Override 2: Super Mech League – Análise

Sete anos depois de os Xeno-types que invadiram a Terra terem sido erradicados, os gigantescos mechs, em tempos defensores do planeta, são agora quem a anima nas ligas de combate mecânicas globais. Esta é a premissa de Override 2: Super Mech League.

Apesar deste jogo te fazer crer que existe alguma história por trás disto, a verdade é que não há. Não existe nenhum lore interessante ou qualquer diálogo que mereça ser escutado. Em Override 2, se abres o jogo é para jogar o (pouco) que tem para oferecer. Mas vamos lá. Assim que inicias o jogo pela primeira vez, é-te apresentado o menu principal, acompanhado de uma música estilo rock com volumes estridentes (provavelmente para te fazer escolher um modo rapidamente, sem pensares muito).

É neste menu que está disponível a coleção de modos de jogo, sendo estes: Quick Play, Leagues, Versus e Training. Provavelmente não é necessária qualquer apresentação, uma vez que cada um está nomeado exatamente pela função que desempenha, mas fá-lo-ei de qualquer forma.

O modo Quick Play é a tua entrada mais direta numa partida. Trata-se do modo de combate básico que serve mais para aquecimento que outra coisa. Estranhamente, tens duas vertentes de Quick Play: 1v1 e Random. Não entendo o porquê de não conseguirmos escolher exatamente o modo que queremos, mas é o que há. 1v1 levar-te-á a ti e a um adversário controlado por IA para uma arena. O modo Random escolherá de forma aleatória o modo de jogo, sendo quatro o limite máximo de jogadores.

De seguida há o modo Leagues, sendo o mais próximo de uma vertente competitiva que Override 2 tem para te oferecer. Neste modo é-te dada a oportunidade de escolha entre três vertentes de combate: 1v1, 2v2 ou todos contra todos, até 4 jogadores. Após teres completado um certo número de combates, desbloqueias a tua garagem e a possibilidade de comprares o teu primeiro Mech. Apenas após estes dois passos estarem completos, conseguirás avançar para o nível Pro.

Em terceiro lugar na lista encontra-se o modo Versus. Este modo é o ideal se tiveres algum amigo ao pé de ti, ou com o jogo na respetiva consola. Aqui poderás alterar a modalidade de jogo, a probabilidade de aparecerem armas na arena, e a frequência dos Ultimates. Mas já aí vamos. Como paço final, apenas te falta escolher um de entre os 21 Mechs ao teu dispor, e um dos sete mapas disponíveis.

Em último lugar há o Training. Este modo serve para te adaptares aos controlos e mapas, sendo uma boa oportunidade para ires decorando os quatro combos que existem.

Bem, já que aqui chegámos, convém falar da jogabilidade em si. Para começar, cada Mech tem, sensivelmente, treze animações, e são essas as que te vão acompanhar do início ao fim do jogo. Como já tinha sido referido, não existem mais de quatro combos, existindo um ou outro com uma eficácia superior à desejada. O jogo tem também uma deadzone estupenda nos analógicos, acompanhado de um ângulo de câmara automático que bloqueia nos inimigos. Infelizmente este bloqueio é menos que ideal e muitas das vezes parece que o teu foco é um objeto qualquer no meio da arena.

Existem certos momentos a meio do combate em que me recordo de que este jogo tenta ser jogável a 60 fotogramas por segundo. A verdade é que os períodos em que baixa para menos de 20fps depois de dar um simples salto, me trazem à realidade. Relativamente aos mapas, nenhum deles é minimamente interessante. De um ponto de vista gráfico, não estamos a olhar para nenhuma aberração. Antes pelo contrário, tanto os mapas como as personagens estão devidamente detalhados. Mas os problemas começam quando as coisas começam a mexer. Todos os mapas estão cheios de props incomodativos, que não adicionam nada à jogabilidade. Aliás, estou confiante que as explosões causadas por esses mesmos objetos são uma das causas para que este jogo não consiga ser jogado a um frame rate minimamente estável.

No entanto, nem tudo é mau. Como já foi referido em cima, Override 2 está equipado com vinte e um Mechs (personagens) jogáveis e a verdade é que cada um é único. É um facto que a maneira de realizar os combos é sempre a mesma, mas o comportamento e forma de combater dos diferentes personagens são bastante distintos entre si. Por exemplo, é notória a diferença entre o estilo de combate de Shifu, um Mech oriundo das artes marciais, com uma postura e técnicas dignas de um mestre, e o de Toasty, uma fornalha robô que detém um estilo muito mais casual e pesado. Não só se consegue sentir o peso de cada um, como todos os movimentos são realizados de acordo com o personagem que jogamos. Um ataque “leve” realizado pelo Maestro (literalmente um maestro de orquestra robô) traz consigo uma elegância muito maior que o ataque “leve” de outro personagem mais corpulento.

É importante dizer que Override 2 está constantemente a tentar ligar-te a jogadores online, salvo se estiveres no modo Training. Apesar de não ter sucesso muitas das vezes, o proveito que se tira do jogo torna-se sempre maior quando sabes que existe um ser humano do outro lado a defender-se dos teus ataques.

Opinião Final:

Override 2: Super Mech League é um jogo de combate entre criaturas mecânicas. Com uma jogabilidade pouco densa, e problemas incontornáveis na performance, a experiência de jogo poderá não ser a mais agradável. No entanto, é notória a atenção dada a cada um dos personagens, sendo que cada um tem o seu próprio estilo e identidade. Apesar de ter uma pequena base de jogadores, o foco em partidas online poderá ter sido o que o salvou de um completo fiasco.

Do que gostamos:

  • Atenção individual a cada personagem;
  • Possibilidade de se jogar online ou com amigos.

Do que não gostamos:

  • Jogabilidade instável;
  • Movimentação pouco satisfatória, com uma resposta pobre aos inputs;
  • Falta de enredo.

Nota: 5/10