The Valiant – Análise

Como jogador de consola com uma exposição limitada a jogos de estratégia em tempo real, aceitei com entusiasmo o desafio de explorar as ofertas táticas de The Valiant na Playstation 5. Desenvolvido pela Kite Games, esta história cativante de cavaleiros e ganância levou-me ao mundo das Cruzadas, onde assumi o papel de um bando de valentes guerreiros medievais em busca de uma relíquia poderosa.

A história gira em torno das terras sagradas e da fatídica aquisição de um ramo fragmentado da Árvore da Vida. Ulrich, um colega cavaleiro, assume o comando da relíquia, acabando por se tornar o principal antagonista temido pelos teus camaradas, pois acreditam que ele procura unir os pedaços dispersos do ramo.

Apesar da sua premissa pouco convincente, The Valiant oferece uma narrativa eficaz, com cenas no motor que proporcionam uma apresentação semelhante à de uma figura de ação. As vozes dão mais peso ao processo e a campanha é intercalada com secções animadas de livros de histórias que complementam perfeitamente o conto épico.

A transição de um jogo de estratégia em tempo real para os controlos da consola pode ser complicada, mas The Valiant consegue oferecer predefinições de controlo úteis. Embora possa faltar a precisão de um rato, as opções de pausa tática permitem um planeamento estratégico durante o calor da batalha. O d-pad facilita a troca de grupos em tempo real, embora o manuseamento de unidades próximas possa por vezes ser um pouco complicado.

A campanha é composta por 16 missões, com as duas primeiras a servirem de prólogo desafiante, introduzindo tanto a dificuldade do jogo como as ferramentas de guerra. A ênfase na composição do campo de batalha torna-se evidente desde o início, com confrontos de infantaria que exigem uma gestão cuidadosa para evitar consequências terríveis.

No calor da batalha, os heróis surgem como ativos essenciais capazes de virar a maré a teu favor. Estas personagens especiais possuem habilidades únicas, fornecendo buffs e causando danos diretos. Apesar de todas as unidades serem essenciais, a proteção dos heróis torna-se uma prioridade, uma vez que estes exalam uma aura de influência que pode fazer pender a balança da vitória.

O jogo introduz constantemente novas unidades, cada uma com as suas especialidades para enfrentar o inimigo. Os arqueiros lançam flechas à distância, enquanto os lanceiros se encarregam dos lançamentos de dardos e das cargas de cavalaria. O equilíbrio entre a infantaria e as unidades de longo alcance torna-se crucial, enfatizando que os números por si só nem sempre garantem o sucesso.

The Valiant oferece um feedback valioso através da informação do terreno, apresentando vantagens e penalizações para as suas unidades. As capacidades são claramente explicadas, facilitando a elaboração de estratégias e a compreensão de cargas de cavalaria e áreas controladas por arqueiros. O jogo apresenta uma profundidade surpreendente, desde que se consiga gerir a riqueza de informação.

No entanto, apesar dos elementos estratégicos que me cativaram, achei a campanha ocasionalmente atolada de objetivos e batalhas repetitivos.

A constante sensação de conflito deixava pouco espaço para descanso, com alguns cercos a parecerem longos e cansativos. A tendência do jogo para a guerra de cerco tornou-se um pouco monótona, diminuindo o meu entusiasmo à medida que avançava.

As missões também se revelaram bastante longas, com algumas a demorar 30-40 minutos a concluir. Apesar de os pontos de controlo aliviarem um pouco esta situação, reiniciar as missões devido à falta de pessoal tornou-se frustrante. Apesar da opção de reequipar as unidades disponíveis, a repetição de alguns desafios deixou-me fatigado.

Para além da campanha, The Valiant oferece um modo de escaramuça para experimentar contra a IA, incluindo um modo “Last Man Standing”, semelhante a uma horda, que replica de certa forma os desafios da campanha.

Vídeo Gameplay do jogo The Valiant. Venham ver, cliquem no vídeo e vejam o nosso gameplay.

Opinião Final:

The Valiant não me cativou totalmente, mas oferece certamente profundidade e uma sólida introdução à estratégia em tempo real para os jogadores de consola. A narrativa envolvente e a jogabilidade tática irão sem dúvida agradar aos entusiastas da estratégia, em particular aos que gostam de guerra de cerco. No entanto, para os jogadores que procuram objetivos mais variados e menos repetição, o fascínio desta epopeia inspirada nas Cruzadas pode esmorecer com o tempo.

Do que gostamos:

  • Cenário cativante das Cruzadas com um enredo envolvente;
  • Os controlos de consola são úteis e as opções de pausa tática ajudam no planeamento estratégico;
  • Os heróis têm um impacto significativo nas batalhas, acrescentando profundidade à jogabilidade;
  • A introdução frequente de novas unidades com especialidades únicas mantém a jogabilidade atualizada;
  • A profundidade do jogo permite a tomada de decisões estratégicas.

Do que não gostamos:

  • Missões da campanha tendem a ser longas, o que provoca cansaço ocasional;
  • Repetição de objetivos e batalhas pode diminuir a diversão;
  • A ênfase excessiva na guerra de cerco pode levar a uma falta de variedade na jogabilidade;
  • Ausência de saves manuais, embora os pontos de controlo estejam geralmente bem localizados;
  • Premissa da história pode não agradar a todos os jogadores.

Nota: 6/10

Análise efetuada com um código PlayStation 5 cedido gentilmente pela distribuidora.