Splatoon 2: Octo Expansion – Análise

Splatoon 2: Octo Expansion é a nova expansão do jogo pelo que podem ler ou reler a nossa Análise ao título Splatoon 2, aqui.

Desde a geração anterior que a Nintendo tem investido na sua interpretação do que um shooter deve ser. Divertido, colorido e com uma identidade que o separa das restantes ofertas disponíveis, a franquia Splatoon trouxe-nos o mundo dos Inklings (Lulas) e dos Octotarians/Octolings (Polvos), um mundo onde a humanidade, já há muito extinta, foi substituída por criaturas marinhas cheias de personalidade. A narrativa de Splatoon conta-nos a história de um mundo bastante moderno envolvido numa luta secreta entre as duas espécies dominantes, luta esta que as nossas personagens, quer em Splatoon, quer em Splatoon 2, ajudam a ganhar – juntamente com Callie e Marie – para o lado das lulas! No ano passado, com o lançamento de Splatoon 2 na Switch, os nossos Verões ficaram bem mais divertidos – mas continuamos a acreditar que algo mais poderia ser feito com o mundo de Splatoon. É impossível largar aquela ideia que Inkopolis merecia um tratamento mais… dedicado. Afinal, o lore de Splatoon é tão rico que é difícil não nos vermos a partir em aventuras rodeados de lulas, isópodes e camarões! Já para não falar dos octolings. Afinal, a Marina é uma Octoling e… toda a sociedade de Inklings parece estar-se nas “tintas” para isso! Sabemos que ela viu o combate final entre o Agent 3 (a nossa personagem no Splatoon) e o DJ Octavio, e em consequência a sua vida mudou, mas fora isso não sabemos muito mais, e esse tem sido o problema com o mundo de Splatoon: o facto de ter um magnífico mundo, mas que merecia muito mais a nível de exposição. Há simplesmente demasiadas perguntas!

Octo-Expansion mostra-nos uma faceta do mundo de Splatoon que nunca antes vimos! Quem criou esta rede metropolitana nas profundezas do mar?

Numa tentativa de expandir um pouco o lore, para além de introduzir mais conteúdo single-player, temos agora Splatoon 2: Octo Expansion, que nos leva até às profundezas do oceano!
Em Octo Expansion, somos colocados nos tentáculos (os polvos não têm papeis) de um (ou de uma) Octoling, que acorda misteriosamente numa estação de metro subterrânea, ao lado de Cap. Cuttlefish (de Splatoon) e descobre que está com amnésia. Após encontrarem um telefone antigo, a nossa personagem é convidada a encontrar as quatro “thangs” (“coisas” num inglês muito street) que a permitirão chegar à Terra Prometida, que se julga ser a superfície. As aparências iludem e o nosso polvo tem de andar de nível em nível, sendo transportado pelo Metro das profundezas entre os mesmos. Pelo caminho, somos ajudados pelo Cap. Cuttlefish, por Pearl e Marina, pelo adorável revisor lesma-marinha e por uma série de personagens interessantes e bizarras que utilizam este transporte público do fundo do mar.

Mas vamos à expansão propriamente dita, Octo Expansion traz-nos 80 níveis single-player. Estes níveis são bastante diferentes dos níveis single player contidos em Splatoon 1 e 2, pelo que se assemelham mais a desafios. Mas que tipo de desafios? Bem, de tudo um pouco! Imagine-se os trials de The Legend of Zelda Breath of the Wild com um bocadinho de Super Mario Galaxy à mistura, e obtém-se uma imagem aproximada de como estes estão estruturados. Podemos ter que levar uma bola até ao final do percurso, ou rebentar balões até ao final do nível enquanto deslizamos em cima de um rail de tinta, ou até mesmo voar usando um jetpack de tinta enquanto evitamos misseis e outros inimigos. É bastante experimental e divertido, a sua variedade quebrando bastante a monotonia que eventualmente se impunha nas campanhas dos dois títulos da série. Parece que nunca estamos a fazer o mesmo durante muito tempo, e isso faz com que queiramos jogar sempre mais um nível, um após o outro. Por outro lado, cada nível pode ser jogado num curto espaço de tempo, pelo que é ideal para o formato da Switch – permite jogar um nível rápido enquanto estamos no metro a ir para o trabalho ou para a escola! Os níveis não são muito difíceis, mas a dificuldade tende a escalar do “básico” para o “veterano de Splatoon” bastante facilmente, pelo que na impossibilidade de conseguirmos acabar um nível, Pearl e Marina podem “hackear” a base de dados do metro, deixando-nos passar o nível. É claro que tal não é uma solução ideal, pois nesse caso os “mem cakes”, umas figuras colecionáveis que obtemos sempre que acabamos os níveis, não nos são atribuídos. Por cada set de mem cakes, recebemos equipamento que pode ser utilizado posteriormente no modo multiplayer de Splatoon 2.

Os níveis single player de Octo-Expansion são vastamente superiores aos do jogo original e da sua sequela. Inspirados em vários desafios de Zelda Breath of the Wild e Super Mario Galaxy, os níveis são curtos e divertidos!

Grande parte da atração de Octo Expansion estaria, na nossa opinião, naquilo que é o world building do mundo de Splatoon. Nesse aspeto, o jogo base, embora expanda aquilo que é a narrativa da série, simplesmente não é suficiente. Não nos entendam mal, a apresentação do metro do fundo do mar é incrível, possui uma vibe dos anos 80, com umas batidas bem modernas – e temas completamente novos – e todo o ambiente da expansão ajuda a mostrar-nos uma faceta desse mundo que nunca vimos, mas mais uma vez é um mundo limitado nas oportunidades de exploração que nos proporciona. Seria bom que ao invés da série de mundos desconectados, conseguíssemos aceder aos vários desafios num ambiente open world, exatamente do mesmo modo em que a cidade de Inkopolis terá, necessariamente, de ser explorável numa eventual sequela a Splatoon 2. Será assim tanto, pedir um futuro Splatoon RPG?

Opinião Final:

Splatoon 2: Octo Expansion é exatamente o que o nome diz, uma expansão sobre um(a) Octoling perdido/a a tentar encontrar o seu caminho para a superfície, passando por uma miríade de níveis single-player. Nesse sentido, os níveis são brilhantes e vastamente superiores ao já muito divertido single-player de Splatoon 2. A expansão esforça-se por continuar a narrativa do mundo de Splatoon. E apesar de ser bom voltar a ver o Cap. Cuttlefish, esta oferta fica um pouco aquém do esperado. Ainda não é desta que nos é dado um open world que os habitantes de Inkopolis merecem.

Do que gostamos:

  • 80 níveis single player do mais imaginativo que há!;
  • Possibilidade de ganhar itens para utilizar no multiplayer de Splatoon 2;
  • Apresentação soberba com um estilo único e novos temas musicais.

Do que não gostamos: 

  • Expansão falha em dar um desenvolvimento substancial ao mundo de Splatoon, pelo que ainda não é desta que temos a possibilidade de explorar livremente esse mundo.

Nota: 8/10 (Octo Expansion é uma expansão para Splatoon 2, pelo que é obrigatório possuir o título principal para a Nintendo Switch para usufruir da mesma).