Uncharted: Coleção Legado dos Ladrões (PC) – Análise

A série Uncharted tem tido um sucesso fenomenal para a Sony ao longo dos anos – tanto financeiramente como criticamente – mas não temos um novo jogo desde The Lost Legacy em 2017 e, com um filme Uncharted agora a fazer as rondas, uma nova saída para Nathan Drake e amigos há muito que devia ter acontecido.

Infelizmente, no entanto, parece que teremos de esperar um pouco mais por alguma acção totalmente nova no universo Uncharted. Não há nenhum jogo novo à vista e a atenção do Naughty Dog parece estar actualmente noutro lugar. Em vez disso, para preencher a lacuna, temos uma colecção dos dois últimos títulos que prometem aproveitar todo o potencial do teu PC.

Uncharted

Capturado no PC com a qualidade gráfica no máximo.

Com toda a honestidade, a colecção está longe de ser um remake – e o processo de remasterização está longe de ser tão extenso como o que foi evidenciado na coleção anterior, The Nathan Drake Collection. Além disso, considerando que estás a receber dois dos melhores exclusivos da era PS4, é difícil não gostar da falta de extras adicionais.

Não há grandes dúvidas de que os recém-chegados devem pegar nesta coleção imediatamente, uma vez que esta fornece uma combinação de 20 horas de algumas dos melhores momentos de ação-aventura com os quais te podes deparar na atualidade. Mas, e aqueles que já as completaram antes?

Neste caso, as poucas melhorias fazem a diferença – leia-se: as maiores taxas de frames e tempos de carregamento significativamente mais rápidos – e, em última análise, estes jogos prestam-se bem a uma segunda jogatina, independentemente de já os teres experienciado antes.

Sim, a remasterização é um pouco superficial, mas isso é principalmente porque o conteúdo da fonte já era de um nível suficientemente alto. E, como George Lucas provou com a sua trilogia original do filme Star Wars, podes acabar por fazer mudanças desnecessárias que pioram as coisas.

Uncharted

Capturado no PC com a qualidade gráfica no máximo.

Ao herói regular da série, Nathan Drake, junta-se quase constantemente o seu irmão mais velho, Sam, numa busca para encontrar o tesouro perdido do pirata Henry Avery. Isto levou a série a um nível diferente durante o seu lançamento em 2016, adicionando uma segunda personagem à maioria das sequências no que ainda hoje se mantém como as melhores aventuras disponíveis num jogo single-player.

Podes ler a nossa crítica original aqui, que é tão precisa hoje como era na altura, apesar de existir uma secção sobre a vertente multijogador, que não fez a transição para esta edição renovada. No entanto, o que tu consegues é uma soberba atuação de voz, especialmente por parte das estrelas da indústria dos jogos Nolan North (Nathan) e Troy Baker (Sam), e uma campanha de 14 horas que combina exploração enigmática, “mundo aberto”, furtividade, tiroteio e algumas cenas de blockbuster que são tão divertidas que te esqueces de que são em grande parte lineares.

Este é de longe o melhor Uncharted e foi uma alegria jogá-lo até ao fim novamente.

Uncharted

Capturado no PC com a qualidade gráfica no máximo.

Uncharted: The Lost Legacy, em comparação, parece mais um DLC do que um jogo por direito próprio – a história demora apenas cerca de seis horas a completar. Contudo, também tem um belo elenco e é o primeiro da série que não é liderado por Drake.

Em vez disso, jogas como Chloe Frazer, uma personagem secundária em Uncharted 2, que é acompanhada por Nadine Ross, uma antagonista no outro jogo desta colecção. Elas são representadas soberbamente por Claudia Black e Laura Bailey respectivamente e partilham tanta química no ecrã como os irmãos Drake em Uncharted 4.

Como usa o mesmo motor de jogo, também partilha muito da mesma jogabilidade de A Thief’s End e funciona como um complemento ideal. A história também tem lugar algum tempo depois, por isso pode ser vista como uma espécie de sequela. No entanto, o seu comprimento truncado realmente só te deixa a querer mais e, como já mencionámos acima, isso não é provável em breve.

Capturado no PC com a qualidade gráfica no máximo.

Portanto, para além do multijogador que falta no Uncharted 4, estás a receber essencialmente os mesmos jogos que foram lançados há meia década atrás. Não há ajustes de jogabilidade reais (não é preciso, na verdade) e qualquer um que já tenha jogado os dois antes pode achá-los demasiado familiares uma segunda vez. O que é novo, no entanto, é a forma como são apresentados.

Em termos gráficos, existem algumas melhorias e ajustes aos quais já estamos habituados nos ports de PC da Sony, com alguns ajustes ligeiros na qualidade das texturas e performance (sendo a maior deles a possibilidade de teres um framerate desbloqueado). Existe suporte para 4K e monitores ultra-wide. Também podes sentir a mais recente aventura de Nathan Drake no teu comando, caso sejas detentor de um DualSense.

Há também suporte de áudio 3D para aqueles com auscultadores capazes. Isto permite que a excelente banda sonora e o design áudio soem o seu melhor, mesmo quando não se quer perturbar os outros em casa.

Capturado no PC com a qualidade gráfica no máximo.

A Nathan Drake Collection trouxe três títulos PS3 para a PS4, que foram submetidos a uma grande revisão gráfica. Não é tanto o caso desta coleção que une Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: O Legado Perdido. No entanto, isso deve-se em parte ao facto de ambos já parecerem soberbos e continuarem a fazê-lo no PC. Além disso, o desbloqueio da taxa de frames por segundo para aqueles com monitores capazes, e tempos de carregamento incrivelmente rápidos (tendo em conta que já não estamos com aquele famoso HDD presente na PlayStation 4), ajudam a tornar este pacote essencial para os recém-chegados e uma forma ideal de revisitar dois exclusivos de topo da Sony.

Opinião Final:

A versão para PC de Uncharted: Legacy of Thieves Collection é definitivamente a melhor forma de experienciar a caça ao tesouro de Nathan Drake e companhia, com pouco por criticar, mostrando que a grandiosidade do título é anterior ao lançamento desta coleção. A nível de performance, tanto a Sony como o Naughty Dog fizeram um trabalho incrível de transformar um jogo (já com seis anos) numa experiência completamente agradável em 2022, tanto em termos gráficos como em termos de performance. De facto, não podemos ignorar que isto é apenas um lançamento de dois títulos que muitos dos detentores de uma consola PlayStation já jogaram, mas para qualquer fã da série, independentemente de já terem jogado o título na PlayStation, esta é uma entrada a não perder.

Do que gostamos:

  • Qualidade gráfica;
  • Set-pieces incríveis;
  • Performance bastante satisfatória;
  • Falta de erros ou bugs.</

Do que não gostamos:

  • Pausas algo longas na ação;
  • Modo fotografia não permite versatilidade suficiente para capturar alguns momentos da melhor forma;

Nota: 10/10

Análise efetuada com um código Steam cedido gentilmente pela distribuidora.

Deixo abaixo uma coleção de algumas fotos que foi tirando ao longo da vinha revisita a esta aventura, mas alerto para possíveis spoilers!

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