Traffix (Switch) – Análise

Lançado em 2019 para PC através do Steam e Android, Traffix, o jogo de puzzles minimalista criado pela Infinity Games e publicado pela Nerd Monkeys, chega no próximo dia 21 de dezembro à Nintendo Switch.

O título do jogo – “Traffix” – poderá suscitar na vossa mente uma associação com a palavra inglesa “traffic”. Associação que é totalmente correta no que ao título deste jogo diz respeito, pois todo ele gira em torno do trânsito. Traffix é composto por trinta e dois níveis, cada um deles com o nome de uma cidade de renome mundial – como Hong Kong, Lisboa ou Sidney. Em cada um destes níveis somos confrontados com estradas em que silhuetas brancas e pretas de carros e camiões circulam. O nosso objetivo será controlar o trânsito de forma a que estes veículos não embatam, até que um determinado número de carros e camiões cheguem ao seu destino.

A maneira como controlamos o jogo é bastante simples. Nos puzzles iniciais começamos com apenas uma interseção para controlar, com também apenas um dos botões frontais da Switch – o botão A. Rapidamente, contudo, passamos a ter de operar duas interceções, e mais tarde três e até quatro ou mais. Pressionando uma vez no botão associado a essa interceção, deixamos que um dos veículos em espera passe pela mesma e siga o seu rumo. Pressionando duas vezes seguidas esse mesmo botão, o semáforo continua no verde e qualquer veículo poderá passar, até que de novo um pressionar do botão correspondente o passe de novo a vermelho. Se por azar não conseguirem coordenar adequadamente o trânsito, os veículos irão chocar uns com os outros. Neste momento, deverão premir o botão ZL ou ZR tantas vezes quantos veículos estiverem envolvidos no acidente, de forma a removê-los da estrada. Caso não o consigam fazer a tempo, outros virão e acabarão por chocar contra aqueles já afetados, causando um desastre ainda maior. Em cada nível terão um limite de dez “falhas”, a principal das quais consiste no número veículos que poderão estar envolvidos em acidentes (ou seja, dois veículos envolvidos corresponde a duas falhas), pelo que será importante removerem os mesmos o mais rapidamente possível. Mas há, para além dos acidentes, outra fonte de erro.

Atravessar uma pista de pouso e descolagem de carro? Porque não? Não deixem é os condutores muito tempo à espera…

Tal como seria de esperar, os motoristas destes veículos não têm grande paciência para estar à espera no trânsito, o que nos obriga a ter de tomar decisões rápidas sobre que carros permitir que avancem e quando. Caso não lhes seja permitida a passagem dentro de um determinado intervalo de tempo, estes vão explodir de raiva e tal corresponde a mais uma falha. O trânsito não se quer apenas seguro, mas também ágil. E nisto consiste o desafio de Traffix. Simplesmente completar cada um dos níveis não é algo que seja difícil por aí além, basta alguma concentração. O que torna o jogo interessante é tentar completar os vários níveis sem deixar que nenhum acidente aconteça ou que condutores fiquem enraivecidos. Se o conseguirem fazer, receberão três estrelas nesse mesmo nível, desbloqueando o modo Chaos. Na versão Chaos destes níveis os carros que deixarão passar são de uma força policial, e neste caso não poderão permitir que qualquer acidente aconteça de forma a concluir o nível. Por outro lado, a polícia é paciente e não ficará enraivecida por ter de esperar, pelo que poderão ser muito mais calculistas e demorar o tempo de que precisarem. Trata-se de um engraçado desafio extra que torna o jogo ligeiramente mais longo. Gostaríamos de ter visto um pouco mais em termos de modos de jogo, mas o que temos aqui não é mau. Para compensar a menor variedade de modos de jogo, contamos aqui com um jogo que não é simplesmente global em termos das várias cidades que homenageia, mas também pelas várias línguas disponíveis.

Apenas nisto consiste Traffix. Como poderão constatar, é realmente um jogo muito simples. Demasiado simples? – poderão estar a questionar-se. E aqui a resposta é felizmente de que não. O design minimalista assenta que nem uma luva neste jogo. Uma vez que estamos perante algo tão simples, foi possível dar-se atenção a pequenos detalhes como à apresentação e em especial aos efeitos sonoros. Estes não são nada do outro mundo, mas é incrivelmente satisfatório ouvir os vários sons, como o de deixar os veículos prosseguir e o de receber a confirmação de que chegaram com segurança ao seu destino. O estilo artístico deste título igualmente não é nada de nos fazer cair o queixo, mas, ainda assim, é extremamente coerente e agradável, com traços simples, mas claros. Juntamente com a banda sonora jazzy deste jogo, temos aqui uma experiência que é simplesmente… relaxante. Traffix é o jogo ideal para uma curta pausa para aliviar stress, mesmo que apenas disponham de uns cinco minutinhos. Infelizmente, é também um jogo que acabarão bastante depressa, e que poderá deixar-vos com um “sabor a pouco”.

Opinião Final:

Com puzzles que se vão tornando desafiantes, Traffix vai-nos levando de cidade em cidade até que cheguemos ao nosso destino – Lisboa, a cidade do estúdio que o desenvolveu. Apesar deste desafio, a apresentação minimalista de Traffix consegue transmitir-nos uma grande sensação de calma (o oposto do que o trânsito normalmente nos faz sentir). Este é um excelente jogo para sessões curtas em que não disponham de muito tempo, o que o torna perfeito para aqueles que não têm quase tempo de sobra para dedicar aos videojogos. Infelizmente, também curta é a vida deste jogo de quebra-cabeças, não havendo muito mais a explorar quando terminarem os trinta e dois níveis de que é composto.

Do que gostamos:

  • Puzzles simples, mas viciantes e desafiantes;
  • Estilo minimalista da banda sonora e apresentação favorecem aquela que é uma experiência bastante relaxante;
  • Variedade de línguas disponíveis;
  • Efeitos sonoros que tornam o jogo mais satisfatório.

Do que não gostamos:

  • Falta de mais modos de jogo;
  • Curta longevidade.

Nota: 8/10