SNK Heroines: Tag Team Frenzy – Análise

Quando se fala em SNK, pensa-se imediatamente em NEO GEO, King of Fighters e Fatal Fury! Naturalmente, mentes mais… perversas poderão pensar nas várias, e bastante sexualizadas, lutadoras, como Mai Shiranui, Blue Mary, Athena e companhia… todas, desde a primeira encarnação, imensamente detalhadas nos seus movimentos e figuras femininas.

É muito difícil não pensar nesse “momento” do mundo dos videojogos, em que, no seu lado mais “adulto”, all the girls were hot… e não imaginar uma comunidade predominantemente populada por jovens do sexo masculino, tendo em contrapartida a recente valorização – desde 96 com Tomb Raider – da mulher como heroína nos videojogos, e até mesmo o reconhecimento que os gamers vêm em todas as formas e feitios, sejam homens ou mulheres, e nós na Portugal Gamers gostamos deles assim.

Babes à pancada! O sonho de muitos fãs!

Mas aceitação social à parte, temos todos de admitir que as lutadoras dos jogos da SNK, além de serem todas possuidoras de uma tremenda beldade, são também extremamente encantadoras e divertidas de jogar.

É neste espírito de “fan-service” que a SNK lançou o SNK HEROINES TAG TEAM FRENZY, um jogo de luta dedicado unicamente às lutadoras que capturaram a imaginação de tanto jovem nos anos 90. Athena, Mai, Yuri, Nakoruru, Mui Mui, entre muitas outras, até mesmo uma versão feminina do Terry Bogard, entram nesta arena de combate criada por Kukri para alimentar os seus poderes. A estória não é grande coisa, as nossas heroínas são capturadas por Kukri, que obriga as mesmas a combater entre si, alimentando-se do seu desespero. É bastante ridículo, mas qualquer narrativa que fizesse as heroínas do jogo – e apenas estas – combaterem entre si, não teria grande solo em que se aguentar. No entanto, serve o propósito de justificar ver as personagens à pancada. E bastante pancada existirá entre as personagens!

O sistema de combate é inspirado pelo modo 2v2 tag team que alguns jogos do género apresentam. É sempre obrigatório escolher 2 personagens, um atacante e um apoiante. O atacante que está a combater é apoiado pela outra personagem (Support) que lhe vai enviando itens que este pode usar, ganhando vida ou mesmo dificultando a vida ao adversário. No entanto, é aqui onde o jogo se separa um bocado dos seus congéneres e ganha um estilo muito próprio. Falamos por exemplo da relação de balanço entre o Life Gauge e o Spirit Gauge. Isto é, à medida que vamos suportando dano, o tamanho da spirit gague vai aumentando, permitindo ao jogador fazer mais special moves e mesmo o golpe fatal – o Dream Finish!

A SNK é mestre em jogos de luta, e as mecânicas de combate implementadas em SNK HEROINES: Tag Team Frenzy não são exceção

Este é obrigatório, pois SNK HERONIES implementa um sistema em que os jogadores são obrigados a acabar os combates com este golpe especial – o combate simplesmente não acaba mesmo que a vida das personagens chegue ao zero – esta apenas fica na “zona vermelha” e vulnerável a um dream finish! Ora, o jogador que tem a oportunidade de fazer um dream finish, se não o conseguir fazer pode muito bem perder o combate, dado que o seu adversário (sem vida) ficará com uma spirit gauge completa, com a qual pode fazer danos suficientes de modo a conseguir executar o seu dream finish e acabar o combate!

A spirit gauge vai-se restabelecendo naturalmente com o tempo, mas o apoiante – que pode ser colocado no combate através de um simples botão, irá recuperar mais rapidamente a energia desta gauge. Ora, o estilo próprio deste combate de heroínas encontra-se no saber combinar os ataques das personagens, trocando rapidamente entre o atacante e o apoiante, continuando os combos, tendo sempre em atenção os gauges de modo a conseguir acabar o combate com o ataque final! Estes elementos juntamente com a jogabilidade SNK à mistura, faz com que SNK HEROINES TAG TEAM FRENZY seja bastante agradável de jogar, embora difícil de dominar!

