Red Dead Redemption (PC) – Análise

Após uma espera de 14 anos, os jogadores de PC podem finalmente experimentar o aclamado Western da Rockstar Games, Red Dead Redemption. Lançado originalmente em 2010 para a Xbox 360 e PlayStation 3, o jogo foi agora transferido para PC, após o seu relançamento em 2023 para a PlayStation 4 e Nintendo Switch. Esta chegada há muito esperada levanta a questão: a espera valeu a pena?

Ambientado no início do século XX, Red Dead Redemption mergulha os jogadores num mundo que está a sofrer uma transformação significativa. A expansão dos caminhos-de-ferro, o advento dos automóveis e a disseminação da eletricidade assinalam o fim da era do Oeste Selvagem. Os jogadores assumem o papel de John Marston, um antigo fora da lei do gangue Van der Linde, que agora luta por uma vida legal. No entanto, o seu passado apanha-o quando agentes do governo o obrigam a caçar os seus antigos companheiros.

O enredo, embora familiar para os entusiastas do género western, é enriquecido por personagens bem desenvolvidas que evitam retratos clichés. Marston destaca-se como um protagonista que, ao contrário de muitos no portefólio da Rockstar, encarna uma personalidade mais heróica. A sua viagem de fora da lei a homem da lei relutante oferece um arco narrativo convincente que ressoa nos jogadores.

Red Dead Redemption incorpora elementos caraterísticos da conceção de mundo aberto da Rockstar. As missões evoluem organicamente, conduzindo os jogadores por cenários inesperados – desde o roubo de gado até ao envolvimento numa revolução mexicana. Esta estrutura dinâmica das missões mantém a jogabilidade cativante e imprevisível.

Uma caraterística notável é o sistema de dupla métrica de Fama e Honra. A fama acumula-se à medida que os jogadores completam as missões, desbloqueando novas oportunidades, enquanto a honra reflecte as escolhas morais, influenciando as interações com os NPCs e as respostas das forças da lei. Este sistema incentiva os jogadores a considerarem as consequências das suas acções, acrescentando profundidade à jogabilidade.

Há muitas actividades secundárias, incluindo caça, missões de recompensa, jogo e muito mais. Estas actividades integram-se perfeitamente no mundo do jogo, melhorando a imersão. A travessia a cavalo é fundamental, com mecânicas que exigem que os jogadores controlem a resistência e o bem-estar do seu corcel, acrescentando uma camada de realismo às viagens e aos combates.

As mecânicas de combate são robustas, com o manuseamento das armas a ser reativo e satisfatório. O sistema de mira Dead Eye permite disparos precisos em câmara lenta, acrescentando um elemento estratégico aos encontros. Para além disso, as mecânicas de laço e de amarração oferecem opções não letais para subjugar os inimigos, proporcionando versatilidade nos combates.

A versão para PC proporciona uma experiência estável, com o jogo a correr sem problemas a 60 fps numa série de configurações de hardware. No entanto, as melhorias visuais são modestas. Os modelos das personagens e as texturas do ambiente permanecem praticamente inalterados em relação ao original, o que leva a alguns visuais datados, especialmente quando comparados com títulos modernos. Embora a iluminação tenha sido melhorada, incluindo suporte HDR, persistem elementos como pop-in e animações menos refinadas.

A ausência de modos multijogador nesta versão é notável. Embora os componentes online do original fossem limitados, a sua exclusão pode desiludir alguns jogadores. Como nota positiva, a inclusão da expansão Undead Nightmare oferece uma adição substancial e divertida, proporcionando uma reviravolta sobrenatural à narrativa do jogo principal.

O preço de lançamento do jogo, de 50 euros, levantou algumas dúvidas, especialmente tendo em conta as melhorias mínimas relativamente ao original. Embora a experiência principal continue a ser interessante, a falta de atualizações significativas pode fazer com que o preço pareça exagerado para alguns. Os potenciais compradores poderão considerar a hipótese de esperar por um desconto se o valor for a sua principal preocupação.

Opinião Final:

Red Dead Redemption continua a ser um marco nos jogos, oferecendo uma narrativa rica e um mundo imersivo que resiste ao teste do tempo. A versão para PC proporciona uma experiência sólida, embora não eleve significativamente a apresentação do original. Para os recém-chegados, é uma excelente oportunidade de experimentar um clássico. Os veteranos podem achar que o regresso vale a pena, embora com expectativas moderadas em relação às melhorias. No geral, embora a portabilidade não revolucione o original, leva fielmente um título adorado a um novo público.

Do que gostamos:

  • Narrativa envolvente com personagens bem desenvolvidos;
  • Mundo aberto detalhado e imersivo, refletindo a transição do Velho Oeste para a modernidade;
  • Mecânicas de jogo sólidas, incluindo o sistema de Fama e Honra que influencia as interações;
  • Desempenho estável na versão para PC.

Do que não gostamos:

  • Melhorias visuais limitadas;
  • Preço de lançamento considerado elevado face às poucas atualizações.

Nota: 7/10

Análise efetuada com um código Steam (PC) cedido gentilmente pela distribuidora.