The Legend of Zelda: Link’s Awakening – Análise

Vinte e seis anos depois do lançamento do original no Game Boy, Link’s Awakening chega à Nintendo Switch. É uma escolha curiosa por parte da Nintendo, fazer um remake de um dos jogos mais incomuns da franquia Zelda e colocá-lo na Switch, especialmente depois do quão diferente consegue ser o último título Zelda, lançado para a mesma. Mas, o facto é que Link’s Awakening, à data, quebrou com várias tradições e estabeleceu outras, servindo de inspiração – nas palavras de Miyamoto – ao desenvolvimento de Ocarina of Time.

Pois bem, o que ficou preservado em alta definição? O que foi abandonado? Será que Link’s Awakening se adapta bem à Nintendo Switch? As respostas a estas questões têm de ser compreendidas olhando em perspetiva para o jogo autonomamente, independente da sua plataforma. Afinal, Link’s Awakening é um jogo com vinte e seis anos, e, não obstante a “pintura” nova, continua a ser um jogo já com alguma idade. Mas vamos por partes!

Antes de mais, os fãs da franquia irão sentir-se em casa – a progressão é linear: o objetivo é fugir da ilha de Koholint, na qual Link foi parar após a estória de A Link to the Past, e necessita de reunir oito instrumentos mágicos para acordar um ser místico – o Wind Fish – que lhe permitirá sair da ilha. Para tal, terá de realizar quests de modo a obter chaves que desbloqueiam as masmorras onde poderá ganhar os instrumentos. Pelo caminho, ajudará os habitantes da ilha de Koholint nos seus afazeres, incluindo a sua amiga Marin e o seu pai.

Link acorda numa ilha misteriosa e é a sua função escapar da mesma!

Por outro lado, aqueles que só jogaram Breath of the Wild, o último título da franquia – que se apresenta como um jogo absolutamente aberto a nível de progressão – poderão deparar-se com um jogo objetivamente diferente. Link’s Awakening é um jogo Zelda clássico e, honestamente, gostamos de voltar à progressão linear. O ADN Zelda que marcou títulos como Ocarina of Time, Wind Waker, Twilight Princess e Skyward Sword está de volta, e estamos felizes por ver que a Nintendo sabe tratar, e celebra, as tradições da franquia.

No que toca à transição para uma consola de alta definição, o jogo ganha algumas melhorias de “qualidade de vida”. Isto é, o escudo e a espada são automaticamente equipados para o botão ZR e B, não necessitando de ser equipadas nos espaços para os botões Y e X; o mesmo acontece com as Pegasus Boots, que se ativam automaticamente com o botão L. São pequenos detalhes que os jogos mais recentes da franquia davam como adquirido e que agora Link’s Awakening também assume. Deixado para trás ficou também o scrolling do ecrã, dado que a Switch consegue demonstrar mais objetos no plano, ficando este reservado apenas para mudanças de zona. No restante, Link’s Awakening mantém-se como nos lembramos dele: um jogo revolucionário para a plataforma em que saiu, e uma excelente experiência Zelda, agora também presente nas nossas televisões (não contando que o jogo podia ser jogado no Super Gameboy Player na SNES e no GBA Player da GameCube, mas essas opções sempre foram mais inortodoxas).

A apresentação é simplesmente adorável!

Como novidade aparece a possibilidade do jogador criar as suas próprias masmorras, coleccionando peças e construindo-as na casa de Dampé – o simpático coveiro de Ocarina of Time. É possível ler as figuras amiibo para desbloquear peças de masmorra! Também é possível gravar as nossas próprias masmorras numa figura amiibo e levar as mesmas connosco para desafiar amigos que também possuam o jogo!

A nível gráfico, devemos desde já avançar que a apresentação está absolutamente adorável. Link e companhia parecem saídos de um anúncio da PinyPon, com uma animação que nos lembra os momentos da nossa infância em que partíamos à aventura com os nossos bonecos. Os habitantes de Koholint ficam simplesmente fantásticos nesta versão, adoramos ver o BowWow – o icónico Chain-chomp, assim como os inimigos, muitos retirados da franquia Super Mario Bros. E a cor!!! Oh, a cor! Já o áudio conta com composições adoráveis, algumas com instrumentos de sopro, que retomam a magia dos temas da franquia e a adaptam à atualidade, mantendo sempre o tom muito “adorável” do jogo.

Sabiam que Link’s Awakening foi o primeiro jogo Zelda a incluir pesca?

Nem tudo é perfeito, todavia. Sentimos que o jogo se mantém preso a algumas limitações do passado. Não há tantas quests (nem comparando com Ocarina of Time, o seu sucessor cronológico) – aliás só há uma grande “trade quest” no jogo, fora a estória principal. Há um quadriculado por debaixo do mapa, embora Link se possa movimentar com 360º de liberdade de movimentos – os rochedos só podem ser movidos em 4×4 ou o terreno só pode ser escavado nesse quadriculado, coisas do género. Não há voz, nem nas cutscenes, o que poderá parecer incomum nos dias de hoje. Também existem algumas imperfeições a nível da framerate, que cai por vezes em zonas demasiado movimentadas, mas nada de especial.

Opinião Final:

The Legend of Zelda: Link’s Awakening é um remake quase-perfeito do clássico do Game Boy original. Falamos de um Zelda clássico para os fãs da franquia, e também para aqueles que querem descobrir de que é que se trata a mesma e porque é que ao longo dos anos muita gente lutou para salvar a princesa. De certo modo, é apenas justo que Link’s Awakening seja o primeiro a sofrer um remake para Switch, dado que é o primeiro título portátil Zelda. Absolutamente recomendado!

Do que gostamos:

  • Zelda clássico na consola híbrida da Nintendo;
  • Gráficos e animações lindos de morrer!
  • Aventura perfeita para levar connosco no dia-a-dia, dado que começou por ser um título portátil.

Do que não gostamos:

  • Ligeiros problemas de framerate.

Nota: 9/10