The Last of Us Parte II Remastered (PC) – Análise

The Last of Us Parte II Remastered chega finalmente ao PC, marcando a estreia de uma das obras mais divisivas e aclamadas da PlayStation numa nova plataforma. Este lançamento levanta duas perguntas inevitáveis: consegue o jogo manter o impacto emocional e técnico fora do ecossistema Sony? E vale a pena revisitar esta história brutal num novo formato? A resposta a ambas é um sim cuidadoso, mas não incondicional. A versão remasterizada melhora alguns aspetos visuais e de acessibilidade, oferece novos modos de jogo como o modo “Sem Volta” (No Return), mas também herda limitações de design e uma narrativa que continua a dividir opiniões.

Esta adaptação para PC tira partido do hardware mais flexível, com suporte para DLSS 3, FSR 2.2 e resolução ultrawide. O jogo permite configurações a 120 fps, desde que o sistema o suporte, e apresenta texturas de altíssima qualidade, com sombras, iluminação e reflexos substancialmente melhorados. A Naughty Dog trabalhou em colaboração com a Iron Galaxy para garantir uma versão técnica mais robusta do que o lançamento atribulado da Parte I no PC, e os resultados estão à vista. O jogo corre de forma fluída na maioria dos sistemas modernos, com um nível de detalhe impressionante, especialmente nas animações faciais que continuam a ser das mais expressivas da indústria.

Narrativamente, The Last of Us Parte II Remastered mantém-se fiel ao original. Seguimos Ellie numa jornada de vingança que rapidamente se transforma num ciclo de ódio e perda, alternando com a perspetiva de Abby, personagem que continua a provocar reações extremadas. A história é contada com uma maturidade rara, arriscando estruturalmente e emocionalmente, mesmo que tal implique perder parte da audiência mais conservadora. A remasterização não altera esse núcleo narrativo, mas adiciona comentários dos realizadores e segmentos jogáveis cortados do jogo final, oferecendo um vislumbre raro do processo criativo.

No campo da jogabilidade, a remasterização inclui o modo roguelike “Sem Volta”, onde enfrentamos ondas de inimigos com diferentes personagens e condições. Este modo dá nova vida ao combate, permitindo testar habilidades num formato menos dependente da narrativa. A inteligência artificial foi ligeiramente refinada, e o sistema de acessibilidade continua a ser um dos mais completos em qualquer videojogo, com opções que vão desde descrição por áudio até assistência visual e motora.

Visualmente, o jogo é deslumbrante. A direção de arte mantém o tom melancólico e realista, com ambientes detalhados, iluminação atmosférica e uma paleta cromática cuidadosamente escolhida para reforçar o peso emocional da narrativa. Os modelos de personagens, o sistema de animações e o trabalho de captura facial são, simplesmente, topo de gama. No PC, estes elementos brilham ainda mais, com possibilidades de personalização gráfica que tornam cada frame digno de um screenshot.

O som continua a ser uma componente essencial da experiência. A banda sonora de Gustavo Santaolalla permanece delicada e angustiante, e o design sonoro – dos estalidos dos infectados aos sons da floresta molhada – contribui para uma imersão total. A atuação vocal é magistral, com destaque para Ashley Johnson (Ellie) e Laura Bailey (Abby), cujas performances sustentam toda a carga dramática da história.

Podes ver a nossa análise original à versão remasterizada desta obra de arte aqui que obteve a nota de 9/10 na nossa pontuação.

Opinião Final:

The Last of Us Parte II Remastered para PC não é apenas uma reedição – é a afirmação de que os jogos de prestígio da Sony podem brilhar fora da consola. Para quem nunca jogou, é a versão definitiva. Para quem já viveu esta história, o valor depende do desejo de a reviver com mais detalhe e algumas novidades. Em qualquer dos casos, é uma obra obrigatória para quem valoriza narrativa, emoção e qualidade técnica nos videojogos.

Nota: 9/10

Análise efetuada com um código PC cedido gentilmente pela distribuidora.