Super Mario Party – Análise

Três anos após o lançamento de Mario Party 10 na Wii U, e um ano após o bem-recebido remix Mario Party: The Top 100 na 3DS, é a vez da Nintendo Switch receber a sua versão do party game da Nintendo. Aqui o desafio era substancial: a série Mario Party sofreu, pelo menos desde a passagem para a Wii, de uma certa saturação. Estamos perante o décimo sétimo jogo na franquia, um que parece querer devolver a mesma às origens daquilo que faz um Mario Party.

Comecemos por encarar aquilo que destaca Super Mario Party (em diante, SMP), a portabilidade de um título principal da franquia. Sem prejuízo dos títulos portáteis, SMP é um título principal da série e mostra-o com todo o orgulho, mas também traz consigo algumas das influências das versões portáteis, juntando inclusive a sua interpretação muito especial daquilo que um party game deve ser. É possível jogar este título na Switch em modo docked ou em modo estável, suportando desde 1 a 4 jogadores. Cada jogador ficará a cargo de um Joy-Con, pelo que SMP não suporta nem o Joy-Con grip, nem o Pro-controller, ficando também de fora o modo portátil da Switch. É certamente uma partida face ao tradicional, dado que os “meios-comandos” da Nintendo não são do mais confortável de usar durante longos períodos de tempo. Por outro lado, é possível jogar com 2 Switch emparelhadas, mas o número de jogadores não aumenta, mantendo-se a 4, partilhando cada par um ecrã. Vemos aqui uma certa oportunidade perdida. Dada a vasta quantidade de personagens que é possível escolher, porque não ter 4 jogadores por Switch até um total de 8? Será incapacidade técnica da consola, ou mesmo uma escolha de design em manter um número tradicional de jogadores? Qualquer que seja a resposta, a possibilidade de ligar duas consolas permite-nos jogar alguns mini-jogos utilizando ambos os ecrãs em continuidade – como um único ecrã – o que nos permite espreitar mais um pouco das capacidades técnicas da Switch, que nos parece magia e algo que queremos ver implementado em próximos jogos.

Super Mario Party traz consigo 80 novos mini jogos.

Super Mario Party apresenta-nos vários modos: temos naturalmente o modo Mario Party com os seus 4 tabuleiros principais; River Survival, que nos verá a remar até ao final de uns rápidos; e finalmente Sound Stage, em que muito ao estilo de WarioWare, completamos uma série de mini-jogos rítmicos. Na verdade, todos estes modos são formas diferentes de nos lançarmos naquilo que é a atração principal, que são os mini jogos! Esta edição de Mario Party traz 80 mini-jogos, menos que Mario Party: The Top 100, mas que coleção esta!Praticamente tudo em oferta é divertido, do tradicional como tentar capturar o maior número de bolas, uma corrida de triciclo, ou mesmo de uma luta de tartes, até algo mais experimental como usar os motion-controls dos Joy-Con para fritar um cubo de carne. Não se preocupem! Os motion controls funcionam muito bem! Existe ainda um modo, Partner Party, em que jogamos os tabuleiros com um parceiro – trazendo alguma flexibilidade dado que o movimento é livre, não estando dependente de um caminho pré-estabelecido como nos tabuleiros tradicionais.

Uma das grandes novidades nesta edição de Mario Party é a presença de dados específicos para cada personagem, isto é, os dados que se lançam no início de cada rodada. É possível lançar um dado standard mas também é possível lançar dados específicos, como os de Mario, que contêm um maior número de 3 e portanto são mais seguros num movimento de 3 casas, mas com inexistência de 4s, ou os dados de Luigi, com três 1, mas que pode subir até a um 7! Waluigi, por exemplo, tem um dado com 1,3,5,5,7 mas uma das casa obriga-nos a perder 3 moedas sem qualquer movimento! Existe alguma tática com risco na escolha dos dados certos, mas esta traz um certo elemento de imprevisibilidade ao início de cada turno. Finalmente, como sabemos, ganha quem tiver o maior número de estrelas apanhadas durante o jogo, mas aquele sorteio parvo das estrelas no final da partida continua a existir e com exceção da estrela dada com base no maior número de mini-jogos ganho, as outras são bastante aleatórias, pelo que é possível, tal como em Mario Kart, perder uma partida à última, porque aquele jogador que com menos 1 ou 2 estrelas teve a sorte de ser sorteado no final com mais algumas estrelas, passando à nossa frente!

O novo sistema de dados permite às personagens escolherem dados próprios das personagens, implementado um sistema de risco e recompensa muito interessante!

O jogo tem ainda várias surpresas para descobrir, como a Toad’s Rec Room, com divertidos mini-jogos em que se podem conectar duas Switch (adoramos o jogo com os tanques) entre outras surpresas que é necessário desbloquear!

Graficamente, SMP sobressai pelo tratamento dado às personagens e aos ambientes, isto num party game pode não querer dizer grande coisa, mas acreditem que SMP está a milhas graficamente dos outros títulos da franquia. A nível musical, como habitualmente, esta iteração de Mario Party é acompanhada de músicas vibrantes e divertidas que se encaixam bem no seu tom, muito ao estilo Super Mario! Mas claro que aqui o lugar de destaque vai para os mini-jogos encontrados no modo Sound Stage, que juntos compõem um enorme espetáculo musical videojogável!

Os novos modos de jogo, como o River Survival e o SoundStage trazem maneiras novas de competir contra os amigos e família!

Opinião Final:

Super Mario Party é das melhores edições do party game de Mario e companhia. Não obstante devolver a fórmula de Mario Party às origens, falo de uma maneira em que insere novidades suficientes, revitalizando a franquia, o que juntamente com um conjunto de 80 mini jogos de qualidade, faz este SMP uma aquisição obrigatória para os serões em família e com amigos!

Do que gostamos:

  • 80 mini jogos de qualidade, super divertidos;
  • Várias novidades alteram a fórmula tradicional, como dados novos e modos de jogo novos;
  • É possível combinar 2 Switch para magia videojogável!

Do que não gostamos: 

  • Jogo apenas suporta 4 jogadores, quer numa Switch, quer em duas.

Nota: 8/10