Os serviços por subscrição são benéficos para os jogadores?

Quando se fala em serviços por subscrição, normalmente uma pessoa pode olhar para isso com alguma desconfiança e perguntar se realmente vale a pena. Afinal de tudo, quando falamos em serviços como PlayStation Plus e Games with Gold, sabemos que os jogos que nos são “oferecidos” não são realmente dados, são sim emprestados no sentido de que podemos jogar enquanto temos a subscrição, mas quando esta acabar, deixaremos de ter acesso aos jogos desse serviço. E embora à primeira vista isso possa parecer algo mau, há aspetos que acabam por favorecer aqueles que adotam essa prática.

Falemos primeiro do PlayStation Plus. Esse serviço da Sony foi algo inédito quando surgiu no tempo da PlayStation 3, e se na altura era como um complemento, hoje em dia acaba por ser mais do que isso até porque quem quiser jogar online terá que se subscrever. 1 mês custa 7.99€, 3 meses custa 24.99€ e 12 meses custa 59.99€. Embora sejamos contra online pago, pois é algo que sempre foi gratuito e deveria continuar assim como o Steam, o PlayStation Plus definitivamente vale a pena. Mesmo que uma pessoa se subscreva durante um ano, aquilo que o jogador irá ter acesso, ultrapassa em muito esse valor, o que significa que o jogador é beneficiado.

Em 2017 foram “oferecidos” um total de 77 jogos para a PlayStation 4, PlayStation 3 e PlayStation Vita, e o preço total dos jogos “oferecidos” foi nada mais, nada menos do que 1.303.23€. Se um jogador gastou 59.99€ numa subscrição, isso significa que poupou 1.243,24€. Alguns dos jogos “oferecidos” de destaque foram: LittleBigPlanet 3, Disc Jam, Tearaway Unfolded, Tales from the Borderlands, Abzu, Life is Strange, Until Dawn, Game of Thrones, Just Cause 3, inFamous: Second Son, Metal Gear Solid 5: The Phantom Pain, Darksiders 2: Deathinitive Edition e isto só para referir alguns. Algo que também é digno de menção é o facto de se ter um espaço de armazenamento extra na nuvem, sendo possível guardar o progresso dos jogos num total de 10 GB.

O Games with Gold é um serviço que também nos “dá” jogos todos os meses, e os subscritores do Xbox Live Gold terão acesso ao mesmo. O conceito é similar ao PlayStation Plus. Em relação aos preços, 1 mês de serviço custa 6.99€, 3 meses custa 19.99€ e 12 meses custa 59.99€. A Microsoft “deu” 48 jogos para a Xbox One e Xbox 360, “oferecendo” jogos no valor de 1.110,15€, o que significa que as pessoas que se subscreveram durante um ano, pouparam 1.050.16€. Jogos como Forza Motorsport 5, Back to the Future: The Game, Trials Fusion, Watch Dogs, Ryse: Son of Rome, Project CARS, The Walking Dead: Season Two, Rayman Origins, Assassins Creed III e Battlefield 3 são alguns dos exemplos dos jogos “oferecidos” em 2017.

Com isso dito, é verdade que uma pessoa não joga todos os jogos “oferecidos” no PlayStation Plus e Games with Gold, ora por não gostar, ora por já ter o jogo, mas também é verdade que o valor dos serviços é real. No entanto os benefícios dessas subscrições não se ficam por ai. Na PlayStation Store e Xbox Store há constantemente promoções de videojogos, mas quem é subscritor desses serviços, tem ainda uma maior promoção em determinados jogos, de tal forma que por vezes o desconto normal é de 30%, e com a subscrição o corte no preço passa a ser de 60%, por exemplo. Isso é algo que acaba por ser irresistível, até porque muitas das vezes são jogos muito bons que ficam a um preço acessível, enquanto que nas lojas físicas estão a full-price ou perto disso.

