Ys IX: Monstrum Nox – Análise

A Nihon Falcom encontra-se entre aqueles estúdios japoneses que poderá não ter o maior ou mais diversificado grupo de fãs, mas com certeza tem um dos mais dedicados, dentro do seu nicho de JRPGs, especialmente com a série Trails of Cold Steel. Talvez não sendo alvo de tanto hype e dedicação, mas com certeza merecedora de uma quantidade igualável de amor e não se deixando ficar para trás em termos de qualidade, a série Ys tem lentamente também conquistado o seu lugar entre os action RPGs para os fãs mais dedicados de jogos provindos do Japão.

Se os anteriores jogos Ys nunca vos suscitaram interesse, é improvável que seja Ys IX: Monstrum Nox a finalmente vos conquistar e a fazer investir nesta série de action RPGs. No entanto se, tal como eu, sempre estiveram tentados em experimentar a série e esta vos pareceu interessante e divertida, não se assustem com o “IX” e deem uma hipótese a esta franquia, que sem dúvida valerá a pena o vosso investimento. Apesar de conter uma série de referências a outras aventuras do seu protagonista, esta é uma experiência isolada para disfrutarem da qual não é necessário terem jogado qualquer outro título da série.

Adol e o seu companheiro de longa data, Dogi, partem numa nova aventura.

Com um sistema de ação viciante, Ys IX: Monstrum Nox agarra-nos assim que a estória começa a desenvolver-se e saímos da parte mais inicial e preparatória. É difícil pousar o comando e deixar de jogar à medida que nos vão sendo apresentando mais e mais mistérios e estes vão sendo lenta, mas seguramente, resolvidos. Os capítulos são aqui uma ajuda para que não joguemos Ys IX de fio a pavio de uma assentada, mas ainda assim é difícil parar. O que é um ótimo sinal!

À medida que vamos progredindo na campanha, descobrindo mais sobre o mundo que nos envolve, sobre os Monstrum, a cidade de Balduq, a prisão no seu centro e a maldição com que Adol e os restante Monstrum foram inflingidos, mais e mais de Balduq se vai tornando disponível para a nossa livre exploração. Este trata-se de um mundo aberto à moda antiga, com tesouros e algumas espécies de colecionáveis espalhas pelo mundo que podemos ir descobrindo se assim o quisermos enquanto vamos completando missões da campanha ou missões secundárias.

É ainda possível interagir com a maioria dos habitantes da cidade e é incrível a atenção que foi dada às falas dos mesmos, de tal modo que estas não se sentem vazias ou genéricas, mas muitas vezes pelo contrário parece realmente que interpelámos uma pessoa no meio da rua que tem algo a dizer sobre algum assunto em particular.

À medida que avançamos na campanha, as possibilidades de exploração vão aumentando imenso.

Quanto à apresentação audiovisual, este jogo é por vezes aprazível visualmente, com os efeitos todos no máximo na versão PC, mas infelizmente também se notam alguns precalços decorrentes de alguma falta de orçamento, como algumas cutscenes de baixa resolução ou alguns momentos como paredes invisíveis, modelos que em certos momentos nas suas animações atravessam com os seus membros superfícies supostamente sólidas como chão ou paredes (como uma cena em que pessoas pobres se encontram a apanhar ouro do chão). Nenhum destes momentos é suficiente para estragar a experiência, mas não deixa de ser de lamentar que tal aconteça, especialmente quando o mundo de Ys IX é realmente um prazer de explorar e ir desbloqueando e descobrindo aos poucos.

No que toca à jogabilidade em si, Ys IX: Monstrum Nox não desaponta. Encontramos aqui um roster de personagens variado, cada uma com os seus pontos fortes, fracos e habilidades únicos que se manifestarão dentro e fora de combate, ajudando a uma crescente variabilidade em termos de mecânicas de combate, assim como nas formas de percorrer a cidade de Balduq, que se vai expandindo perante nós. Os Monstrum controlam-se de forma fluida e intuitiva nos seus confrontos contra os Lemures, monstros que se formam da energia negativa dos habitantes de Balduq, assim como outras criaturas que vão encontrando no subterrâneo da mesma, assim como no Grimwald Nox, em que se devem juntar para derrotar ondas de inimigos, a comando daquela que lhes impõs a maldição, Aprilis. Algum tempo após o lançamento do jogo, a versão Steam de Ys IX: Monstrum Nox recebeu um modo cooperativo e pode ser bastante divertido rejogar algumas destas missões no Grimwald Nox com amigos, tentando obter bónus, rank e pontuações mais altos.

Monstrum Nox traz consigo uma grande variedade de inimigos, personagens, ataques e combos.

Opinião final:

Tal como referido, se a série Ys nunca vos chamou, provavelmente não será Ys IX: Monstrum Nox que vos irá convencer ou que será um jogo indicado para vós. No entanto, se gostarem de action RPGs e estiverem dispostos a ignorar algumas inconsistências a nível da qualidade técnica e audiovisual, encontrarão aqui uma experiência que valerá cada segundo e cada cêntimo, integrando um sistema de combate bastante divertido com um enredo intrigante, um conjunto de personagens carismáticas e interessantes, um mundo aberto à moda antiga que nos apraz explorar à medida que se vai expandindo perante nós e vamos desbloqueando mais e mais habilidades.

Do que gostamos:

  • Mundo aberto muito aprazível de explorar;
  • Enredo com uma trama interessante de deslindar;
  • Combate e ação tried and tested e que nos agarram.

Do que não gostamos:

  • Alguma inconsistência ao nível da apresentação audiovisual;
  • Algumas paredes invisíveis e problemas com animações.

Nota: 8,5/10

Análise efetuada com um código cedido gentilmente pela distribuidora.