Ubisoft quer manter a opção de género nos próximos jogos da franquia Assassin’s Creed

assassin’s creed: odyssey

Em entrevista ao site GamesIndustry.biz, o diretor de Assassin’s Creed: Odyssey, Scott Phillips revelou alguns planos da Ubisoft para os futuros jogos da franquia, e um deles será manter a escolha de género do personagem jogável, algo que será pela primeira vez explorado na franquia em Odyssey.

De acordo com Phillips, seria um erro limitar os jogadores, assim como uma base de fãs que a cada dia só cresce. Sendo assim, ele não vê porque a empresa e os desenvolvedores voltariam atrás nessa decisão de expandir ainda mais a escolha dos jogadores, e por isso vão continuar na mesma direção e atrair ainda mais jogadores, mais fãs para essa experiência e fazer dela única.

A diretora narrativa do jogo, Mel MacCoubrey, também falou um pouco sobre a franquia e as inspirações para Assassin’s Creed: Odyssey. De acordo com ela, Assassin’s Creed Origins foi uma inspiração para aquilo que os desenvolvedores da Ubisoft Quebec queriam para esse novo jogo, a representar uma mudança natural na franquia.

Questionada sobre a preocupação do estúdio, em relação a essas mudanças, principalmente em alguns conceitos da franquia como o assassinato em stealth ou a verticalidade dos mapas e das ações, MacCoubrey explicou que o conceito estabelecido em Assassin’s Creed, sempre foi, na verdade, a maneira como o jogador interage com a historia e mesmo ao incorporar escolhas e expandir ainda mais a experiência RPG construída em Origins, ainda estão a respeitar esse conceito.

Phillips, acrescentou que como qualquer produto ou franquia que já existe há mais de dez anos e já recebeu diversos “capítulos” e já sofreu algumas mudanças, é sempre importante trazer algo novo e os desenvolvedores sabem que apesar de algumas dúvidas iniciais, isso também é aquilo que os fãs querem.

Para o diretor do jogo, é importante encontrar o equilíbrio certo entre as novidades incorporadas a franquia e as coisas que já são familiares aos jogadores e isso é também um grande desafio e os desenvolvedores lidam com esse desafio constantemente ao desenvolver um novo jogo e isso também significa mudar ou mesmo retirar elementos que já não fazem sentido dentro daquele universo.

Questionada sobre as escolhas do jogador em relação a historia e as consequências disso para o/a protagonista, a historia, a narrativa e o universo, em geral, do jogo, McCoubrey explicou que as escolhas centram-se em torna da historia construída para o jogador em vez dos eventos maiores, com isso, eventos históricos de conhecimento mundial continuam a ser fielmente representados, porém, eventos menores dentro desses eventos históricos estão abertos à interpretação dos desenvolvedores.

De acordo com ela, há escolhas a longo prazo que vão influenciar a jornada daquele personagem central da historia, mas também há decisões e narrativas independentes que afetam a vida de certos personagens e de como aquela sociedade funciona. Para ela, isso também se reflete naquilo que os fãs de historias e mitologias conhecem da Grécia Antiga, onde sempre houve uma linha muito ténue entre o real e o fantástico, e como esses dois elementos estão ligados.

MacCoubrey utiliza como exemplo documentos históricos onde Heródoto descreve as guerras persas e como essas de desenrolaram, porém, o mesmo historiador também escreveu sobre insetos gigantes, então há sempre uma linha muito ténue entre aquilo que o ser humano acredita ser possível nos dias atuais e aquilo que está totalmente longe de algo “real” e próximo a ele.

Questionados sobre a promessa da Ubisoft Quebec de expandir também a interação e relacionamento dos jogadores com outros personagens, incluindo possíveis romances, foi revelado que realmente o estúdio quer que as escolhas dos jogadores sejam importantes e isso significa expandir o relacionamento com as pessoas ao seu redor.

Para MacCoubrey, as escolhas e interação dos jogadores com outras pessoas desse universo, são basicamente escolhas cinzentas e que vão ganhar significado a medida que essa relação evolui, então não é porque o jogador escolheu inicialmente mentir para alguém que o resultado obrigatoriamente é negativo, assim como não é por ter sido amigável com um personagem, que essa amizade irá se manter do início ao fim, e isso também se estende para o romance.

Phillips quer que o jogo seja mais que apenas receber um novo alvo a ser assassinado, será também sobre o seu relacionamento com as pessoas daquele universo, ao trazer mais humanidade ao jogo, e isso faz com que a experiência seja ainda mais interessante.

Assassin’s Creed: Odyssey será lançado na próxima sexta-feira, 05 de outubro de 2018 para PC, PlayStation 4 e Xbox One.