The Skylia Prophecy (Switch) – Análise

Com The Skylia Prophecy, a Ezekiel-Rage e com a ajuda da Plug In Digital para a publicação do jogo, traz-nos uma aventura “narrativa” bem ao estilo dos primeiros jogos Castlevania, e de outros títulos como Ghosts ‘n Goblins. O cenário de fantasia medieval com tons escuros, as mecânicas de  combate e plataformas e uma dificuldade elevada serão imediatamente reconhecíveis para jogadores de velha guarda, que tiveram contacto as franquias já mencionadas, entre outras, na era dos 8-bits.

No entanto, desde essa altura já muito mudou no mundo dos videojogos, incluindo no que toca ao género a que The Skylia Prophecy presta tributo. Em grande parte, é precisamente o facto deste jogo tentar imitar os clássicos de uma forma tão próxima que acaba por tornar esta numa experiência menos divertida e envolvente do que poderia ter sido.

Tal começa logo pela estória do jogo. A mesma é essencialmente contada através de um bloco de texto no início do jogo. Através deste é-nos contado que Mirenia, personagem feminina de 18 anos que vamos controlar durante a nossa aventura, matou anteriormente o “demon lord”, levando a que catástrofes ainda mais fortes levassem a que a população sofresse ainda mais às mãos dos monstros. A nossa aventura começa a meio do processo de redenção de Mirenia por infligir tamanha dor aos demais, mas infelizmente nada na nossa jornada acrescenta algo de muito significativo a este despejar de informação inicial. Por muito que possa haver alguns detalhes que se destaquem aqui e ali, a estória não deverá ser de certeza o que vos fará querer pegar neste jogo.

Algo em que tal se faz notar de forma especialmente clara é na interação com os aldeões que Mirenia vai encontrando nas várias localidades por onde passa, povoações em que pode comprar itens necessários para a progressão no jogo, poções e magia. Os diálogos que mantém com as personagens secundárias acabam por se mostrar muitas vezes mal construídos, quebrando a pequena imersão existente no mundo de jogo, algo a que as imagens de fundo muitas vezes não ajudam. Existem ainda aqui alguns bugs que poderão forçar-nos a levar a reiniciar o jogo, o que não é de todo agradável.

O outro grande ponto em que se faz notar o estilo mais arcaico de The Skylia Prophecy é a sua dificuldade. Se são dos tempos em que os jogos arcade eram propositadamente difíceis de forma a que os jogadores gastassem mais e mais dinheiro para tentar outra vez chegar ao fim, então terão uma ideia de qual o nível de dificuldade que The Skylia Prophecy tenta replicar. Apesar de os seus checkpoints estarem relativamente bem espalhados pelo jogo, esta necessidade de repetir vezes sem conta o mesmo boss ou secção de jogo poderá afastar aqueles que procuram uma experiência menos frustrante.

As limitações típicas do género fazem-se ainda notar no que toca às mecânicas de combate. Temos aqui um sistema bastante simples. É possível fazer deslocar a nossa personagem para a direita e para a esquerda no ecrã, assim como saltar e trepar certos objetos. Enquanto no chão é possível atacar com uma espada ou ativar um escudo mágico, que funciona também como única forma de parar certos projéteis e atacar inimigos de pequenas dimensões. Saltando, apenas é possível atacar inimigos, pelo que ficamos numa situação mais indefesa. É possível ainda comprar magia nas várias aldeias, mas estas acabam por ser de uso muito limitado. Tudo isto resulta num sistema que, de simples, se torna mais facilmente intuitivo, sendo que o desafio se encontra maioritariamente na memorização de padrões e de qual o timing certo para derrotar certos inimigos.

Opinião Final: Apesar de jogos clássicos como Castlevania e Ghosts ‘n Goblins, que The Skylia Prophecy tenta copiar de forma algo bem-sucedida, reterem algum do seu charme nos dias de hoje, a verdade é que alguns dos seus elementos poderão já não ser tão bem recebidos pelo público geral. Infelizmente, The Skylia Prophecy não introduz aqui elementos que o tornem numa experiência apetecível para aqueles que não sentem grande nostalgia pelos jogos deste género. Assim sendo, este acaba por ser um título que apenas podemos recomendar aos mais acérrimos fãs dos clássicos títulos de ação e aventura, sendo que dada a existência de alguns bugs e diálogos mais fracos, mesmo para estes outras ofertas no mercado poderão ser mais indicadas.

Do que gostamos:

  • Sistema de combate simples, mas intuitivo;
  • Banda sonora competente;
  • Apresentação visual fará as delícias de fãs de Castlevania e Ghosts ‘n Goblins.

Do que não gostamos:

  • Forma arcaica de como o enredo é contado ao jogador;
  • Diálogos com personagens nas aldeias não foram polidos o suficiente;
  • Bugs que nos forçam a reiniciar o jogo;
  • Falta de um ponto diferenciador que justifique o investimento em The Skylia Prophecy face a outras propostas no género.

Nota: 6/10