
A Samsung tem vindo, ano após ano, a refinar a sua visão para o tablet Android. Em 2025, enquanto o modelo “Ultra” continua a ser uma demonstração de força tecnológica que desafia os computadores portáteis, é o Samsung Galaxy Tab S11 (o modelo base) que representa a proposta mais inteligente e relevante para a esmagadora maioria dos utilizadores. Este não é um dispositivo de nicho; é o culminar da busca da Samsung pelo equilíbrio perfeito entre portabilidade de topo, um ecrã de consumo de média sem rival e uma plataforma de produtividade flexível. É um dispositivo que acerta em quase tudo o que se propõe a fazer, mesmo que continue a lutar contra os velhos fantasmas do ecossistema Android.
Começando pelo hardware, o Tab S11 é um prazer de segurar. Num mundo onde os dispositivos “Pro” são muitas vezes sinónimo de “pesado”, este modelo (provavelmente com cerca de 11 ou 12 polegadas) encontra o ponto ideal. É incrivelmente fino, com uma construção em Armor Aluminum que lhe confere uma rigidez e uma sensação premium que inspiram confiança imediata. Ao contrário do seu irmão Ultra, que é essencialmente um dispositivo de secretária ou de colo, o Tab S11 é o verdadeiro companheiro portátil. É leve o suficiente para segurar com uma mão enquanto se lê, ou para levar numa mochila sem sequer notar o seu peso. O design minimalista, com molduras finas e simétricas, foca toda a atenção no que realmente importa: o ecrã.
E que ecrã. A Samsung não se conteve e equipou o modelo base com um painel Dynamic AMOLED 3X. Este não é apenas “um bom ecrã”; é um argumento de venda por si só. É o melhor ecrã que se pode encontrar num tablet desta classe, e ponto final. A taxa de atualização de 120Hz torna cada interação, desde o simples scroll numa página web até ao movimento da S Pen, perfeitamente fluida e instantânea. Mas são os fundamentos da imagem que o elevam. Os pretos são absolutos, como seria de esperar do AMOLED, o que significa que ver filmes de ficção científica ou thrillers escuros é uma experiência cinematográfica.

O brilho de pico em HDR é excecional, fazendo com que o conteúdo 4K HDR pareça vivo e vibrante. A grande novidade em 2025, que chega finalmente ao modelo base, é o novo revestimento anti-reflexo. Esta pode parecer uma melhoria menor, mas no uso diário é transformadora. Reduz drasticamente os reflexos de janelas ou luzes de escritório, tornando o ecrã muito mais utilizável em ambientes que não sejam uma sala escura. Este ecrã, combinado com os quatro altifalantes estéreo afinados pela AKG, que produzem um som surpreendentemente rico e espacial, faz do Tab S11 a máquina de consumo de média portátil definitiva.
Por baixo deste ecrã, encontramos o motor: o processador Snapdragon 8 Gen 4 “for Galaxy”. Em termos simples, este tablet é uma potência. O desempenho é de nível de topo, eliminando qualquer vestígio de “lag” ou hesitação. A interface One UI 7 da Samsung corre de forma suave, e as aplicações abrem instantaneamente. Para o gaming, isto significa que o Tab S11 corre todos os títulos mais exigentes do Android nas definições máximas, com ray tracing ativado, sem suar. A gestão térmica também foi melhorada, permitindo sessões de jogo mais longas sem uma queda notável de performance. Esta eficiência do processador traduz-se também numa duração de bateria sólida. Embora não seja um dispositivo de “vários dias” com uso intenso, consegue aguentar um dia completo de trabalho misto (notas, streaming, navegação e alguma produtividade) sem dificuldade.
Mas o Tab S11 não é só para ver filmes e jogar. A sua maior vantagem competitiva continua a ser a S Pen, que, crucialmente, vem incluída na caixa. A Samsung continua a dar uma aula à concorrência neste aspeto. A S Pen é uma ferramenta fantástica. A latência é agora tão baixa que a sensação é indistinguível de escrever em papel com uma boa caneta. Para estudantes que anotam PDFs ou profissionais que fazem marcações em documentos, é uma ferramenta de valor incalculável.

