Opinião – Tate no Yuusha no Nariagari – Episódio 1: O Herói do Escudo

Como muitos devem ter notado estamos a ampliar o conteúdo que trazemos para o site, com novos temas como séries, filmes, informações sobre a indústria cinematográfica, trailers e muito mais. Algo que sempre foi predominante na minha vida foram os animes, já que basicamente cresci a substituir filmes e animações ocidentais por animes e filmes inspirados em animes como Monster Rancher, Digimon, Megabots, BeyBlade e, é claro, FullMetal Alchemist. Então pensei: “porque não aproveitar e justamente trazer este tipo de conteúdo para o site?”.

A intenção é trazer uma espécie de análises relativamente curtas sobre episódios (obviamente com spoilers) de animes que vou acompanhar, ou me interessaram, a cada temporada. Se necessário, quando todos os episódios forem exibidos, poderei fazer uma análise mais completa sobre o anime como um todo.

Tate no Yuusha no Nariagari (The Rising of the Shield Hero) é mais um dos animes da temporada de inverno de 2019. O anime tem como base a light novel escrita por Aneko Yusagi e ilustrada por Minami Seira, publicada inicialmente em 2013, e contando com 20 volumes publicados até hoje.

Já o anime fez a sua estreia oficialmente no dia 9 de janeiro pelas mãos da Kinema Citrus, estúdio conhecido por Black Bullet e Made in Abyss e com Takao Abo a cargo da direção, sendo descrito por muitos como o anime mais promissor da temporada. Mas será realmente?

Descrição do episódio:

A história segue basicamente um grupo de estudantes que são invocados pelo povo de um mundo fictício (sim, temos aqui um Isekai) que está a ser assolado por hordas de criaturas que surgem após um período específico de tempo, sendo que a cada nova horda surgem criaturas ainda mais poderosas. Percebendo que seriam incapazes de as derrotar, o rei decide invocar quatro heróis extremamente poderosos, cada qual com uma arma característica: Espada, Lança, Arco e…Escudo.

Algo bem interessante é que todos eles vêm do Japão, porém, de realidades completamente diferentes e com conhecimentos deste tipo de universo completamente diferentes, sendo que todos eles, com exceção do protagonista, se conhecem através de um videojogo. Iremos acompanhar toda esta história na perspetiva de Iwatani Naofumi, justamente o “Herói do Escudo” que mesmo no interior daquele universo não é bem visto – afinal, serve mais como um herói de suporte, já que em teoria não possui nenhuma capacidade ofensiva.

Até aqui, este seria mais um anime como qualquer outro Isekai, se não fosse o que o torna tão interessante. Logo que chegam a este mundo, o rei designa guerreiros menores para acompanhar os heróis nos seus treinos e, devido à sua arma, Naofumi é o único que fica sem um aliado, até que uma rapariga se oferece para o ajudar e inicialmente até parece realmente interessada em fazê-lo, apresentando-lhe este mundo alternativo, o ferreiro da cidade e, em determinado momento, até dá a entender que está interessada nele.

Até que descobrimos que tudo isto foi uma estratégia para conseguir o dinheiro dele, já que o acaba por trair e o acusa de a ter violado – o que faz com que todos fiquem com raiva dele e realmente acreditem nessa mentira, o que leva Naofumi a ficar extremamente frustrado e com raiva, já que ninguém lhe dá a menor hipótese de se tentar defender. Porém, ainda existe um problema: todos os heróis só podem voltar para o seu mundo cumprindo um de dois requisitos: caso todos os heróis morram; ou caso consigam derrotar todas as hordas. Ou seja, o protagonista irá ter de colaborar de alguma forma com os restantes heróis, e até com a mulher que o traiu.

Opinião Pessoal:

Vou tirar desde já o elefante do meio da sala: eu odeio Isekai. Existem obviamente alguns de que até gosto e que acompanhei durante a minha vida (KonoSuba, Sword Art Online, Accel World, etc.), porém, nos últimos anos parece que este se tonou no género favorito da maioria dos estúdios, e essa produção massiva tornou o género demasido saturado e insuportável. Por isso, Tate no Yuusha no Nariagari era um anime em relação ao qual estava curioso, embora com muito preconceito devido ao seu género e…

Fui completamente surpreendido. Não temos aqui um herói extremamente poderoso que sabe fazer tudo desde o primeiro episódio, diálogos expositivos, soluções frustrantes e parvas (não é mesmo Slime…) e nem mesmo um episódio extremamente acelerado para mostrar a ação. Muito pelo contrario, temos um anime que no seu primeiro episódio gasta 45 minutos para apresentar a narrativa de que leram em cima um resumo, o que é feito de forma detalhada e tranquila, sem a necessidade de um herói que conhece tudo e é capaz de fazer tudo. Realmente estamos diante da essência do Isekai: colocar o público a questionar “E se fosse eu que estivesse ali dentro, o que faria?”.

Se já estava muito curioso pelas imagens e teasers que tinha visto antes da estreia, sem dúvida alguma este primeiro episódio elevou de uma maneira drástica o meu hype em relação a este anime e me fez querer consumir mais e mais e mais, algo que aconteceu na temporada anterior, por exemplo, com Goblin Slayer.

Aqui surge um detalhe que até posso abordar futuramente à parte, mas que eu espero realmente não ver repetido nessa temporada e neste anime. Não, Tate no Yuusha no Nariagari não é misógino. O autor da obra não é um homem de meia-idade frustrado pelas suas experiências com mulheres; não é um autor querendo criticar o feminismo. Aqui pode sempre surgir aquela alma inteligente a dizer ”Ah, mas você é um homem, óbvio que iria concordar com isso”. Eu disse que iriaa abordar isso em outro momento, certo? Então a resposta é simples: quem criou a Light Novel foi Aneko Yusagi, uma MULHER!

Infelizmente, este primeiro episódio ainda não foi suficiente, mesmo com os seus 45 minutos, para ter uma real noção da animação, então se críticas nessa linha se aplicam terá de se averiguar no decorrer dos próximos episódios.

PS: O episódio saiu com 1 semana de antecedência, e mesmo no dia 9 de janeiro os sites não-oficiais de divulgação de anime disponibilizaram o episódio “incompleto”, já que logo após a cena da escrava, existe um opening, justamente para não dar uma sensação de corte cego de cena. Deixo em baixo o opening para quem quiser ver e, obviamente, como em qualquer outro opening, há varias cenas que mostram situações e habilidades que o protagonista só vai viver e ter no futuro. Então, se não gostam de spoilers,fica desde já o aviso.