um monitor gaming, com características como FreeSync e baixa latência, e uma TV de sala, com o seu tamanho, design e sistema de som integrado. Este painel LCD MVA oferece ainda resolução 4K e um promissor HDR com certificação VESA DisplayHDR1000.

Começamos por pôr os pontos nos is: este monitor não é para qualquer um. Assumindo que o vão usar como monitor numa secretária, vão precisar de espaço e adaptação. No meu caso, com uma secretária relativamente larga, fiquei confortável com o monitor encostado à parede, mas é sem dúvida bastante para absorver e demorou um pouco a adaptar. Claro que podem usar este monitor tal como usariam uma TV, é perfeitamente legítimo, mas vamo-nos focar na experiência como monitor de secretária.

Multi-tasking? SIM!

A nível de setup, para além de adaptar o espaço, não há nada de mais. Liguei o monitor à minha torre por DIsplayPort e estava pronto a testar. Se estão à espera de fazer deste monitor o vosso centro multimédia, cuidado, as ligações não são muitas. Temos variedade, com DisplayPort, HDMI, USB-C e SUB-D VGA, mas única ligação HDMI mostra-se insuficiente se quisermos ligar consolas, boxes de TV ou outros dispositivos. Não recomendaria usar como televisão numa sala, visto que ficariam limitados a um HDMI e não temos funcionalidades SmartTV nem entrada de antena para outros conteúdos.

Voltando ao nosso teste, liguei então o monitor e comecei a usá-lo como monitor principal, pondo o meu “minúsculo” monitor de 24’’ na vertical ao lado. A diferença é astronómica, mas adaptei-me surpreendentemente rápido a este novo tamanho. Não sou fã de scalling a nível do sistema operativo, e como tal estava apreensivo em usar 4K no dia a dia para produtividade. O certo é que foi um mimo, com o tamanho real tão grande, à distância certa é muito confortável usar um monitor assim, e nada cansativo. Tenho-o usado no último mês e estou convertido a este tipo de solução, quando não estava à espera.

A quantidade de páginas que conseguimos editar confortavelmente é incrível

Mudei alguns hábitos, como usar aplicação em janela inteira, ganhando agora muito mais espaço. Essencialmente temos o espaço de 4 monitores FullHD à disposição, o que é muito conveniente. Trabalhar em texto é confortável, sendo que a maior adaptação foi ir alterando os modos de imagem e luminosidade para não cansar os olhos; afinal, ter um ecrã deste tamanho tão perto produz bastante luz. As opções de calibração do monitor são simples mas úteis e intuitivas, e é fornecido na caixa um pequeno comando.

Não sendo um monitor de referência para uso profissional, a reprodução de cor deste monitor é excelente, com completo sRGB. A experiência a usar Photoshop a 4K é bastante recomendável. Ainda que não o tenha feita, vejo facilmente a ser usado como monitor de edição de vídeo com excelente performance.

Passando então ao “cerne” da questão, a performance em gaming, temos uma experiência muito boa mas com algumas reticências. Desde logo, o elefante na sala, este é um monitor gaming com apenas 60Hz. Uma oportunidade perdida e escolha duvidosa, quando tanto do marketing é com foco para jogar. A decisão é provavelmente relacionada com o tipo de painel, LCD MVA, que fornece bons ângulos de visão e cor, mas deixa a desejar na taxa de fotogramas por segundo. Ainda assim, pelo menos o Philips Momentum 436M6 oferece FreeSync, de forma a reduzir o screen tearing, bem como uma baixa latência, características que não vão encontrar numa TV.

Usamos o 436M6 com uma placa gráfica NVIDIA, que conseguiu identificar o FreeSync, ainda que o monitor não seja GSync. Ainda assim notamos alguma inconsistência de jogo para jogo, provavelmente devido a incompatibilidades. Nesses casos, activar o VSYNC resolveu o problema. O Windows 10 reconheceu também o HDR sem problemas, se bem que o uso fora de jogo não é muito recomendável e a experiência também varia de jogo para jogo, por isso recomendo experimentarem para ver como têm o melhor resultado em cada caso.

Jogar RTS num ecrã de 43′ é algo que não sabia que queria

Ligar uma PS4 ao monitor foi uma excelente experiência, com excelente HDR, som muito competente e devo dizer que voltar à TV regular fez-me notar a latência que antes não notava.

Voltando ao PC, experimentei uma vasta gama de jogos, tentando variar especialmente o tipo. Comecei por títulos típicos de PC: Starcraft II e CS:GO. Devo dizer que gostei bastante da experiência com jogos de estratégia, experimentando também o Cities Skylines e Age of Empires HD. Jogar a 4K nesses títulos e com tanto espaço é um mimo, podendo ficar relaxado a analisar o mapa e minimizando a necessidade de movimentos constantes do ecrã. Quando ao CS:GO e outros shooters, fico com reticências. Por um lado os 60Hz são um grande entrave e, ainda que seja uma experiência de baixa latência e estável, jogar com rato e teclado tão perto em jogos rápidos não é assim tão confortável. Passando a jogos de aventura, como o recente Jedi: Fallen Order, encostado à cadeira e com comando na mão a experiência é excelente a todos os níveis.

Em suma, ficamos bastante surpreendidos e agradados com este monitor pouco convencional. Pode ser encontrado no mercado português por cerca de 650€, o que o traz perto de TVs do mesmo tamanho, mas tem outras mais-valias. Por esse preço têm um monitor com qualidade de imagem fora do normal, facilmente usável para edição semi-profissional ou profissional, bom suporte HDR e 4k, bem como FreeSync. A sua maior arma pode ser também o maior senão, o tamanho, mas não temos dúvidas que há interessados nesta oferta e ainda bem que ela existe.

Alguns pontos negativos pela falta de portas, a grande falha na taxa de atualização e a implementação fraca do ambiglow, com apenas alguns leds por baixo do ecrã (numa secretária, vemos apenas uns pontos em vez do efeito visto em TVs com a implementação completa).

Este monitor fica facilmente a ser o centro do setup

Opinião final:

Ainda que não seja para qualquer pessoa, este monitor certamente fará as delícias de quem procura uma solução de grandes dimensões decente para jogar. Para quem já experimentou usar a TV como monitor, este é o melhor dos dois mundos. É surpreendentemente fácil de adaptar para uso diário e consegue ser uma forte mais-valia na produtividade. Peca pelos 60Hz e número limitado de conexões, que o limitam como “hub” de gaming.

Do que gostamos:

  • Monitor brilhante e com excelentes cores;
  • FreeSync e baixa latência;
  • Som surpreende pela positiva.

Do que não gostamos:

  • 60hz;
  • Ambiglow parcial deixa a desejar;
  • Número de portas incompreensível.

O monitor Philips Momentum 436M6 que testamos foi gentilmente cedido pela Philips Portugal para análise.


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