Razer Kraken Kitty V2 Gengar Edition – Análise

Os Razer Kraken Kitty V2 Gengar Edition são a combinação perfeita entre gaming, cultura pop e estilo próprio. Apontam diretamente ao público que não quer apenas som de qualidade, mas também uma afirmação visual. Se és do tipo que prefere que os teus periféricos tenham tanta personalidade como a tua skin no jogo, então este headset é basicamente o teu Pokémon inicial. E se for o Gengar, melhor ainda.

O design é inegavelmente o maior chamariz aqui. A colaboração entre a Razer e a The Pokémon Company resulta num produto que salta à vista, com o roxo característico do Gengar a cobrir todo o chassis e detalhes como as orelhas em LED, os olhos do Pokémon em destaque e um acabamento mate que não atrai impressões digitais como um íman. Há um equilíbrio inteligente entre o toque “fofo” e o visual gamer, algo difícil de conseguir sem cair no exagero. O conjunto é ao mesmo tempo divertido e estilizado, o que o torna apelativo tanto para streamers que querem algo memorável, como para quem simplesmente gosta de acessórios fora do comum.

Apesar de ser um headset claramente focado na estética, a qualidade de construção não foi sacrificada. A estrutura mantém-se leve, com cerca de 325 gramas, e as almofadas auriculares em espuma viscoelástica com revestimento respirável tornam-no confortável mesmo em sessões de várias horas. O arco ajustável distribui o peso de forma eficiente e evita aquele desconforto típico na zona do alto da cabeça. É um conforto que se sente mais ao fim de 3 horas de jogo do que nos primeiros minutos, o que é sempre um bom sinal. A flexibilidade geral do headset também contribui para a sensação de durabilidade sem rigidez excessiva.

Razer Kraken Kitty V2 - Gengar Edition review: Spookémon! - JB Hi-Fi

No campo da qualidade sonora, os drivers Razer TriForce de 40 mm demonstram mais uma vez a versatilidade da marca. A reprodução é equilibrada, com graves definidos mas não exagerados, médios com boa clareza para vozes e efeitos e agudos controlados que não fatigam com volumes mais altos. Não há aquele perfil “exageradamente bassy” que algumas marcas insistem em aplicar nos seus headsets para gaming, o que é uma vantagem clara para quem também pretende ouvir música ou ver filmes com estes auscultadores. Em jogos competitivos como Apex Legends ou Call of Duty, a separação de som permite detetar passos e tiros com precisão, enquanto em experiências mais cinematográficas como Alan Wake II, o ambiente sonoro é envolvente e rico em detalhes.

O som surround 7.1 virtual está incluído (no PC via Razer Synapse), e é competente para uma imersão adicional, embora como sempre neste tipo de soluções, o posicionamento nem sempre seja perfeito. Ainda assim, para a maioria dos utilizadores, a sensação espacial oferecida será suficiente para tornar a experiência mais rica sem comprometer a fidelidade.

O microfone retrátil apresenta um padrão cardioide e filtra ruído ambiente com competência, mas não faz milagres. É suficiente para chamadas de Discord, sessões de jogo com amigos e até algumas intervenções em stream, mas está longe da qualidade de um microfone dedicado. A sua flexibilidade e capacidade de se esconder completamente dentro do auricular esquerdo é uma vantagem prática, e visualmente ajuda a manter o aspeto limpo do headset.

A ligação é feita por USB, o que garante compatibilidade imediata com PCs e consolas como a PlayStation 5. No entanto, a ausência de ligação analógica (jack 3.5 mm) ou de conetividade wireless limita um pouco a versatilidade, especialmente se quisermos usar o headset com smartphones, tablets ou a Nintendo Switch em modo portátil. Ainda assim, para quem joga sobretudo no computador ou na consola, essa limitação será menor.

A integração com o software Razer Synapse é um ponto alto. É aqui que podemos afinar o equalizador, ativar o surround 7.1, personalizar os efeitos de iluminação e até ligar o headset ao Razer Streamer Companion App para que os LEDs respondam a eventos em direto, como subscrições ou mensagens de chat. Para criadores de conteúdo, isto pode ser mais do que uma gimmick. É uma forma de tornar a presença em stream mais interativa e visualmente memorável. E mesmo para quem não faz stream, a personalização estética dos LEDs permite ajustar o headset ao humor do dia ou à estética do setup.

Há também algo de meritório em como a Razer conseguiu manter este produto interessante mesmo para quem não liga particularmente ao Gengar. Sim, é uma edição especial, mas o nível de detalhe, o cuidado na execução do design e a coerência visual fazem com que o headset funcione até para quem apenas quer algo diferente. O facto de manter a base sólida da linha Kitty V2 ajuda bastante nesse sentido.

No uso prolongado, o headset mantém o desempenho consistente. O cabo USB é suficientemente comprido para setups mais exigentes, e o headset nunca aquece em excesso nem dá sinais de fragilidade estrutural. A ergonomia está bem pensada, desde os botões de controlo integrados (volume e mute do microfone) até à colocação das portas.

Confere acima o nosso vídeo Unboxing ao Razer Kraken Kitty V2 Gengar Edition e subscreve o nosso canal do Youtube para mais vídeos.

Opinião Final:

Não é todos os dias que se vêem auscultadores com orelhas de Gengar e um bom som a acompanhar. Os Razer Kraken Kitty V2 Gengar Edition conseguem equilibrar a excentricidade visual com uma base técnica sólida, o que é mais raro do que parece neste segmento. São confortáveis, competentes e inesperadamente versáteis, sobretudo para quem vive entre o gaming e a criação de conteúdo. Se procuras algo que funcione bem mas que também diga algo sobre ti, este headset pode ser exatamente isso.

Do que gostamos:

  • Design visual único e carismático com tema Gengar bem integrado;
  • Conforto surpreendente mesmo em sessões longas;
  • Som equilibrado, detalhado e versátil;
  • Iluminação RGB customizável e integrada com outras plataformas;
  • Microfone retrátil e prático para uso casual;
  • Integração com Razer Synapse para personalização avançada.

Do que não gostamos:

  • Falta de ligação por jack 3.5 mm ou opção wireless
  • Microfone competente mas sem grande destaque
  • Dependência do software Synapse para tirar total partido das funcionalidades

Nota: 8/10

Análise efetuada com um Razer Kraken Kitty V2 Gengar Edition cedido gentilmente pela marca para teste.