PES 2019 – Análise

Foi na era da PlayStation 2 que Pro Evolution Soccer (PES) se estabeleceu como uma franquia de grande nome, tornando-se numa das melhores opções de jogos de futebol no mercado. Entre altos e baixos, com baixos especialmente na era da PlayStation 3 e Xbox 360, parece que PES voltou à ribalta. PES 2018 já tinha surpreendido, e pessoalmente investi imensas horas no jogo, tal era a diversão que me proporcionava. A Konami, no entanto, tem a ambição de melhorar a cada entrega e dessa ambição resulta o novo jogo: Pro Evolution Soccer 2019.

Mas é isso mesmo, uma melhoria, não esperem algo totalmente diferente ou grandes novidades. É acima de tudo um apanhado de tudo o que foi feito no jogo anterior, actualizando-o para ficar mais real e completo. Há novas ligas, como a da Rússia, e mais clubes licenciados, incluindo todas as equipas portuguesas, mas pelo caminho ficou a Liga dos Campeões e o Borussia Dortmund, por exemplo, que estão presentes no jogo mas não de forma oficial: com nomes diferentes, e, no caso da Liga dos Campeões, com a reconhecida música desse torneio a ter sido retirada para dar lugar a uma outra.

Claro que esse sempre foi o grande problema de PES em comparação com o seu rival directo, o FIFA. PES nunca conseguiu ter todos os clubes licenciados e é por isso que ainda hoje em dia vemos clubes conhecidos com nomes esquisitos, de tal forma que só os reconhecemos ao ver os jogadores que têm. É possível alterar manualmente estes nomes, mas não deixa de ser um ponto negativo, que sempre o foi. No entanto, o que esperamos de um simulador é acima de tudo proximidade à realidade, e nisso o PES 2019 cumpre com as expectativas.

Os estádios, o relvado, a atmosfera, a face dos jogadores e a jogabilidade conjugam muito bem uns com os outros. Assim que se inicia um jogo, é bem visível o empenho da produtora em incluir o maior detalhe possível, um empenho de tal forma que mesmo a plateia se faz bem ouvir, tal é a sua emoção e amor pelo futebol, apoiando fervorosamente a sua equipa. E, desde o primeiro minuto, dá para ver como o grafismo foi melhorado a vários níveis, com melhor iluminação, faces dos jogadores mais reais e estádios e respectivos relvados com grande detalhe. No geral, a parte técnica corresponde ao que era desejado, com a fluidez necessária para tornar os jogos suaves.

O detalhe dos estádios, da relva, das bolas e dos jogadores é incrível.

Em relação à jogabilidade, é PES, com a sua jogabilidade tradicional e bastante reconhecida, mas ao mesmo tempo com um toque que torna este jogo em algo diferente do anterior, com novas animações que têm influência no decorrer de uma partida, novas fintas e também uma nova forma de jogar. Como referi anteriormente, PES 2018 foi um jogo no qual investi bastante tempo, e uma das coisas que posso dizer é que era extremamente fácil começar um ataque pelo lado lateral, esquerdo ou direito, cruzar e marcar facilmente assim, sendo que construir uma jogada e marcar pelo centro era uma tarefa hercúlea.

Em PES 2019 isso não funciona assim. É possível atacar pelas laterais e cruzar por alto, como é óbvio, mas nas minhas várias tentativas de marcar golo nesse tipo de jogada, nenhuma delas resultou em golo, excepto no que toca ao cruzamento rasteiro, mas mesmo nesse caso não resulta como resultava no jogo anterior. Isso é bom, e ao mesmo tempo mau. Bom porque PES 2019 instiga-nos a pensar no jogo, nas estratégias e obriga-nos a criar jogadas para golo. Mau porque dificultaram demasiado os cruzamentos por alto e respectiva oportunidade por golo, tendo sentido que deviam ter equilibrado melhor esse aspecto, de forma a que não fosse fácil marcar golos nesse tipo de jogadas, mas que também não fosse uma tarefa quase impossível.

Mas não me interpretem mal, apesar de uma ou outra crítica que se possa fazer, PES 2019 é um bom jogo de futebol. Irá divertir por um bom tempo pois as suas mecânicas de jogabilidade têm qualidade e o que não falta são modos, online e offline, para usufruir. Além do modo Treino, que funciona como um tutorial, há o Jogo Amigável, um modo sem qualquer compromisso, ou seja, em que se pode jogar com as equipas que se quiser e os dados não serão gravados, há o modo Jogo de Seleção, que tal como o nome implica permite apenas realizar jogos entre seleções, há um modo cooperativo de 3 contra 3 (Co-Op) e o modo Versus (jogar contra amigos).