É neste backdrop que a ação incomum de SNK HEROINES TAG TEAM FRENZY traz consigo todo o fan service que os fãs das meninas da SNK poderão querer. Queres costumizar a Athena para que esta lute num bikini enquanto usa aqueles óculos sexys e uma tatuagem de um borboleta na cara, com uma bracelete de um peluche, e com uma cauda de raposa? Podes fazer isso! Cada personagem tem 3 roupas que os jogadores podem comprar com in-game currency ganho através dos combates, para além de uma série de elementos e acessórios extra. É possível também visitar a galeria, onde se encontram as cutscenes do jogo, assim como artwork e os temas sonoros.

É possível editar as várias personagens para que fiquem ao nosso gosto! Roupa, acessórios, vozes, quase tudo pode ser costumizado!

Para além disto, o jogo contém as opções do costume: modo história, versus e online. Nada muito extraordinário neste campo, pelo que é bastante competente a cumprir o objetivo do jogo nas suas várias vertentes, que se reduzem sempre a ver meninas bonitas a lutar!

 O jogo já possui, à data da escrita desta análise, algumas personagens extra como DLC, cada uma a cerca de €5. Temos pena de não ver um season pass que amorteça o ter de pagar cada personagem individualmente – o que poderá parecer um pouco irónico, pois somos contra os season passes na maioria dos outros casos.

A nível gráfico, o jogo presenteia-nos com uma visão tridimensional das beldades virtuais, sendo que na nossa opinião, algumas das personagens traduziram-se muito mal do 2d para a sua versão poligonal. É complicado explicar. Não é que o 2d fosse mais realista, mas as personagens estão entre bonecas de porcelana (dead eyes) e figuras de plasticina no espetro da animação. Há algo um pouco perturbador com alguns dos modelos, dado que perderam grande parte da sua “animação” ao saltar do 2d para o 3d. No entanto, é algo que não acontece com todas as elas, pelo que se estão à procura de personagens ao estilo das sprites 2d, preparem-se para um certo choque no estilo. A nível musical, somos acompanhados por dois temas próprios muito upbeat que incorporam a luta pela liberdade das meninas – a la J-pop! No restante, a banda sonora é composta por vários remixes de temas das personagens, assim como alguns temas originais para os vários stages!

Por um lado, temos outfits bem ousados, que são uma delicia visual, por outro, aquelas expressões sem vida das personagens… awkward!

Das versões às quais tivemos acesso (PS4 e NSWITCH), consideramos que a versão Switch sai por cima, até em razão da paridade gráfica que consegue face à consola da Sony, uma vez que traz a portabilidade para cima da mesa! Esse elemento, junto com a possibilidade de destacar os Joy-Con, faz desta a versão ideal para levar connosco para as pequenas pausas do dia-a-dia!

Opinião Final:

SNK HEROINES TAG TEAM FRENZY é uma ode às mulheres (e meninas) que fazem o mundo da SNK um pouco mais bonito e alegre! Como jogo de luta, traz consigo uma alteração à fórmula tradicional que, embora não vejamos a tornar-se regra, é fresca o suficiente para diversificar os combates entre amigos! A nível gráfico, admitimos que talvez não seja para toda a gente, mas o fan-service e a jogabilidade típica da SNK compensam bem essa pequena falha. GAME OVER! YOU WIN!

Do que gostamos:

  • Fan service, babes a lutar entre si em combates frenéticos cheios de técnicas e elementos importantes a ter em conta!
  • Mecânicas dos combates trazem alguma novidade a um modelo de jogo que costuma ser bastante estático;
  • A possibilidade de costumizar as personagens;
  • Banda sonora com temas bastante interessantes!

Do que não gostamos: 

  • Os modelos das personagens não são do mais bonito alguma vez feito, ficando um pouco aquém dos seus congéneres bidimensionais.

Nota: 8/10