WRC 9 – Análise

O verão pode estar a terminar, mas ainda há muito pó para comer. WRC 9 volta um ano depois com novos elementos e uma jogabilidade mais afinada que o torna melhor que o seu antecessor, em todos os aspetos.

Apesar de 2020 estar a ser um ano atípico com vários eventos de múltiplos setores a sofrerem cancelamentos ou severas restrições devido à prevenção ao Covid 19, o mundo não para e a prova disso mesmo é que o campeonato mundial de rallys já começou, tanto na vida real como nas várias plataformas de videojogos. E para celebrar este arranque de campeonato no mundo do rally, a Kylotonn presenciou-nos com a melhor experiência WRC que tive nos últimos anos, embora ainda haja ligeiras falhas que podem ser facilmente colmatadas.

Comparativamente ao WRC 8, esta nova versão apresenta uma jogabilidade que certamente agradará aos puristas do desporto automóvel mas também aos jogadores que cheguem de para quedas a este título. As definições de dificuldade permitem uma experiência bastante balanceada entre a nossa habilidade de condução virtual, assim como da dificuldade do jogo, um trabalho bastante melhorado em relação àquilo que foi visto WRC 8.

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Os modos de jogo são um fator crucial para o sucesso do mesmo, e este não falha ao entregar-nos opções diversas para vários tipos de jogador. Existe à disposição: o modo de corrida rápida, modo online e o mais importante e fulcral de todos, o modo carreira. Relativamente aos anteriores, o que nos é apresentado no modo de corrida rápida é o usual de qualquer jogo de corridas, no qual podemos escolher o nosso carro e pista livremente, jogamos onde e como queremos. Deixo aqui a dica aos amantes do nosso rally para jogarem logo à partida o Vodafone Rally de Portugal, não se vão arrepender. O modo online não se encontrou disponível durante o período de análise e portanto não posso opinar relativamente ao seu desempenho e funcionalidades.

Voltando ao modo carreira, somos postos na pele de um piloto que equipa o capacete como corredor da categoria WRC-3, a mais baixa entre as competições de rally profissional. Assim que começamos, assinamos um contrato com uma das equipas disponíveis, no meu caso a Ford com o seu Ford Fiesta. Depois de todas as “burocracias”, estamos prontos para começar um manual manegment de toda a estrutura da equipa, desde de definir todo o staff responsável pelas várias secções, à escolha manual do nosso calendário profissional. Entre as folgas dos principais rallys do mundo, existe a possibilidade de treinarmos, fazermos testes em pistas com condições extremas ou então de praticarmos fazendo avaliações para outras concessionárias e aumentar a nossa popularidade entre a comunidade de rally. Aliado a todas estas opções, somos convidados a ser o melhor possível de forma a subir de nível e conseguir pontos de skill que nos são úteis para desbloquear habilidades que vão facilitar a vida ao longo da nossa carreira.

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A jogabilidade tem características que fazem deste um dos melhores jogos de rallys dos últimos anos, embora (na minha opinião) ainda uns furos abaixo de Dirt Rally, mas que encurta a distância com físicas mais aprimoradas e menos frustrantes para o jogador, tornando possível uma ótima experiência de condução, aliada a uma boa simulação da realidade de um piloto de rallys, onde tudo existe e é devidamente licenciado.

Bem como em WRC 8, tanto os danos sofridos assim como a dificuldade da prova pode ser escolhida manualmente, de encontro às expetativas que cada jogador procura nesta experiência de poeira e cheiro a travão. Quando jogado na dificuldade “realista”, o jogo torna-se numa completa atrocidade para todos, menos os que já dominem as curvas nos mais de 10 países disponíveis. Qualquer impasse, toque ou desvio mal feito vai custar a vitória e ao mínimo dano o carro é severamente amassado não possibilitando muitas vezes a continuação em prova. Foi então que diminui a dificuldade e a intensidade dos danos, para ter uma experiência ao meu nível de jogo. Depois dessas alterações tudo melhorou de forma acentuada, conseguindo amealhar vários rallys para a minha modesta carreira de 2020.

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Graficamente o jogo está impecável e podemos contar com inúmeros cenários bastante credíveis e agradáveis. Foi bom ver que Portugal é claramente Portugal no jogo, isto é, basta olhar que imediatamente percebemos que a nossa robustez paisagística foi implementada de forma muito digna e com bastante pormenor. Imagino que em vários outros países o mesmo tenha sido feito, como é o caso do clássico rally de Monte Carlo. Além de todo o cenário, os carros apresentam modelos bastante aceitáveis, assim como o próprio barulho dos motores e dos solavancos constantes de uma gravilha que nos apaixona.

Opinião Final:

WRC 9 foi uma surpresa pessoal bastante agradável neste 2020 difícil de nos deixar com um sorriso na cara. Relativamente ao seu antecessor creio que melhorou de forma acentuada e que nos deixa aqui um pouco daquilo que WRC pode ser na próxima geração, embora a licença do jogo tenha sido recentemente adquirida pela Codemasters que, a partir do ano de 2023 tomará conta de uma das mais icónicas propriedades intelectuais de jogos motorizados. No geral, a minha experiência com este jogo foi muito mais satisfatória do que com o seu antecessor, mostrando que com trabalho tudo pode melhorar, e portanto, termino a minha análise congratulando toda a equipa de produção por um ótimo jogo de rallys.

Do que gostamos:

  • Jogabilidade bastante melhorada;
  • Totalmente licenciado;
  • Modo Carreira.

Do que não gostamos:

  • Pequenos pormenores na jogabilidade que por vezes desestabilizam.

Nota: 8/10