WarioWare Get it Together! – Análise

A franquia WarioWare combina o estilo louco do antagonista bizarro de Mario com a diversão que uma compilação de minijogos deve ter, tudo com o toque especial da Nintendo. Dado que o último lançamento de um jogo WarioWare para uma consola doméstica foi para a Nintendo Wii U com Game & Wario, a 28 de junho de 2013, com o lançamento entretanto da fantástica compilação de minijogos anteriores WarioWare Gold, para a Nintendo 3DS, os fãs desta séries estiveram um pouco mais de 8 anos à espera do próximo grande lançamento na franquia, que se deu no passado mês de setembro, com Wario Ware: Get it Together! para a Nintendo Switch.

Curiosamente, os jogos Wario Ware, com exceção do primeiro WarioWare Inc.: Mega Microgame$! para o GameBoy Advance (e o seu port expandido na GameCube) sempre tomaram partido das capacidades únicas das várias consolas. WarioWare: Twisted! tomava partido das capacidades giroscópicas e vibratórias do cartucho do GBA; WarioWare Touched! recorria ao ecrã tátil da Nintendo DSWarioWare Smooth Moves usava os sensores de movimento giroscópico do Wii Remote, etc. O mesmo não acontece com Wario Ware Get it Together!, que opta por uma fórmula de controlo mais tradicional – em que controlamos uma personagem, com as suas particularidades – permitindo a fácil presença de mais de um jogador em jogos cooperativos e competitivos.

Em Wario Ware Get it together! interagimos com os mini-jogos através das nossas personagens!

Não quer isto dizer que os inventivos e divertidos mini-jogos de Wario Ware tenham perdido o seu charme e tenham deixado de ser divertidos. Quer apenas dizer que se perde um pouco do lustro de descobrir novas formas de jogar, algo que até ao momento tem sido o cavalo de batalha da Nintendo neste tipo de jogos (e não só). Ao aprendermos a controlar uma personagem estamos a trazer à equação uma nova camada de jogabilidade que não consideramos ser verdadeiramente necessária para tirar partido dos vários mini-jogos. Por exemplo, Wario consegue voar e fazer o seu já conhecido ataque de empurrão; outra personagem atira raios psíquicos, mas não se consegue mexer; outra personagem não consegue parar quieta a não ser quando ataca, e por aí adiante. Quer isto dizer que os mini-jogos e os seus objetivos, embora sendo o prato principal do jogo, ficam reféns das novas mecânicas de jogabilidade, quase que como num mundo distante ao qual apenas conseguimos chegar através dos controlos, por vezes inadequados, de algumas personagens.

É um bocado frustrante ter de fazer tudo através das personagens quando poderíamos usar as capacidades da Switch para interagir diretamente com os minijogos.

 

Isto tudo parece um pouco contraproducente, dado que a Nintendo Switch possui grande parte das capacidades a nível de hardware que as suas antecessoras possuíam: ecrã tátil, giroscópio, comandos com sensor de movimentos e vibração (que possuem a capacidade já muito badalada de permitir multijogador em qualquer lugar). Não são os controlos da Switch que obrigam a que a jogabilidade de WarioWare: Get it Together! passe pelas personagens, tal ideia está emprenhada no design do jogo e o mesmo sofre em razão disso. No sentido contrário, veja-se a franquia Mario Party na Switch e a sua excelente utilização dos Joy-Con para um belo exemplo de como os mesmos poderiam ter sido utilizados neste novo Wario Ware.

Os minijogos continuam a ser muito criativos e variados!

Ainda assim, o conjunto de mini-jogos em Wario Ware: Get it Together! é mais que satisfatório, com mais de 200 mini-jogos para se descobrir – alguns inspirados em franquias da Nintendo como Donkey Kong, Zelda e até mesmo Splatoon –, um modo história surpreendemente bem desenvolvido e ainda vários modos extra, incluindo um modo multijogador até 4 jogadores bastante caótico, com alguns mini-jogos exclusivos do mesmo, assim como modos multijogador em linha, em que podemos jogar de modo casual ou ranked na Wario Cup, que se prolonga ao longo de uma semana.

Opinião final:

Wario Ware Get it Together é a nova compilação de mini-jogos divertidos do antagonista cómico de Mario. Poderá não ser, porém, um jogo para todos aqueles que se divertiram anteriormente com WarioWare, pois longe estão as formas inventivas de se interagir com os vários minijogos a que a Nintendo tanto nos habituou. Diríamos até que só não cai no repetitivo pela constante onda de mini-jogos que nos são lançados incessantemente, um após o outro. Estávamos, no entanto, à espera de muito melhor.

Do que gostamos:

  • Mais de 200 mini-jogos, alguns com uma excelente utilização das franquias da Nintendo;
  • Modo história bastante engraçado;
  • Multijogador local para até 4 jogadores.

Do que não gostamos:

  • Jogabilidade baseada na manipulação de várias personagens, cada uma com o seu estilo de jogar, por forma a interagir com os vários minijogos;
  • Jogo não tira verdadeiramente partido das capacidades únicas da Switch, a não ser a possibilidade de jogar os modos multijogador em qualquer lugar.

Nota: 7/10