Remnant: From the Ashes – Análise (Switch)

Remnant: From the Ashes já não é nenhuma novidade, tendo sido lançado em 2019. Por isso, é um pouco de estranhar este port agora, em 2023, para a Nintendo Switch – especialmente considerando que Remnant 2 não está planeado para esta plataforma.

A sua recepção foi q.b. boa, um soulslike com armas de fogo (não, Bloodborne não conta nesta frente) que permite um estilo variado de combate, não deixando de lado as armas para um estilo mais corpo a corpo. No entanto, no que toca à minha parte, seria excelente ver este estilo de combate aplicado a um souslike mais competente nas suas restantes componentes. E se há algo que posso dizer de Remnant, é que a soma das suas partes é toda uma mescla estranha de coisas que deveriam funcionar mas que no seu conjunto acabam por ficar aquém do esperado.

Quanto à jogabilidade, fiquei deveras surpreendida pelo quão competente o combate consegue ser. As lutas num mundo pós-apocalíptico contra monstros de ar demoníaco são desafiadoras, mesmo para um jogador mais do que habituado ao género. Nada que uns upgrades ao armamento disponível não resolvam, bem como tentarem uma e outra vez após morrerem várias vezes. Isto se tiverem paciência para atravessar o mapa, vezes sem conta, com uma personagem cujo movimento é para lá de tosco e tão lento, que parece que estamos a jogar com um soldado geriátrico. Chegou ao ponto de ter receio de morrer, não pelas consequências óbvias de um jogo do género ou pela sua dificuldade, mas só pelo facto de pensar que tinha de ir do ponto A ao ponto B, a uma fração da velocidade a que deveria ir. Podemos fazer um sprint, é certo, mas consome a stamina da personagem e seria desnecessário. Virar a própria personagem é também uma tarefa árdua, causando movimentos pouco naturais que mais parecem strafing do que uma simples movimentação de câmara. Estes elementos felizmente não são suficientes para estragar a experiência de combate, mas não são de todo agradáveis no que toca à experiência global.

Preparem-se para uma experiência apocalíptica.

É um prazer absoluto dar cabo de um inimigo com uma caçadeira ou mesmo com um ataque corpo a corpo. O que não é um prazer são os longos tempos de loading que assolam o jogo, quer quando mudam de área ou quando a nossa personagem morre. Já não tinha tempos de loading assim desde… 2010? Quase que dá para ir tirar um café e voltar, algo nada ideal quando estamos a falar de uma experiência que deveria ser em si frenética.

Graficamente, estamos a falar de um jogo que já nunca foi espectacular e na Switch isso ainda é mais notório. O aspeto visual foi claramente comprometido em prol da performance (e honestamente, num jogo deste género, é a melhor opção). Os NPC’s são modelos claramente datados, bem como as texturas e até design de algumas das áreas. Existem momentos melhores do que outros e, felizmente, nunca tive quebras de performance, mas é difícil não olhar para Remnant e sentir que estamos a olhar para um jogo muito anterior a 2019.

Sou mesmo muito honesta, história não é a minha prioridade num soulslike. Remnant tenta esforçar-se neste aspeto, com voice acting e cutscenes, mas tudo acaba por ser um pouco sofrível. Jogar no ecrã da Switch não ajuda à imersão, não só pelo downgrade gráfico, bem como pelas legendas e textos absolutamente minúsculos, que não podem ser aumentados – uma opção completamente incompreensível, quando estamos a falar de um port para uma portátil.

Remnant: From the Ashes é sem dúvida melhor com amigos.

Por fim, Remnant é claramente um jogo cujo foco não é no single player, mas sim numa experiência co-op online. Mas para isso é preciso existirem jogadores na Switch, algo mais difícil quando estamos a falar de um jogo de 2019, já jogado por meio mundo e cuja versão Switch não é de todo a melhor versão. Um port incompreensível, uma experiência que não é estelar, mas que é muito melhor experienciada noutra plataforma, para os adeptos do género souslike.

Opinião Final:

Remnant: From the Ashes está longe de ser um mau jogo, num género onde existem mais falhas do que êxitos. O seu combate é a sua melhor característica, mas tudo o resto, ainda para mais o downgrade feito para que possa correr numa Switch, tornam esta numa versão que não dá para recomendar acima de outra qualquer versão do jogo.

Do que gostamos:

  • Combate alia excelentemente a vertente corpo a corpo com as armas de fogo;
  • Souslike que consegue fazer algo diferente, de forma competente, sem ser uma cópia de outros jogos do género.

Do que não gostamos:

  • Downgrade gráfico;
  • Movimento da personagem super lento;
  • Tempos de loading demasiado longos;
  • Porquê jogar esta versão quando podem optar por outras melhores?

Nota: 6,5/10

Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.