Destroy All Humans! – Análise

Habituados a ser invadidos por aliens e a controlar um mítico herói humano em outros tantos videojogos, o conceito inverso não deixa de ser curioso: o conceito de controlar o próprio alien, tendo o mesmo como missão destruir TODOS OS HUMANOS!

Apesar de Destroy All Humans! ser um admitido remake do primeiro jogo por parte dos desenvolvedores, lançado em 2005, recriações de outras PIs (como Resident Evil), mostraram-nos o quão além estas oportunidades podem ir, dando muito mais ao jogador que uma simples melhoria de gráficos. Estamos a entrar na era em que tais remakes trazem funcionalidades acrescidas, e jogabilidade adicional à estabelecida na entrada original do jogo em questão. Nisto, Destroy All Humans! fica mesmo noutra galáxia.

Ambientação

Apesar de nenhuma das versões do clássico Destroy All Humans! se focar na imersão do jogador, é importante referir que o jogo faz questão (tal como na sua forma original de 2005) de te relembrar que estás na pele de um extraterrestre (e que odeias humanos). Com um tom constante de ironia e humor, é fácil perceber que o jogo não se foca na seriedade e concentração, mas sim na pura descontração do jogador.

Gráficos

Este é um dos pontos fortes deste título. Não fugindo ao seu estilo de arte, os gráficos são de prezar, com texturas dignas de um remake. Os efeitos em geral, como as explosões, continuam sem estar nada de outro mundo, no entanto considero que a tentativa dos desenvolvedores em tornar este jogo merecedor dos equipamentos da atual geração, em termos gráficos, foi bem-sucedida.

Jogabilidade

No que toca à jogabilidade, poderia ter sido feito um melhor trabalho por parte da Black Forest Games em construir algo de intuitivo e inovador por cima dos alicerces já criados na entrada original da série. A variedade de gameplay é diminuta, com uma jogabilidade baseada em andar, saltar e usar os poderes e a arma que tens ao teu dispor. No final do dia, a maneira mais fácil e engraçada de matar um inimigo, é atirando-o ao ar.

Os upgrades, apesar de uma clara melhoria em relação aos da primeira versão, são bastante simples e diretos, não dando muito que pensar ou entre que escolher. As combinações são óbvias, e nada que vos faça pensar fora da caixa, de modo a entregar-vos uma experiência mais saborosa.

De uma forma geral, o gameplay é pouco fluido, não incentivando à jogabilidade contínua, uma vez que temos de passar por diversos ecrãs de carregamento, o que estraga um pouco a experiência de jogo.

A acompanhar, a repetitiva mobilidade arcade da personagem é algo monótona, apesar de tentar ser corrigida por gadgets desbloqueados conforme o progresso no jogo. Na minha opinião, esta foi uma forma “fácil” de tentar confrontar este problema, no entanto, a ideia com que ficamos é mesmo essa: que os problemas presentes neste jogo não foram tratados de raiz, mas sim da maneira mais fácil, sob a desculpa de ser um “remake”. A verdade é que este jogo é um misto entre remake e remasterização.

Ainda sobre este ponto, o jogo possui áreas de mundo aberto, no entanto estas não são suficientemente interessantes desde o início para te deixar com água na boca para as áreas seguintes.

Funcionalidades

Apesar de já se ter falado em funcionalidades no ponto anterior, penso que estas merecem um ponto para si só, uma vez que são uma grande parte do jogo.

Em termos de armamento, continuas a ter as mesmas quatro opções que na primeira entrada desta série. Podes também utilizar a tua nave espacial para causar estragos nas áreas de mundo aberto, no entanto, para o usual dos dias hoje, os controlos são algo ultrapassados.

Opinião Final:

Destroy All Humans! (2020) é um jogo que não tenta ser nada para lá de um remake, mantendo-se na sua fórmula original, sem acarretar qualquer risco de inovação. Tudo o que existe de novidade são funcionalidades que deveriam de ser apresentadas como básicas e essenciais e não como ponto de venda. Para acabar, é um jogo sem medo de admitir que é um remake, com pouco valor de replayability. No entanto, a sua característica temática dotada de uma tonalidade cómica e as constantes piadas são uma boa companhia para se passar o tempo enquanto se atiram humanos para o céu.

Do que gostamos:

  • Gráficos.

Do que não gostamos:

  • Diminuta tentativa de inovação;
  • Upgrades simples;
  • Movimentação demasiado arcade.

Nota: 7/10