Mas diria que o mais importante vem a seguir. Como não poderia deixar de ser, o myClub está de volta. Nesse modo há que construir uma equipa e enfrentar jogadores online ou a IA. Dentro deste encontramos o modo Atualidade que significa entrar em competições online, Divisões Online que é jogar uma série de épocas de 10 jogos, Co-Op Online, Partida Rápida, Lobby de Jogo Amigável e Lobby de Jogo em Equipa (até 22 jogadores). Portanto, definitivamente, opções não faltam no que toca a modos online, com uma boa variedade. Quem quiser simplesmente jogar uma partida com alguém, basta ir à Partida Rápida e começar uma partida online, quem quiser uma experiência mais duradoura, então o myClub e Divisões Online são os modos a ter em conta.

É difícil passar pela defesa, mas com um bom planeamento de jogo, o jogador irá ser recompensado com golos.

No entanto, falando agora dos modos offline mais reconhecidos, há aquele que considero a alma dos PES, o modo mais importante e que me continua a fazer jogá-lo: falo da Liga Master. O que pode ser melhor que se tornar um treinador de um clube à nossa escolha, gerir esse mesmo clube, incluindo tratar de todas as transferências, e ao mesmo tempo controlar a equipa e fazer jogos incríveis? É um modo fantástico que já me tinha encantado antes, principalmente com o PES 2018, e que agora me voltou a agraciar com horas de diversão. Destaque ainda para as novidades apresentadas nos moldes de um telejornal, como rumores de transferência e as declarações dos jogadores dadas em entrevista, o que só vem aumentar a imersão nesse modo.

Mas há mais modos offline, como o Rumo ao Estrelado, onde se controla apenas um jogador, para nos dar a sensação de como é o futebol na vida real, bem como o modo Liga e Taça, que inclui a Liga Europeia de Clubes, Taça Masters Europeia, Campeonato Sul-Americano, AFC Champions League, Taça Mundial, Taça Europeia, Taça Africana, Taça Americana, Taça Ásia-Oceânia e por fim, a Taça Konami. Há, portanto, muito por onde escolher, sendo que cada modo tem a sua particularidade.

Em relação aos relatos dos jogos, não poderia deixar de dizer que os comentários estão mais uma vez a cargo de Pedro Sousa e Luís Freitas Lobo. No PES os relatos sempre foram de grande qualidade, no entanto em PES 2019 sinto que houve uma melhoria, com uma boa quantidade de novas falas. Claro que depois de se jogar muitas horas irá ouvir-se relatos repetidos de algumas situações, mas é normal e nem poderia ser de outra forma, não afectando em nada a experiência. No que toca à banda sonora, tenho de referir que há músicas agradáveis quando se está nos menus, mas também há umas que não são tão apelativas. Mas, sendo possível desactivar as músicas de que não gostamos tanto, este aspecto não é um problema.

Opinião Final:

PES 2019 é um bom jogo de futebol, divertido como um jogo deve ser sempre e bastante completo, com uma enorme quantidade de modos online e offline, com destaque para a Liga Master. Não houve nenhuma grande novidade e não mexeram muito na fórmula existente, mas melhoraram a jogabilidade para a tornar mais desafiante e mais estratégica, mas também mais recompensadora. Houve novas inclusões, como fintas, animações, mais ligas e clubes oficiais, embora no outro lado da moeda se tenha perdido a licença oficial da Liga dos Campeões, o que acaba por ser uma grande perda. Nota positiva para os relatos, que sempre foram de qualidade nos anteriores PES, mas que se destacam neste jogo, uma vez que conta com falas novas e bastante boas.

Do que gostamos:

  • Novas ligas e equipas licenciadas;
  • Jogabilidade de grande qualidade;
  • As novas animações estão fantásticas;
  • Grande qualidade sonora dentro e fora de campo;
  • Variedade de modos;
  • Liga Master está impressionante.

Do que não gostamos: 

  • Perda da licença da Liga dos Campeões;
  • Ainda há muitas ligas e equipas não licenciadas;
  • Falta de grandes novidades;
  • A mecânica de cruzamentos merecia um melhor equilíbrio.

Nota: 8/10