EA Sports FC 26 – Análise

EA Sports FC 26 apresenta-se como mais uma entrada na longa linhagem de simuladores de futebol da EA, desta vez com a promessa de afinar o que já era sólido em vez de mudar tudo de raiz. Não há revoluções dramáticas nem o reinventar da roda, mas há claramente um esforço em tornar o jogo mais responsivo, flexível e imersivo para quem joga regularmente. As melhorias podem parecer pequenas a olho nu, mas, juntas, acabam por dar uma nova textura ao jogo. O foco passa por criar uma experiência mais ajustável ao estilo de cada jogador, mantendo o ADN competitivo que tantos fãs valorizam.

Logo à entrada, somos recebidos com a nova dualidade da jogabilidade: “Competitive” e “Authentic”. O primeiro modo é o clássico turbo total, ideal para quem joga como se estivesse a tentar ganhar a Liga dos Campeões numa tarde chuvosa de domingo. Já o segundo aposta numa abordagem mais realista, onde os defesas não têm um efeito de íman, os médios pensam antes de correr e a bola tem peso. A diferença entre modos é sentida quase de imediato. O problema? Só podes usar o modo Authentic offline. Ou seja, se queres jogar com calma contra humanos, vais ter que pedir ao teu primo para se sentar ao teu lado.

A jogabilidade em si está mais sólida. Os dribles são mais curtos, há novas curvas de corrida para os extremos elétricos, a proteção de bola faz-se com mais critério e as colisões entre jogadores foram revistas. A EA diz que é por causa das novas animações com IA preditiva. Na prática, os jogadores agora chocam menos como robôs e mais como atletas que sabem onde estão. O tempo de resposta é mais rápido, o que dá uma sensação de controlo superior. O novo sistema de passes permite variações mais inteligentes, embora ainda haja momentos em que a bola parece ganhar vida própria e decide ir para a linha lateral, só porque sim.

Os guarda-redes receberam um upgrade que, finalmente, os torna mais do que meros figurantes. Agora saem melhor aos cruzamentos, fecham ângulos com mais convicção e, por vezes, até fazem defesas de te fazer levantar do sofá. No geral, a baliza está mais bem guardada.

Em termos visuais, FC 26 está mais refinado. Os relvados brilham, os estádios vibram e os jogadores têm modelos mais detalhados. As camisolas reagem ao movimento, há suor, há expressões faciais mais humanas. E sim, os olhos já não parecem esferas de vidro assombradas. Não é uma revolução, mas é um salto. A iluminação dinâmica nos jogos noturnos dá um charme extra, e os menus foram limpos de tralha para facilitar o acesso às dezenas de modos que ninguém usa.

No modo Carreira, há tentativas de tornar a experiência mais cinematográfica. Tens entrevistas, decisões para tomar, drama nos bastidores, e até notificações sobre o humor do plantel. Pode parecer um pouco novela mexicana para quem só quer subir o Estoril à Premier League, mas a verdade é que estas dinâmicas ajudam a dar vida ao modo. As novas funcionalidades de análise tática também ajudam os treinadores mais investidos a criarem planos de jogo dignos de um Guardiola de sofá.

O modo Ultimate Team continua a ser a galinha dos ovos de ouro. Este ano, há eventos dinâmicos, torneios semanais, novos tipos de cartas e um sistema de progressão com arcos (ou “archetypes”) que permitem personalizar ainda mais os teus jogadores. É viciante, é profundo e, claro, continua a piscar o olho à carteira do jogador com aquela subtileza de quem diz “não é pay-to-win… muito”.

Na vertente online, o jogo está mais estável. As partidas carregam mais rápido, o matchmaking parece mais justo e o input lag é raro. A fluidez dos movimentos e o comportamento da bola online contribuem para uma experiência mais satisfatória. Ainda há momentos em que tudo parece preso por um fio de esperança, especialmente se estiveres a jogar com Wi-Fi emprestado do vizinho, mas no geral é mais robusto.

As ligas femininas voltam a marcar presença e com mais força. Podes criar equipas mistas, jogar temporadas completas e até ver rivalidades clássicas reinterpretadas com uma frescura bem-vinda. A inclusão não é só simbólica, está mesmo integrada com qualidade e respeito, e isso é um ponto forte.

Claro que nem tudo é ouro. Os comentários continuam genéricos e repetitivos, com aquela linha clássica que profere “É uma grande oportunidade!” mesmo quando o jogador acabou de tropeçar na bola. Alguns bugs gráficos ainda aparecem aqui e ali, os árbitros continuam a tomar decisões questionáveis, e a monetização de Ultimate Team beira ainda lá está. É o mesmo dilema de sempre: um jogo excelente tapado por decisões económicas discutíveis.

Podem ver acima  um  gameplay do jogo EA Sports FC 26 que colocou frente a frente, SL Benfica vs FC Porto. Aproveita e subscreve o canal para não perderes nenhuma novidade!

Opinião Final:

EA Sports FC 26 chega como mais uma evolução ponderada na longa linhagem de simuladores da EA, com foco em polir o que já funcionava bem em vez de apostar em mudanças radicais. Não há revoluções, mas há melhorias que se fazem sentir com o tempo, sobretudo para quem joga regularmente. É um esforço claro para tornar a experiência mais fluída, responsiva e adaptada a diferentes estilos de jogo, sem perder o ADN competitivo que define a série.

Do que gostamos:

  • Modos Competitive e Authentic trazem flexibilidade à jogabilidade;
  • Melhoria notável na defesa, nos dribles e nos guarda-redes;
  • Visual polido com mais realismo e detalhe;
  • Ultimate Team mais profundo;
  • Inclusão de futebol feminino com qualidade.

Do que não gostamos:

  • Monetização excessiva continua a manchar a experiência;
  • Comentários genéricos e pouco inspirados;
  • Bugs ocasionais e IA por vezes estranha.

Nota: 8/10

Análise efetuada com um código PlayStation 5 cedido gentilmente pela distribuidora.