Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 – Análise

Foi em 1999 que o mundo teve o primeiro sabor do que seria, mais tarde, uma das franquias mais conhecidas do mundo com o lançamento do Tony Hawk’s Pro Skater (doravante THPS). Este sucesso pavimentou uma rampa de lançamento para mais quatro entradas da série THPS. Após a segunda, é de opinião popular dizer-se que a série nunca mais foi a mesma, até mesmo depois da última entrada (THPS 5), que se pensara ser o último prego no caixão.

Agora, numa tentativa de tentar reerguer a sua dignidade, é a vez da Vicarious Visions mostrar o que vale, com uma remasterização dos dois primeiros jogos, que tornaram possível o reconhecimento atribuído à série.

Ambientação

É desde o primeiro momento que começas a jogar, que sentes que estás numa remasterização, e que estás a dar um salto no tempo. A verdade é que nem precisas de olhar para o ecrã, porque a banda sonora deste jogo consegue fazer-te sentir que estás a pisar um halfpipe através de todas as 56 músicas que esta nova versão remasterizada tem para te oferecer. Apesar de existirem umas dezenas de novos artistas na banda sonora (por exemplo: Machine Gun Kelly), não há dúvida de que se nota que as músicas foram todas escolhidas a dedo para te passar aquela sensação de início dos anos 2000. A verdade é que, mesmo as músicas mais atuais foram todas tão bem escolhidas que se torna bastante difícil distinguir a que era pertence cada uma.

Os mapas estão incríveis, com a qualidade gráfica esperada de uma remasterização deste nível. Tenho pena que não exista um modo de fotografia, de modo a apreciar todo o upgrade gráfico que ambos os jogos levaram.

Jogabilidade

Em relação à jogabilidade, este lançamento, como seria de imaginar, não oferece nada de novo para quem já jogou qualquer título da série THPS, mas a verdade é que o público alvo deste jogo não está à procura disso. Tony Hawk Pro Skater 1+ 2 é uma representação um pouco mais contemporânea de um dos maiores sucessos da época em termos de videojogos.

Sendo uma remasterização, não acho justo dar foco aos controlos pouco intuitivos (devido à sua exagerada sensibilidade). Simplesmente limitas-te a carregar num de três botões, juntamente com uns quantos direcionais e esperas que saia de lá um truque que te agrade visualmente (e pontualmente). Prefiro jogos em que consegues perceber que és tu quem está a controlar a personagem e todo o movimento, em detrimento de títulos com uma jogabilidade mais arcade como a presente neste título. No entanto, é preciso apontar que, ao contrário de certos jogos (estou a olhar para ti, Tony Hawk’s Pro Skater 5), esta remasterização tem poucos (ou nenhuns) bugs, pelo menos durante a minha playthrough. Portanto, esperem uma representação fiel da jogabilidade simples presente nos jogos da série THPS, sem muito enfâse no realismo, mas com uma estabilidade igualmente agradável e concisa.

Multijogador

Apesar de o meu coração me dizer para inserir esta secção na parte da “Jogabilidade”, penso que o multijogador deste jogo tem matéria suficiente para ser falado num ponto próprio. Para quem não se quer alongar muito, o multijogador deste jogo é horrível, e, se a Vicarious Visions o queria implementar, deveria tê-lo feito de forma completa, e não apenas com metade das funcionalidades.

Para começar com o “menos mau”, o multijogador local está como esperado, mas com uma infeliz limitação de 30 fotogramas por segundo. De resto, não posso apontar nada de mais. Faz o que promete, e nada mais.

Já o online, pouco se safa, tendo apenas 2 modos de jogo até ao momento: Jams e Competitive. Acredito que nem todos tenham tido a mesma experiência que eu, mas, das vezes que tentei, deparei-me em partidas com uma mistura tremenda de baixos FPS e lag, mesmo tendo a consola ligada por cabo. Para além disso, pouco difere a experiência solo da online: em ambos os modos tens que fazer mais pontos do que os outros jogadores, num determinado intervalo de tempo. Isto acaba por tirar qualquer sentido de cooperação ou conexão entre jogadores, uma vez que jogar online ou contra o computador é exatamente a mesma coisa.

É ainda possível jogar em mapas criados por outros jogadores, mas ainda assim não é nada que supere os mapas iniciais, até porque tens que gastar dinheiro do jogo para comprares props para o teu mapa.

Personalização

Em Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 podes escolher entre 25 skaters, desde o clássico Tony Hawk ao 7 vezes campeão da SLS Nyjah Huston. Se preferires, podes também criar o teu próprio personagem. No entanto, apenas tens direito a uma mão cheia de caras predefinidas, sem qualquer tipo de controlo sobre o teu tronco, e uma justa coleção de roupas e customização do teu skate.

É uma pena não existir, pelo menos no momento em que escrevo esta análise, uma maior possibilidade de customização do teu personagem; e que estejas limitado a utilizar caras default para dar expressão ao teu skater, sem existência de nenhum tipo de modificador que permita que possas dar um toque mais pessoal.

Opinião Final:

Em suma, Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 não passa de um remaster, mas a verdade é que o faz com muito estilo e vigor, vingando na banda sonora, na qualidade gráfica e fluidez da jogabilidade (se esquecerem o multijogador). Com uma banda sonora brutal, tenho a certeza que vais sentir cada grind que fizeres, nesta fabulosa remasterização de uma das maiores referências mundiais à cultura skater.

Do que gostamos:

  • Banda sonora;
  • Performance;
  • Gráficos.

Do que não gostamos:

  • Multijogador mal implementado;
  • Falta de modo fotografia.

Nota: 8/10