WRC 10 – Análise

Mais um ano, mais uma atualização da simulação de rali, a sexta do estúdio KT Racing e provavelmente um dos títulos pelo qual os fãs do desporto motorizado estavam à espera.

Dizemos isto pois WRC 10 traz consigo imenso conteúdo destinado a celebrar os 50 anos da competição motorizada, embora na verdade 2021 marque apenas o 49.º aniversário do desporto. De qualquer das formas, visando celebrar os 50 anos de WRC, o título apresenta um modo de “aniversário”, cheio de conteúdo representando as várias décadas do campeonato de rali, isto para além de todos os modos já conhecidos da franquia. Tudo isto se junta para apresentar um dos títulos mais completos que o WRC videojogável alguma vez conheceu.

Efetivamente, WRC 10 traz consigo todos os modos presentes no WRC 9, salvo algumas ligeiras atualizações que permitem cimentar o caminho percorrido pela KT Racing. A sensação de pilotar os bólides está cada vez mais realista – algo conseguido também através do novo comando DualSense da PlayStation 5 –, sentindo-se com detalhe minucioso os pneus nas várias superfícies, acompanhados do trocar frenético das mudanças e da resistência dos pedais nas pontas dos nossos dedos.

O rigor com a simulação automóvel continua em WRC 10.

Mas não só na jogabilidade se encontram as novidades, o próprio modo carreira também evoluiu no sentido de se tornar mais intuitivo, salvo o facto do jogo nos obrigar a percorrer pelos modos WRC 3 ou WRC Junior para finalmente chegarmos ao WRC. Simplesmente tal obrigação castiga os fanáticos pelo desporto que todos os anos correm às lojas à procura do título. Se nos jogos de futebol não somos obrigados a começar numa equipa distrital, porque é que o WRC nos obriga a começar praticamente do zero?

Da mesma forma, grande parte do jogo encontra-se, num momento inicial, refém da necessidade de se jogar certos modos, como o modo de aniversário. Nem tudo é mau, agora temos de ter em consideração o tipo de pneus utilizados na corrida, sendo que aqui aparece um elemento tático no que toca a saber gerir as características e durabilidade dos vários pneus perante a próxima corrida a realizar.

Já a escolha de veículos sai bastante a ganhar nesta edição do WRC, a inclusão do modo aniversário motivou a KT Racing a incluir ainda mais veículos históricos, como o Renault Alpine A110, o Toyota Celica, o Subaru Impresa do Colin McRae e até mesmo o Mitsubishi Lancer Evolution V do Tommi Mäkinen, embora estes dois últimos carros dependam da aquisição da edição deluxe.

A oferta de bólides será instantaneamente reconhecida pelos fãs da modalidade automobilística!

Graficamente, não há grandes novidades, o jogo continua a correr essencialmente naquilo que foi a engine gráfica da última edição, e tal começa-se a notar, especialmente quando neste ano já estamos perante o lançamento de verdadeiros monstros do automobilismo como o novo Forza Horizon 5 para os fãs de experiências mais arcade. Já os lugares são muito bonitos, a natureza dos cenários sendo sem dúvida a estrela da apresentação visual. Portugal continua muito bem representando no WRC 10 com o Vodafone Rally de Portugal, incluindo duas etapas históricas: Rally de Portugal 1980 e 2017, assim como as etapas atuais de Cabeceiras de Basto, Felgueiras e Arganil, tanto na sua versão original, como em contra-a-mão, assim como a etapa de Lousada. Existe ainda uma etapa de shakedown, que mistura vários elementos das várias etapas.

O Renault Alpine A110, um clássico! (Suspiro)

Devemos ainda fazer menção ao facto de que as várias etapas históricas alteram o posicionamento dos vários espectadores de forma a melhor simular o quão ridiculamente os mesmos estavam perto da estrada no antigamente. É um detalhe interessante que não é verdadeiramente inócuo, pois o risco de atropelar alguém é bem real, com penalidades a nível do relógio para os menos cuidadosos.

A nível sonoro, o som dos veículos cumpre o propósito de acompanhar a ação no ecrã, todavia, mais uma vez sentimos que não foi uma prioridade para o estúdio. Nem tudo é desapontante, no entanto, pois agora é possível ter um copiloto mulher.

Opinião final:

WRC 10 é a versão mais recente do simulador de rali da KT Racing. Tal como todos os simuladores, o prazer que se retira do seu conteúdo depende essencialmente do nosso nível de fanatismo pelo desporto. Não estamos perante uma experiência arcade, pelo que para o pick-up-and-play existem outros títulos mais interessantes e divertidos. Porém, os verdadeiros fãs, aqueles que continuam a contar as histórias dos campeonatos passados, serão aqueles que acompanharão esta corrida até ao fim.

Do que gostamos:

  • Inclusão do modo “aniversário” com várias etapas históricas;
  • Inclusão de mais veículos;
  • Inclusão de melhorias a nível da jogabilidade;
  • Inclusão do Vodafone Rally de Portugal.

Do que não gostamos:

  • Alguns modos necessitam de ser desbloqueados;
  • Continuamos a ser obrigados a começar nas ligas menores;
  • Graficamente desatualizado.

Nota: 9/10

Análise efetuada através da versão PlayStation 5.