Sony Bravia 5 – Análise

No competitivo mercado de televisões de 2025, os consumidores são frequentemente forçados a escolher entre especificações de topo com preços astronómicos e modelos de gama média que cortam em demasia nas funcionalidades. É neste cenário complexo que a Sony lança a Bravia 5, um modelo que não tenta ser o mais caro, mas que, de forma brilhante, se posiciona como o mais inteligente, o ponto de equilíbrio perfeito entre inovação de elite e valor real. A Bravia 5 é a prova de que não é preciso comprar o modelo topo de gama para se ter uma experiência de topo; é preciso é comprar o modelo certo.

Ao tirar a Bravia 5 da caixa, a primeira impressão é de elegância minimalista. A Sony continua a apostar num design de moldura fina que faz com que a imagem seja o único foco. Mas a verdadeira estrela é o painel Mini LED. Esta tecnologia é o segredo para o seu desempenho visual excecional. Ao ligá-la, o brilho é a primeira coisa que nos atinge. Os picos de HDR (High Dynamic Range) são incrivelmente potentes. Cenas com luz solar direta, reflexos na água ou explosões em filmes de ação têm um realismo e uma força que painéis menores simplesmente não conseguem replicar.

Contudo, qualquer um consegue fazer uma televisão brilhante. O verdadeiro desafio, onde 90% das televisões falham, é gerir esse brilho. É aqui que entra o cérebro da operação: o Processador Cognitivo XR. Este processador gere o sistema de local dimming da Bravia 5 com uma precisão que roça a obsessão. Em cenas escuras, como uma paisagem urbana noturna, a televisão consegue manter os pretos profundos e escuros, ao mesmo tempo que ilumina as luzes da rua e as janelas dos prédios com uma precisão cirúrgica. O controlo de blooming, aquele halo de luz fantasma que vemos em televisões menores quando legendas brancas aparecem num fundo preto, é aqui quase inexistente. O processador parece saber o que estamos a ver e como o queremos ver.

BRAVIA 5 | 4K HDR | Mini LED | Smart TV | Televisores | Sony Portugal

Depois, temos a magia da Sony: a ciência de cor e o upscaling. A Bravia 5 entrega cores que são, numa palavra, corretas. Os tons de pele são naturais e realistas, sem aquela aparência cerosa ou artificial que afeta outras marcas. As paisagens são vibrantes e ricas, mas nunca parecem “radioativas” ou excessivamente saturadas. É um equilíbrio delicado que a Sony domina há décadas. Mas o verdadeiro truque de magia é o XR Upscaling. Todos nós temos aquele conteúdo de streaming mais antigo ou aquele canal de TV cabo que ainda emite num 1080p questionável. A Bravia 5 pega nesse conteúdo, analisa-o em tempo real e reconstrói-o com uma clareza e detalhe que o fazem aproximar-se muito do 4K nativo. É quase feitiçaria. Pega naquele vídeo antigo da banda da garagem, gravado há 15 anos, e fá-lo parecer um documentário da Netflix. Talvez até bom demais, fazendo-nos notar detalhes que preferíamos não ter visto.

Para os fãs de desporto e filmes de ação, o processamento de movimento é crucial. O XR Motion Clarity da Bravia 5 é exemplar. Em jogos de futebol rápidos, a bola permanece nítida e definida, sem arrasto ou “fantasmas”. Em cenas de perseguição de carros, a imagem mantém a fluidez sem nunca criar o temido “efeito telenovela” (aquele visual ultra-fluido e artificial que faz um filme de Hollywood parecer uma produção de baixo orçamento). A televisão consegue encontrar o equilíbrio perfeito entre clareza e o aspeto cinematográfico natural.

