Red Dead Redemption – Análise (Switch)

Já se passaram 13 anos desde que conhecemos John Marston. Uma excelente sequela depois e os desejos dos fãs eram sem dúvida que a Rockstar os presenteasse com um remake do original Red Dead Redemption. A surpresa chegou, mas não era bem o que esperávamos. Ainda assim, não nego que é um prazer poder ter este clássico na Nintendo Switch.

Havia bastantes receios, tendo em conta o recente tratamento que os clássico Grand Theft Auto levaram, mas folgo em dizer que esta versão de Red Dead Redemption é o melhor que se poderia esperar de um port – principalmente tendo em conta o carinho que os fãs têm por este jogo, que é sem dúvida um dos melhores títulos da carreira da Rockstar. Por esta altura, já quase toda a gente jogou RDR e se não o fizeram, façam um favor a vocês mesmos e resolvam isso, já que temos aqui uma das melhores experiências narrativas da história dos videojogos – atrevo-me a dizer, melhor ainda que a da sua sequela.

O mundo de RDR continua impressionante.

O que dizer de Red Dead Redemption, que não foi já dito ao longo de todos estes anos? Apesar da sua estrutura bem clássica dos jogos da Rockstar e da sua jogabilidade e controlos qb arcaicos, bem da era da PS3 (principalmente ao lado de um RDR 2), continua a ser uma excelente aventura, mesmo nos dias de hoje. Envelheceu, é certo, mas bem. Aqui temos um sandbox com menos para explorar que na sequela, mas a sua experiência de jogo mais focada trabalha a seu favor. Todas as personagens são importantes, o trabalho dos atores é irrepreensível e se não sentirem nada no final… desculpem amigos, mas vocês não têm alma. É um jogo que facilmente poderia ser um filme, mas cuja experiência é tão imersiva como jogo, que é impossível não ficar com John Martson na memória. Nada é preto e branco, ninguém é totalmente bom ou mau. Red Dead Redemption é um western com uma panóplia de tons de cinza, que pinta o seu mundo e personagens vividamente, mesmo com as limitações da Playstation 3. Não é a toa o carinho que tantos fãs têm por este título e a expectativa que existia em torno de um possível relançamento ou remake.

Podem contar com todo o conteúdo extra já lançado, nesta versão do jogo.

Admito que estava um pouco apreensiva quando liguei o jogo, não sabia bem o que esperar mas fui agradavelmente surpreendida. Se numa televisão grande, o título original da Playstation 3 mostra e bem a sua idade, no ecrã da Switch os seus “defeitos” e “costuras” são mais bem disfarçados e quase que conseguimos esquecer a idade do jogo. Relativamente a performance, o jogo mantém uns estáveis 30 FPS, sem quaisquer problemas ou quebras durante a experiência – isto numa Switch Lite.

Quanto à experiência, para o bem e para o mal, está totalmente preservada na sua versão original incluíndo também o DLC Undead Nightmare – bem como todos os updates que o jogo teve, que pode ser acedido logo desde o menu inicial do jogo. Isto é um port, puro e duro, sem quaisquer novidades ou melhorias, para além do facto de poderem jogar em qualquer lado, face à experiência original caseira. É difícil também pensar no que poderia ser adicionado a este título, de modo a não termos aqui única e exclusivamente algo que podemos jogar de novo na Playstation 3, sem considerar um remake ou mesmo um remaster. Não consigo deixar de olhar para esta versão como um lançamento preguiçoso, feito única e exclusivamente para apelar à nostalgia e amor dos fãs, sem oferecer nada em troca. É certo que podemos dar graças de não ter levado o tratamento da trilogia GTA, mas isso é o mínimo, não é?

Uma das melhores experiências de videojogos de sempre.

O pior ainda é que, por este lançamento e trabalho, a Rockstar decidiu cobrar um preço apropriado a um jogo moderno. Apesar de adorar Red Dead Redemption e achar que é absolutamente essencial para qualquer jogador, admito que este lançamento é bastante aproveitador, principalmente quando conseguimos encontrar esta versão do jogo noutras plataformas, com valores muito mais simpáticos. Vale a pena ter o jogo na Switch? Sem dúvida, mas esperem por uma baixa de preço. Agora por favor, deêm algum amor ao Bully.

Opinião Final:

Red Dead Redemption é um clássico absoluto, obrigatório em todos os sentidos. É excelente poder jogá-lo na Nintendo Switch, ainda que tenhamos aqui um port que tenha optado pela pura integridade do original, sem qualquer adição ou melhoria. Com o portento que foi a sequela, teria sido bom ver mais amor a ser dado a este título, ao invés de um port de uma versão facilmente acessível noutras plataformas.

Do que gostamos:

  • Poder jogar Red Dead Redemption em qualquer lado? Yes please.
  • Versão impecável e completa, sem os problemas que assolaram os recentes lançamentos de outros clássico Rockstar;
  • Continua a ser um dos melhores jogos de sempre, desde à sua estrutura mais focada, bem como à sua narrativa.

Do que não gostamos:

  • Ainda que mantendo a integridade do original, gostaríamos de ter visto um outro tratamento a este clássico;
  • O preço – excessivo para o trabalho apresentado, num jogo com 13 anos.

Nota: 9/10

Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.