E isso tudo leva-me a falar do Xbox Game Pass. Esse serviço ficou conhecido por ser user-friendly. Porquê? Porque dá acesso imediato a mais de uma centena de jogos, desde jogos da primeira Xbox e Xbox 360, à Xbox One. Para isso, basta uma subscrição de 1 mês, que custa 9.99 euros. Depois de subscrito, pode-se jogar qualquer jogo que esteja no serviço, e muitos deles são conhecidos pela sua qualidade. Falo de Devil May Cry, Bayonetta, Gears of War, Halo, Sunset Overdrive e muitos, muitos outros. Agora a Microsoft já fez questão de anunciar que todos os seus exclusivos assim que forem lançados, irão ser adicionados ao serviço, como Sea of Thieves, State of Decay 2 e Crackdown 3.

Isso fez com que algumas lojas ficassem revoltadas, ao ponto de dizerem que não iriam vender mais jogos e consolas da Xbox One. Ficaram preocupadas por isso ser algo bom para os consumidores, mas mau para o negócio deles. E ai é que reside o ponto-chave de todo este assunto: é um serviço benéfico para os jogadores e consumidores, porque por um preço bastante baixo, tem acesso a uma enorme biblioteca de jogos. Como é que as lojas podem concorrer com isso e com as promoções feitas das lojas digitais? Uma questão que dá o que pensar. O que posso dizer é que não é por acaso que o mercado digital está a aumentar. A razão disso é simples e o resumo é este: os jogos ficam mais baratos muito mais rapidamente, e depois há os serviços que nos “dão” jogos. Outro factor é que uma pessoa não precisa dar mais dinheiro só para ter uma caixa que irá estar quase sempre na gaveta, e não irá precisar de trocar de disco sempre que quiser jogar outro jogo. Há quem dissesse há muito tempo que o mercado digital seria o futuro, e agora concordo com essa afirmação. A resposta do mercado também vai ao encontro disso. Mas o mercado físico não deverá desaparecer, até porque é muito bom darem opções aos consumidores. Há quem ainda prefira jogos físicos, portanto esse mercado não pode ser colocado de lado.

A Sony também tem um serviço por subscrição similar ao Xbox Game Pass, no entanto ao contrário do serviço da Microsoft, não está disponível em Portugal. A subscrição é mais cara, mas o serviço tem mais jogos (Red Dead Redemption, Mortal Kombat, The Last of Us, Uncharted e God of War são apenas alguns exemplos). A diferença é que este é um serviço por streaming, o que significa que pode haver algum lag, mesmo estando sob alçada do melhor serviço de streaming do mercado, o Gaikai. Outro serviço de destaque, é o EA Access, que nas consolas só está disponível na Xbox One. A subscrição de 1 mês custa 3.99€ e a de 12 meses custa 24.99€. Também similar ao Xbox Game Pass, podemos jogar todos os jogos que estão no serviço, jogos como Battlefield 1, Mass Effect: Andromeda, Titanfall 2, UFC 2, entre outros. Não é um serviço por streaming como o PlayStation Now, mas como o nome indica, nesse serviço só estão jogos da Electronic Arts.

Portanto serviços como PlayStation Plus, Xbox Game Pass, Games with Gold e EA Access beneficiam os jogadores. O PlayStation Now também, mas não está disponível em Portugal e de acordo com o João Lopes, PR Manager da Sony, não há qualquer plano de trazer o serviço para o País. Dado o valor desses serviços e o quão os jogadores poderão poupar, é de se acreditar que a adesão a esses serviços poderão muito bem aumentar e consequentemente ficarem ainda mais populares. A Nintendo sabe o potencial que isso tem, de tal forma que também irá apostar num serviço por subscrição, porque tem plena noção que financeiramente é rentável e, por outro lado, beneficiam os jogadores ao “oferecer” jogos e fazer promoções.

Acham os serviços como PlayStation Plus, PlayStation Now, Xbox Game Pass, Games with Gold e EA Access benéficos para os jogadores?

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