E agora, o departamento de áudio. Normalmente, este é o ponto em que recomendamos imediatamente uma barra de som. No entanto, a Bravia 5 surpreende. Equipada com a tecnologia Acoustic Multi-Audio, a Sony colocou tweeters de posicionamento de som adicionais na própria estrutura da televisão. O resultado é que o som parece vir diretamente do ecrã, e não de baixo ou de trás. Os diálogos são incrivelmente claros e ancorados no centro da imagem. Embora não tenha a capacidade de abalar a sala de um subwoofer dedicado, o áudio incorporado é mais do que suficiente para uma visualização diária e até para sessões de cinema, criando um palco sonoro surpreendentemente amplo e envolvente.

BRAVIA 5 | 4K HDR | Mini LED | Smart TV | Televisores | Sony Portugal

No entanto, onde a Bravia 5 se torna a escolha óbvia para muitos é no gaming. A Sony não se limitou a colocar uma etiqueta de “Perfeito para PlayStation 5”; ela integrou funcionalidades que realmente fazem a diferença. A televisão vem com múltiplas portas HDMI 2.1 que suportam 4K a 120Hz, VRR (Variable Refresh Rate) e ALLM (Auto Low Latency Mode). Para o jogador, isto traduz-se numa experiência ultra-fluida. O 4K a 120Hz oferece uma nitidez de movimento incrível, enquanto o VRR elimina o screen tearing (quando a imagem parece rasgar-se). O novo Menu de Jogo é um centro de controlo fantástico, permitindo ajustes rápidos como o equalizador de pretos (para vermos inimigos escondidos nas sombras, o que é quase fazer batota, mas se a TV o permite…) ou a redução de motion blur personalizada. O input lag é virtualmente inexistente, o que significa que o tempo entre premir um botão e ver a ação no ecrã é instantâneo.

A experiência de Smart TV é assegurada pelo Google TV, que continua a ser uma plataforma robusta, rápida e intuitiva. A integração da pesquisa por voz funciona perfeitamente, e a forma como o sistema organiza o conteúdo de todas as nossas subscrições num único local facilita a descoberta de novos filmes e séries, em vez de nos obrigar a saltar entre cinco aplicações diferentes.

Opinião Final:

Em suma, a Bravia 5 é um triunfo de engenharia e de posicionamento de mercado. A Sony conseguiu destilar as funcionalidades mais importantes dos seus modelos topo de gama, como o processamento de imagem de elite e as especificações de gaming perfeitas, e embalá-las num painel Mini LED que oferece um desempenho visual excecional. É uma televisão que não tenta fazer tudo, mas que faz tudo o que importa, e fá-lo melhor do que qualquer outra na sua classe.

Do que gostamos:

  • O equilíbrio perfeito entre preço e desempenho de topo, sendo a “escolha inteligente” da gama;
  • O Processador Cognitivo XR, que gere o local dimming do Mini LED e o upscaling de forma quase mágica;
  • Funcionalidades de gaming (4K@120Hz, VRR, Menu de Jogo) que são “Perfeitas para a PS5” e funcionam na perfeição;
  • A tecnologia Acoustic Multi-Audio, que faz o som (especialmente os diálogos) vir diretamente do ecrã;
  • A ciência de cor da Sony, que entrega tons de pele naturais e cores vibrantes sem parecerem artificiais;
  • O processamento de movimento (XR Motion Clarity) que é rápido e fluído, sem o “efeito telenovela”.

Do que não gostamos:

  • O áudio incorporado é tão bom que nos deixa a pensar no quão melhor seria (e quanto mais teríamos de gastar) com o sistema de som completo;
  • O upscaling é tão eficaz que pode revelar detalhes embaraçosos em filmes e séries mais antigos;
  • O equalizador de pretos no Menu de Jogo, que nos faz sentir que estamos a fazer batota (o que, tecnicamente, estamos);
  • Não ser o modelo flagship (como a Bravia 9), o que pode ser psicologicamente difícil para quem gosta de ter “o número mais alto”.

Nota: 8/10

Análise efetuada com uma Sony Bravia 5 cedido gentilmente pela Sony para teste.