
O Sony INZONE M9 II posiciona-se como um dos monitores 4K mais completos para quem joga tanto em PC como em consola, integrando características técnicas exigentes com preocupações práticas que o tornam particularmente apelativo num cenário de gaming híbrido. Com 27 polegadas, resolução 3840×2160 e uma taxa de atualização de 160 Hz, este painel IPS não se limita a especificações de topo: quer também apresentar-se como uma ferramenta versátil para quem exige desempenho, fidelidade de cor e fluidez.
Ao contrário do seu antecessor, o INZONE M9 II abandona o visual bicolor inspirado na estética da PlayStation 5 e adota uma abordagem mais sóbria. O design todo em preto é menos chamativo, mas mais consensual para setups variados. A base circular é funcional e, ao permitir rotação completa da coluna, facilita bastante o acesso às portas traseiras. Ainda assim, a estabilidade poderia ser um pouco melhor, já que o monitor oscila com toques mais bruscos à secretária.

A ergonomia está bem pensada: temos ajuste de altura, inclinação, rotação lateral e compatibilidade com suporte VESA. O joystick de navegação do menu OSD é bastante preciso e intuitivo, embora colocado na parte de trás do painel, o que pode exigir alguma habituação. O menu em si é bem organizado, com modos predefinidos fáceis de alternar conforme o tipo de conteúdo, seja gaming, cinema ou trabalho. Spoiler: o modo FPS aumenta tanto a nitidez que parece que os inimigos estão a pedir desculpa antes de disparar.
No campo da imagem, o painel IPS oferece uma excelente reprodução de cores com ângulos de visualização generosos. Em modo SDR, o brilho é suficientemente elevado para uso em ambientes bem iluminados, e o contraste, embora limitado pela natureza do painel, é compensado pela inclusão de local dimming com 96 zonas. Em HDR, este sistema permite realces luminosos bem visíveis e maior profundidade nas sombras, embora continue a haver blooming visível em torno de objetos brilhantes sobre fundos escuros.
A reprodução de cor cobre praticamente toda a gama DCI-P3, o que é uma mais-valia para conteúdos multimédia e edição leve. A calibração de fábrica é competente, mas quem quiser extrair o máximo poderá ajustar perfis mais refinados. Em HDR, o monitor ultrapassa os 700 nits de pico, garantindo brilho suficiente para destacar efeitos especiais ou reflexos intensos em jogos e filmes.
A fluidez é outro trunfo: com 160 Hz de taxa de atualização e tempo de resposta de 1 ms (GtG), o INZONE M9 II garante um desempenho responsivo, ideal para jogos de ritmo acelerado. O suporte a VRR elimina tearing e stuttering em títulos exigentes, quer em consola, quer em PC. O input lag é mínimo, o que contribui para uma sensação de controlo imediata e precisa. É o tipo de monitor que te faz perceber que afinal não és assim tão mau no jogo, só tinhas era um ecrã lento.
Uma das integrações inteligentes está na compatibilidade total com a PS5, onde o monitor ativa automaticamente o modo HDR e ajusta o mapeamento de tons consoante o jogo. Esta ligação direta entre hardware da Sony permite uma experiência plug and play bastante otimizada para quem joga em consola. O modo de ecrã reduzido para FPS competitivo, que simula um painel de 24,5 polegadas, é outro detalhe pensado para jogadores mais focados.
A nível de conectividade, encontramos HDMI 2.1, DisplayPort, USB-C, hub USB-A e entrada para auscultadores, o que permite ligar uma panóplia de dispositivos. É possível usar o monitor como estação de trabalho ao ligar portáteis por USB-C, beneficiando de carregamento e transferência de dados. A versatilidade é notória e ajusta-se bem a utilizadores que alternam entre produtividade e lazer.
Apesar das boas intenções no campo do áudio, os altifalantes integrados não são grande coisa. Servem para uso pontual, mas a falta de profundidade e clareza obriga a considerar headphones ou colunas externas para uma experiência mais envolvente. Também a uniformidade dos pretos deixa a desejar quando o local dimming está desativado, uma limitação típica de painéis IPS que aqui se nota especialmente em cenas muito escuras. E sim, aqueles pretos acinzentados fazem lembrar TVs dos anos 90, mas sem a nostalgia.
O consumo energético é relativamente eficiente tendo em conta a luminosidade e resolução do painel, mas não é dos mais baixos do segmento. Em sessões de gaming prolongadas, o painel aquece ligeiramente, mas sem efeitos relevantes na performance. A gestão térmica do monitor é eficaz e silenciosa, não vais ouvir ventoinhas a arrancar como se estivesses a lançar um drone.
Comparando com o modelo anterior, o M9 II oferece melhorias claras na taxa de atualização, integração de funcionalidades, gestão de imagem HDR e fluidez geral. No entanto, não revoluciona a fórmula: mantém-se como uma evolução consistente e segura, sem rasgos de inovação drástica. É, sobretudo, uma versão mais polida de um monitor já sólido.
Opinião Final:
O INZONE M9 II é uma escolha muito equilibrada para quem procura um monitor 4K com boa performance em jogos e utilidade para tarefas mais convencionais. A integração com a PS5 é um argumento forte, mas não exclusivo. A qualidade de imagem, a fluidez e as opções de conectividade fazem dele uma proposta interessante para utilizadores que valorizam versatilidade, mesmo que algumas limitações como os pretos pouco profundos ou o som modesto exijam concessões.
Do que gostamos:
- Resolução 4K com HDR eficaz;
- Excelente fluidez com 160 Hz e VRR;
- Integração inteligente com PS5;
- Painel IPS com boa fidelidade de cor;
- Conectividade variada, incluindo USB-C;
- Design mais discreto e funcional.
Do que não gostamos:
- Blooming visível em HDR com local dimming;
- Pretos pouco profundos fora do HDR;
- Estabilidade da base poderia ser melhor;
- Colunas integradas fracas.
Nota: 8,5/10
Análise efetuada com um INZONE M9 II cedido gentilmente pela Sony para teste.