Summer Catchers – Análise (Switch)

Summer Catchers é um jogo bastante simples mas que promete a road trip de uma vida. Chu é uma rapariga que vive numa floresta nevada e que nunca viu o Verão. Assim, decide pegar no seu carro de madeira e lançar-se à aventura, viajando por terras vastas e diversas, conhecendo criaturas que podem ou não ser amigas e enfrentando vários obstáculos e perigos.

A premissa é bem simples e a ideia de Chu se lançar à aventura no seu carro é transmitida ao jogador naquilo que, na sua essência, é um endless runner. Nas várias áreas pelas quais vai passando, Chu tem sempre uma espécie de hub, a partir do qual se poderá lançar à aventura e assim progredir no seu objetivo.

Mas como é que tudo isto funciona? Essencialmente, pegam no vosso carro e começa a parte de endless runner. O carro de madeira de Chu não é particularmente forte e basta embaterem contra alguns obstáculos ou caírem noutros perigos, que lá se parte o vosso veículo e têm de voltar ao hub, arrastando a vossa vergon… quero dizer, o vosso carro. Estes perigos podem ser ultrapassados pela utilização de várias ferramentas, como um para-choques para vos proteger de rochas, totens e outros itens espalhados pelo caminho, um salto para ultrapassarem poços de espinhos, uma ventoinha que vos permite levitar, entre outras que vão desbloqueando à medida que vão avançando.

Não há como não adorar a arte de Summer Catchers.

De cada vez que utilizam uma ferramenta, esta é imediatamente consumida, sendo que podem ter no vosso inventário várias do mesmo tipo de ferramenta, podendo adquirir estas com cogumelos que vão apanhando pelo caminho e que servem como moeda no jogo. Apenas têm três slots onde aparecem as ferramentas que podem usar, sendo estas atribuídas a estes slots de modo aleatório. Podem trocar uma delas ao premir o botão Y, mas não o podem fazer consecutivamente, obrigando a esperar algum tempo antes de o poderem fazer de novo. Assim, o progresso requer não só algum poder de gestão e antecipação, como também alguma sorte, uma vez que nunca podem totalmente controlar quais as ferramentas que têm disponíveis naquele preciso momento para utilizar. Pode-se dar o caso de necessitarem da ferramenta que vos permite saltar, mas não a poderem usar porque esta não está em nenhum dos slots. E aí, ficam sujeitos ao que há e rezem para que não seja desta que se espetam com o carro.

Para efetivamente progredir para outra área, deverão completar uma lista de tarefas que geralmente alguma personagem vos dará em cada hub. É aqui que o jogo se vai um pouco abaixo e onde poderá desencorajar aqueles que até estavam a gostar das mecânicas. Estas listas geralmente requerem que apanhem X de determinado item ou que acordem X ursos, entre outros objetivos. Apenas podem selecionar um objetivo de cada vez, o que faz com que tenham de repetir a mesma corrida uma e outra vez, sempre da mesma forma, até conseguirem completar os objetivos e assim avançar com o jogo. É um sistema de progressão um bocado grindy e que certamente não agradará a todos.

Existem inúmeros perigos à espreita… uns mais esquisitos que outros.

Onde Summer Catchers brilha é sem dúvida na sua direção artística. Os seus gráficos focam-se num estilo de pixel art que é muito bem conseguido e que faz com que os cenários e as criaturas que o habitam transmitam mesmo uma ideia de mundo encantado. E é isto que me fez voltar ao mundo de Summer Catchers uma e outra vez. O seu estilo de jogo também se encaixa muito bem numa consola portátil, sendo ideal para jogar em pequenas sessões, ainda que tenha dado por mim a passar uma tarde a tentar levar Chu finalmente a ver o seu tão desejado Verão.

Opinião Final:

Summer Catchers é um endless runner que promete uma experiência mágica, sendo por momentos bem-sucedido. Apesar das suas mecânicas, que o tornam um pouco grindy, é ainda assim um jogo que demonstra que por vezes a simplicidade é mais do que suficiente para criar uma bonita experiência de jogo.

Do que gostamos:

  • Conceito simples mas que se presta a sessões curtas na Switch;
  • Direção artística maravilhosa (quem não adora uma boa pixel art?).

Do que não gostamos:

  • Levar Chu a bom porto requer não só uma boa gestão de recursos, mas também uma dose de sorte;
  • Sistema de progressão com checklists é um pouco chato e não agradará a todos.

Nota: 7/10