Este ano, a S Pen é reforçada pela Galaxy AI. Isto move a caneta para além do simples desenho. A capacidade de rabiscar notas de forma caótica numa reunião e depois usar a IA para as endireitar, formatar em tópicos e até criar um resumo, é uma funcionalidade que realmente poupa tempo. O “Circle to Search” (agora ativado pela S Pen) é intuitivo, e a tradução de texto manuscrito em tempo real funciona na perfeição.
Isto leva-nos ao software, o eterno “mas” dos tablets Android. O Tab S11 corre a One UI 7, que é, na nossa opinião, a interface mais polida e rica em funcionalidades do Android. Está estável, é personalizável e a integração com o ecossistema Samsung (Quick Share, Multi Control com um portátil Galaxy) é excelente. No entanto, o problema do ecossistema de aplicações de terceiros persiste em 2025. Muitas aplicações populares, especialmente de redes sociais como o Instagram ou o X (Twitter), continuam a ser versões de telemóvel esticadas, que ficam com um aspeto desleixado neste ecrã glorioso. Para um utilizador que gasta este valor num dispositivo premium, é frustrante ver software preguiçoso.
A Samsung conhece este problema melhor do que ninguém, e a sua solução chama-se DeX. O DeX é a arma secreta da Samsung, um modo de desktop completo que transforma o tablet numa interface de janelas flutuantes, semelhante ao Windows ou macOS. E funciona surpreendentemente bem. Para multitarefa real (ter um documento Word aberto ao lado de um browser de pesquisa e do e-mail) o DeX é mais flexível do que a abordagem de ecrã dividido do iPadOS.
No entanto, no ecrã de 11/12 polegadas do Tab S11 base, o DeX pode parecer um pouco “apertado”. É funcional para duas ou três janelas, mas rapidamente se sente a falta de espaço. A verdadeira magia do DeX neste modelo é quando o ligamos (sem fios ou com cabo) a um monitor externo, transformando o pequeno tablet no cérebro de uma estação de trabalho completa. Assim, o DeX no Tab S11 base é melhor visto como uma ferramenta de flexibilidade incrível, e não tanto como um modo desktop para usar no próprio ecrã do tablet durante horas a fio, como acontece no Ultra.
Opinião Final:
O Samsung Galaxy Tab S11 é o tablet Android premium mais polido e completo que se pode comprar em 2025. É a escolha óbvia para quem quer a melhor experiência de ecrã para filmes e gaming. Embora o ecossistema de aplicações Android ainda tenha as suas falhas, a Samsung compensa isso brilhantemente com o DeX e a S Pen, criando um pacote de produtividade flexível e potente. Não é um substituto de portátil para todos, mas é, sem dúvida, o melhor companheiro de produtividade e entretenimento que o dinheiro pode comprar no lado Android.
Confere abaixo o nosso vídeo Unboxing ao Samsung Galaxy Tab S11 e subscreve o nosso canal do Youtube para mais vídeos.
Do que gostamos:
- O ecrã Dynamic AMOLED 3X de 120Hz: Absolutamente fantástico para filmes e média;
- A S Pen estar incluída na caixa, que continua a ser uma ferramenta de valor incalculável para notas e criatividade;
- O equilíbrio perfeito entre tamanho e portabilidade do modelo base (comparado com o Ultra);
- A flexibilidade do DeX, que oferece uma verdadeira experiência de multitarefa com janelas;
- A qualidade de construção premium (Armor Aluminum) e os excelentes altifalantes quad estéreo;
- O desempenho de topo do Snapdragon 8 Gen 4.
Do que não gostamos:
- O ecossistema de aplicações Android para tablets, que (em 2025) ainda tem muitas apps que não estão otimizadas;
- A capa-teclado oficial, essencial para tirar partido do DeX, ser um acessório caro e vendido à parte;
- Algumas das funcionalidades de IA, embora úteis, podem parecer intrusivas para quem prefere uma experiência mais “pura”.
Nota: 8/10
Análise efetuada com um Samsung Galaxy Tab S11 cedido gentilmente pela Samsung para teste.